Se a Força Aérea passar a estar estruturada num Ministério, como acontece com o Exército e com a Marinha, poderá passar a tratar dos seus assuntos em pé de igualdade.

O mesmo acontecerá se os outros dois ramos deixarem de estar estruturados cada um no seu Ministério e passarem os três ramos a depender de um único Ministério dirigido por um Ministro das forças armadas que, inclusivamente, não terá necessariamente de ser militar.

Seja qual for a solução a adoptar, há que encarar a situação. Parece mesmo oportuno que, no momento actual, em que se sabe estar em estudo um reestruturamento das forças armadas num sentido de melhor aproveitamento funcional, dentro da mais sã e rígida economia, seja realizado o justo equilíbrio, acabando com uma situação que tristemente se arrasta há dezoito anos, sem ser resolvida.

Várias soluções é possível encarar. Não se pretende apresentar uma única que seja considerada ideal, mas sim enunciar algumas organizações de execução possível. Não se dará a cada uma delias um desenvolvimento profundo, por descabido, no âmbito desta intervenção, mas não se quer deixar de apresentar ideia ou ideias que contribuam como ajuda a quem terá, inevitavelmente, de se debruçar sobre tão magno problema.

Assim, poder-se-á pensar em estabelecer:

Um Ministro coordenador e operacional e três Ministérios ;

Um Ministério com três Secretarias de Estado;

Um Ministério com três Subsecretárias de Estado;

Um Ministério com um Ministro e os chefes de estado-maior.

Ao Governo da Nação, ria pessoa do seu mui digno Presidente do Conselho, e através do departamento da Defesa Nacional, em nome da Força Aérea, respeitosa, mas muito vivamente, se solicita o estudo rápido do problema que com tanto carinho, interesse e entusiasmo acabo de levantar.

Da Nação se espera a sua atenção e o seu total apoio à corporação que tão devotadamente, sem olhar a sacrifícios de qualquer ordem, cumpre com entusiasmo a nobre missão de lutar pela Pátria portuguesa como unidade indivisível de todos os portugueses.

O orador foi cumprimentado.

fenómeno, que explodiu entre nós há bem poucos anos e que dia a dia mais se avoluma, é sem dúvida índice sadio e a melhor medida por que podemos aferir o nosso real desejo de crescimento.

O Sr. Camilo de Mendonça: - Muito bem!

O Orador: - Assim, o que se previu em matéria de ensino foi largamente ultrapassado. As salas de aula, professores, assistentes e material didáctico, tudo, enfim, é insuficiente para satisfazer a onda crescente e a ânsia dos que procuram o conhecimento Saudável crise esta, pois está dito e redito, com plena consciência dos governantes, que a nossa maior riqueza está na inteligência e no trabalho bem aproveitado de todos os portugueses!

Salutar manifestação de vitalidade ide um povo que, ultrapassando a básica e antiga 4.ª classe, inunda as escolas técnicas, os liceus e os colégios por esse país fora, à procura da cultura que o guinde aos novos padrões de vida, impossíveis de atingir sem os conhecimentos específicos que animam todo um mundo de ciências e técnicas novas!

Momento alto, mas particularmente difícil, havemos de convir, para quem tenha, pelas funções directivas ou docentes que exerça, de criar os adequados instrumentos de ensino à luz dos nossos conceitos, métodos e exigências.

Ouvir, por exemplo, os alunos e responsabilizá-los na sua quota-parte pelas reformas que desejam, é não só uma atitude política acertada e inteligente, como necessária, do ponto de vista da exequibilidade das inovações, pois não parece haver dúvidas de que as deficiências do ensino mais do que ninguém os estudantes as conhecem, a experimentam e sentem!

O diálogo de que hoje tanto se fala reveste-se, nesta matéria, de um interesse particular e poderá ter, bem conduzido, uma expressão eloquente, não só pelo nível intelectual em que o assunto se dirime, mas ainda porque os jovens, para além da ânsia natural de participação que devemos aproveitar, põem nas coisas um tal sentido de justiça que só é as vezes ultrapassado pela sua inata generosidade!

A própria administração periférica é todos os dias solicitada a intervir junto, do Poder em favor da criação deste ou daquele estabelecimento de ensino que o concelho ou o distrito reivindicam para s atisfação dos seus legítimos anseios culturais. Todos temos conhecimento, através da imprensa, das embaixadas frequentes que vêm a Lisboa tratar destes assuntos, a que se podem somar as inúmeras instâncias mais discretas com o mesmo objectivo.

Lembro-me que há uns anos atrás todos os dias se requeriam escolas técnicas, parecendo-me, porém, que neste momento os concelhos, naturalmente por se encontrarem já providos, na sua maior parte, destes estabelecimentos, voltaram agora as atenções e mobilizam as suas influências no sentido do ensino liceal.

Todos querem uma secção do seu liceu distrital!

O estado actual do ensino secundário, tendo em consideração a opção que tem de fazer-se no fim do 2.º ano, justifica a intercessão das câmaras, que, interpretando o sentir das populações, requerem secções liceais, pois em boa verdade não se pode obrigar toda a gente a ingressar no ensino técnico, apesar da sua indiscutível utilidade.

No Algarve desejam-nas, digamos, todos os centros, nomeadamente Lagos, Silves, etc., mas justo é que o Governo considere com maior urgência, para entrarem em funcionamento em Outubro próximo, as secções de Loulé e Tavira.

Loulé, porque com a extinção do único colégio ali existente fica completamente desprovida daquele ensino.

Quanto a Tavira, para, além de uma velha aspiração, poderá aduzir-se, em seu favor, a situação geográfica no