apreço pelo muito que podem fazer, e têm. feito, porá o esclarecimento da opinião pública.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Durante a última legislatura registaram-se alguns acontecimentos dignos de nota e, entre eles, com relevância especial e grande significado nacional, a doença e o afastamento do Sr. Presidente Salazar das suas altas funções de Presidente do Conselho.

Cometeria grave falta, eu que tive o privilégio de contactar algumas vezes com S. Ex.ª, se nesta minha primeira intervenção não dirigisse uma saudação especial a S. Ex.ª e reafirmasse mais uma vez a minha grande admiração pelos excepcionais dotes de inteligência e invulgar capacidade de trabalho de S. Ex.ª, aliadas a qualidades até hoje não ultrapassadas de político de fina têmpera, financeiro reconhecido internacionalmente e grande administrador do património nacional.

A sua inesperada e grave doença fez com que durante alguns dias pairasse sobre a casa lusitana certa incerteza e apreensão, porém, rapidamente desfeitas graças ao espírito lúcido e oportuno de S. Ex.ª o Presidente da República, almirante Américo Tomás, que todos admiram e respeitam e a quem dirijo as mais respeitosas saudações das gentes da Guiné, cada vez mais reconhecidos a S. Ex.ª pela inolvidável visita feita à província vai para três anos e que tevê o condão, nessa hora crítica da Nação, de fazer concentrai- sobre a província as atenções internacionais.

Teve S. Ex.ª a oportunidade de prestar mais um valioso serviço à Nação ao escolher o ilustre estadista Prof. Marcelo Caetano, administrativista de renome internacional e político dos mais completos, para substituir o Prof. Oliveira Salazar, forçado, por doença grave, a abandonar a chefia do Governo.

Todo o País ficou devendo mais esse inestimável serviço ao Sr. Almirante Américo Tomás, e o ultramar, já conhecedor da invulgar inteligência e sábia orientação do novo Chefe do Governo, cedo lhe passou um cheque em branco, símbolo da total confiança nele depositada, facto confirmado posteriormente nas apoteóticas demonstrações de portuguesismo e de simpatia dispensadas a S. Ex.ª nas suas visitas á Guiné, Angola e Moçambique, outras tantas frentes de combate contra esta malfadada guerra com que do exterior procuram aniquilar a nossa economia e as nossas reservas humanas.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Regressei há dias da Guiné, círculo eleitoral que tenho a honra de aqui representar, para onde me havia deslocado, como habitualmente, para contactar com o eleitorado e com as autoridades civis e militares e ainda auscultar, dentro das limitações que a situação anormal da província nos permite, as aspirações das gentes da minha terra.

Encontrei em todas as populações da província, brancos, mestiços e negros, o mesmo portuguesismo, a mesma fé no futuro e a determinação firme de defenderem intransigentemente o nosso património contra as investidas terroristas vindas dos territórios vizinhos, e, mais objectivamente, da República da Guiné.

Todos continuam tendo uma inabalável confiança na «sã política multirracial» que sempre adoptámos e que propomos manter dentro da «evolução na continuidade», dois conceitos que se completam e que, bem orientados e trabalhados, cedo nos poderão conduzir ao almejado e invejado clima de paz, amor e trabalho, dentro de uma confiança mútua, característica fundamental da coexistência pacífica entre os portugueses de todas as etnias nas nossas províncias de além-mar.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Os portugueses da Guiné não se deixam intimidar pelos ataques redobrados dos nossos inimigos, e, cantando fileiras junto do seu governador e comandante-chefe, militar distinto e aguerrido, e colaborando efectivamente com as forças armadas, procuram estabelecer as perspectivas para o futuro, tentando apoiar e acompanhar a política nacional de uma «renovação prudente», preconizada pelo Sr. Presidente do Conselho, e em que o Estado, dentro de um esquema de promoção global das massas nativas, intervirá mais activamente no lançamento de novas indústrias e continuará a apoiar financeiramente o movimento cooperativo na agricultura e a sua participação na industrialização dos produtos agro-pecuários.

Nesta linha de rumo, Q Sr. Governador da província, general António de Spinola, no seu magnifico discurso proferido n