O erro trágico do ateísmo consiste em ver na rejeição de Deus a condição necessária para a realização e emancipação do homem.

Assim, o existencialismo ateu afirma: «Deus e o homem não podem coexistir; se Deus existe, eu não existo; se eu existo, Deus não existe». Esta visão estaria certa numa concepção idolátrica em que Deus fosse egoísmo absoluto esmagando as liberdades precárias das suas criaturas. Mas, pelo contrário, Deus é abertura total e caridade absoluta, em cuja comunicabilidadie se realizam, plenamente as nossas liberdades no exercício da verdade, da justiça e do amor.

Esclarecer a juventude e satisfazer as suas aspirações de justiça, mostrando-lhe um cristianismo vivo e inserido em clarificadas e dinamizadas estruturas

sócio-políticas, é essencial, pois, que a quase totalidade da cultura de hoje está penetrada de espírito negador e destruidor da dimensão espiritual e de eternidade que o destino do homem contém.

É preciso pugnar pela antecipação do reino de Deus neste mundo, pela inserção da justiça e do amor, de modo que a exaltante esperança nos destinos do mundo e na promoção do homen não se separem da luminosa esperança num destino eterno.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E não é com palavras, mas com obras de justiça e renascimento social, que podemos abrir caminho às energias criadoras da juventude em marcha para novas formas de civilização que se anunciam.

A formação da juventude, em toda a plenitude das suas dimensões, é fundamental para o futuro das pátrias, pois que não existe verdadeiro progresso sem cultura e sem formação social e cívica dos povos.

A história cresce por impulsos e crises decisivas que laceram as carapaças de imobilismos estabelecidos, de desvirtuações de costumes e injustiças sociais acumuladas, mas, como em toda a onda que sobe, a sua, própria força de impulsão provoca torvelinhos e ressacas. Por isso há que distinguir em quaisquer formas de contestação e revolta um carácter positivo e inovador, que devemos orientar, reforçar e promover, e um transbordamento arbitrário e anárquico rejeitar e que por si mesmo morrerá se lho retirarmos validade e justificação.

O movimento de promoção da juventu de constitui uma força criadora da história que impele o mundo, pela renovação e transformação de uma ordem social estabelecida e esclerosada para uma ordem mais- humana, mais compreensiva e mais justa.

Este impulso procura remover o que há de injusto, absurdo e irracional na sociedade sedimentada, tentando imprimir-lhe novas energias e reivindicar fundamentais direitos que assegurem a continuada e dinâmica promoção da sociedade e do homem.

Mas a par desta energia criadora surgem desvios (que é preciso esclarecer e purificar) sob múltiplas formas de negação absurda de valores éticos e tradições construtivas, e de niilismos arbitrários e demolidores de toda a autoridade, como da corrente fecunda e majestosa de um rio transbordam! as águas mortas de pântanos insalubres.

Promover, orientar e salvar essas energias criadoras constitui o nosso dever essencial. A história não consiste essencialmente na sequência cronológica dos factos, mas no seu poder de criar valores morais e espirituais, na medida em que cria valores de eternidade, como diz o filósofo Lê Senne.

E todo o poder criador da- história está potencialmente contido nas virtual idades das gerações que surgem para a extraordinária aventura de existir, como vagas que sobem ao assalto da falésia.

O mundo, não é uma realidade feita, imas um universo em acabamento e em que a nossa criatividade e iniciativas se devem empenhar generosamente, pois o homem é responsável pelo destino, não só da humanidade, como da criação inteira que dele é solidária.

A nós, geração à qual ainda cabe a grave responsabilidade de deliberar e agir, compete uma planificação lúcida para abrir orientados e construtivos caminhos à torrente que marcha, e para que dessa vitalidade e frescura inovadora nada se perca e tudo se encaminhe para a grande tarefa de promover o homem e dignificar a sociedade, na complementaridade das suas dimensões temporal e eterna.

Com esse fim primordial proponho-lhe e vou anunciar o esquema de um aviso prévio sobre o candente problema da formação da juventude.

Aviso prévio sobre formação da juventude. Crise da juventude, sua problemática e carácter criador;

II) Importância de uma formação dinâmica da juventude no mundo moderno;

III) Condições para uma verdadeira formação no essencial respeito da dignidade temporal e espiritual do homem;

IV) Problemas psicológicos da formação da juventude: Dinâmica, de grupo, como formação psicossocial para o trabalho comunitário fecundo:

b) Personalização, participação e moral;

c) Contestação como recusa e condição de renovação de estruturas; Punção da Família; função do Estado; missão da Igreja;

VI) A escola na sociedade contemporânea:

c) Ensino oficial e particular;

d) Orientação escolar e profissional; despertar de aptidões e apoio

económico-educativo;

e} Actualização das estruturas e programas;

f) Técnicas modernas de educação (meios áudio-visuais e outros);

g) Ensino pré-primário, (prolongamento da escolaridade. democratização do ensino superior, educação permanente; Factores educativos extra e circum-escolares: Formação para o casamento:

b) Formação maternal pré e pós-parto;

c) Associações e escolas de pais;

d) Problemática das mães solteiras. Associações e clubes de jovens;

b) Residências e convívios;

d) Acção pelo livro, imprensa, televisão, teatro cinema etc.: