Esta província atravessou há anos uma grave crise, superada pelo auxílio da metrópole em diversos aspectos da sua vida, mas nos últimos anos tem recuperado. O exame dos índices, a tantos quilómetros de distância, não permite fazer um juízo seguro sobre a situação económico-financeira. Os trabalhos de urbanização realizados e as iniciativas de industrialização, em certos aspectos da sua actividade, tradicionalmente artesanal, são indicativos que permitem augurar elevação do nível do bem-estar das populações.

Ultimamente, as naturais belezas da província e a tranquilidade e paz que desfrutam populações de origens diversas desencadearam um surto de turismo que já está produzindo os seus efeitos na balança de pagamentos. E as relações do comércio exportador com territórios nacionais poderão originar uma corrente de importações, como é possível, a exemplo de Timor. O consumo de produtos da metrópole e das províncias ultramarinas é muito resumido. Hão-de haver, cert amente, vazões, talvez derivadas do desinteresse, do comércio da metrópole por um mercado longínquo, com dificuldades nas comunicações. Mas deve considerar-se em qualquer iniciativa que porventura se pretenda tomar no sentido de intensificar as trocas, que Macau pode, ser um entreposto português nos mercados do Extremo Oriente, dada a sua posição geográfica, e difundir por uma vasta área produtos semelhantes aos que hoje importa de Hong-Kong e até do estrangeiro. A produção continua a melhorar, embora se notem algumas falhas em certas indústrias tradicionais, como a do fogo de artifício, que no ano passado produziram quase 15 milhões de patacas e reduziram o seu labor para 10 milhões em 1968.

Mas algumas produções, como as do calçado, malas de couro, artigos de vestuário, vestuário de lã, artigos de viagem e outras, apresentam resultados satisfatórios e até muitos bons em certos casos.

Algumas produções são as seguintes:

Fazendas estampadas e tingidas ............ 2 656

Malas de couro, fibra e tecidos plásticos . 3 188

Objectos de ferro esmaltado ............... 1 035

Águas gasosas e bebidas não alcoólicas .... 1 154

Parece haver tendências, actualmente, para a mecanização de alguns artesanatos. A instalação de fábricas de algodão, e possivelmente de fibras, e a melhoria de condições nas indústrias químicas podem exercer profunda acção na vida económica da província. Quanto ao aspecto financeiro do exercício de 1968, ele não destoa dos anteriores. Uma dificuldade na análise em escudos dais contas de Macau é o das modificações introduzidas periodicamente no valor dia pataca. As contas são expressas resta moeda. Nestes pareceres já se utilizaram câmbios de 5$50 e 5$ por pataca. A moeda ainda se valorizou em relação ao escudo em 1967. E na conversão para a moeda metropolitana há que atender a esta alteração.

Mas, expressas em patacas, as receitas melhoraram em 1968, como se verá adiante, e manteve-se o equilíbrio na Conta com um saldo, expresso em contos, da ordem dos 10 841, com a conversão de 4$75 por pataca.

Comércio externo A importação em 1968 desceu para 501 milhões de patacas. Há uma grande diferença para menos em relação a 1967, da ordem dos 156 milhões. Parece, como se verificará adiante, que esta diferença se deve aos negócios do ouro fino. Na verdade, se ao total das importações forem subtraídas as de ouro, o valor das importações desce para 303 milhões de patacas. Cifra idêntica em 1967, fixara-se em 246 milhões, donde resulta ter havido grande aumento na importação de mercadorias. Traduzidas em escudos, as importações teriam sido de 1 439 250 contos.

Mantendo os dados em patacas, a evolução das importações e exportações é como segue: