novos domínios científicos, implica, igualmente, o funcionamento de cursos em que os seus antigos alunos, se possam actualizar. É uma das missões transcendentes mais imperiosas que cabem à Universidade.

Não sómente para os que já a tenham frequentado, mas ainda cursos destinados a todos aqueles que desejem melhorar ou aperfeiçoar a sua situação profissional ou mesmo converter a sua actividade em outra que melhor corresponda à sua vocação., às suas capacidades ou até às aspirações que nunca puderam realizar. A democratização da Universidade implica, portanto,, a extensão dos- cursos e a concessão dos diplomas a- todos os cidadãos, independentemente da sua classe social, do seu grau na profissão e dos seus meios de fortuna. A Universidade, assim concebida, é elemento de enriquecimento Cultural e de promoção social na comunidade portuguesa.

Sr. Presidente: Nunca foram tão propícias a uma reforma, universitária as actuais condições da sociedade portuguesa e da coo j untura política que vivemos. Preside aos nossos destinos um estadista que em todos os momentos da sua carreira conservou sempre a consciência, da grandeza da missão universitária; o Sr. Ministro da Educação Nacional está revelando qualidades «excepcionais de reformador; há um movimento de opinião irreversível para a transformação e dignificação da Universidade portuguesa. Podemos lassam confiar que a nossa geração - esta geração dos anos 70 - será capaz de levar a bom termo uma das mais complexas, mas também uma das mais apaixonantes, obras de renovação nacional.

Vozes: - Muito bem !

O orador foi muito cumprimentado..

O Sr. Alberto de Alarcão: - Sr. Presidente: É mais que centenário o ensino superior agrário em Portugal.

Não falando agora dessa escola-irmã: a Escola Superior de Medicina Veterinária, gémea durante cinquenta e cinco longos anos no mesmo Instituto Agrícola (1855-1864), no mesmo Instituto Geral de Agricultura (1864-1886) e no Instituto de Agronomia e Veterinária (1886-1910), iremos encontrar as raízes do ensino superior agrícola em Portugal no Decreto de 16 de Dezembro de 1852, que funda o Instituto Agrícola. Nele se formaram os primeiros veterinários-lavradores ou veterinários-agricultores, com o curso misto de agrónomo e de veterinário, após prova final que consistia na apresentação e defesa de uma dissertação.

Não iremos fazer a história, mais que centenária - nem seríamos nós a pessoa mais indicada para o fazer--, do que foi o ensino superior agronómico e silvícola em Portugal. Outros já o fizeram com superior elevação e brilho e profundo conhecimento de causa, e entre eles seja-me permutado salientar os nomes ilustres dos Profs, Bernardino C. Cincinato dia Costa, D. Luís Filipe de Castro, Filipe de Figueiredo e Mário de Azevedo Gomes.

Mas, ao lado destes mestres no professorado e de outros que em agronomia e silvicultura fizeram nome, Andrade Corvo, Ferreira Lapa, Rebelo da Silva, Pereira Coutinho, Veríssimo de Almeida, Henrique de Mendia, Lima Basto, Sertório de Monte Pereira, Sousa da Câmara, Mendes de Almeida, Joaquim Rasteiro, Lima Alves, Baptista Ramires, Rui Mayer, Boaventura de Azevedo, J. Botelho da Costa, Luís Cincinato da Costa e tantos mais, outros se vieram a impor como «missionários da terra»: Barros Gomes, Mota Prego, Ferreira Borges, Meneses Pimentel, Mina Galvão, Artur Castilho, Tavares da Silva, Filipe Mendes Frazão, Quartin Graça, Vieira Natividade e muitos mais. Plêiade de homens grandes, que atesta o valor de uma escola & credita uma profissão.

Mas, se recordar o passado é já viver, mais importa extrair da resenha histórica que porventura se sente o sentido da evolução no fluir dos acontecimentos.

Começou o ensino superior agronómico, nesse Instituto Agrícola, por considerar (ano lectivo de 1852-1853), além de três cadeiras preparatórias, as seguintes matérias:

Dezembro de 1864 volta a consagrar a separação dos dois curso - de Agronomia e de Veterinária - «especializados» no mesmo Instituto, concede maior importância aos estudos dos solos e das doenças das plantas, à topografia e às máquinas agrícolas e cria, pela primeira vez, os estudos da química agrícola e da tecnologia agrícola e florestal. No ano de 1864, dizíamos.

Em 2 de Dezembro de 1886, «o ensino oficial- da agricultura foi de novo reformado. Desta vez», afirmam-no-lo B. C. Cincinato da Costa e D. Luís de Castro, «foi tratado com uma verdadeira liberalidade de vistas e tão largamente dotado que, neste momento, esta instituição foi elevada no seu conjunto a um nível não muito inferior ao dos países mais civilizados da Europa [...]. Elaborado com um critério superior e uma notável inteligência da situação, o Decreto dei 1886 marcou uma etapa memorável na marcha do progresso agrícola do País [...]»4. Deve-se tal reforma ao Ministro das Obras Públicas do tempo, o conselh eiro Emídio Navarro coadjuvado por Elvino de Brito, então director-geral de Agricultura.,

1.a cadeira - Elementos de Ciências Histórico-Naturais, Elementos de Física, de Química e de Geologia Agrícolas;

2.a cadeira-Zoologia, Anatomia e Fisiologia Comparada;

3.a cadeira - Botânica e Fisiologia Vegetal?