Francisco Manuel Lumbrales de Sá Carneiro.

Francisco de Moncada do Casal-Ribeiro de Carvalho.

Gabriel da Costa Gonçalves.

Gustavo Neto Miranda.

Henrique José Nogueira Rodrigues.

Humberto Cardoso de Carvalho.

João Bosco Soares Mota Amaral.

João Duarte de Oliveira.

João José Ferreira Forte.

João Nuno Pimenta Serras e Silva Pereira.

João Ruiz de Almeida Garrett.

Joaquim José Nunes de Oliveira.

Joaquim de Pinho Brandão.

José Coelho de Almeida Cotta.

José Coelho Jordão.

José Gabriel Mendonça Correia da Cunha.

José João Gonçalves de Proença.

José Maria de Castro Salazar.

José de Mira Nunes Mexia.

José da Silva.

José Vicente Abreu.

José Vicente Cordeiro Malato Beliz.

Júlio Alberto da Costa Evangelista.

Júlio Dias das Neves.

Leonardo Augusto Coimbra.

Lopo de Carvalho Cancella de Abreu.

Luís António de Oliveira Ramos.

D. Luzia Neves Perimo Pereira Beija.

Manuel Elias Trigo Pereira.

Manuel Homem Albuquerque Ferreira.

Manuel de Jesus Silva Mendes.

Manuel Joaquim Montanha Pinto.

Manuel José Archer Homem de Mello.

Manuel Marques da Silva Soares.

Manuel Martins da Cruz.

Manuel Monteiro Ribeiro Veloso.

Olímpio da Conceição Pereira.

Pedro Baessa.

Prabacor Baú.

Rafael Ávila de Azevedo.

Rafael Valadão dos Santos.

Ramiro Ferreira Marques de Queirós.

Raul da Silva e Cunha Araújo.

Rui de Moura Ramos.

D. Sinclética Soares dos Santos Torres.

Teodoro de Sousa Pedro.

Teófilo Lopes Frazão.

Tomás Duarte da Câmara Oliveira Dias.

O Sr. Presidente: Estão presentes 84 Srs. Deputados.

Está aberta a sessão.

Eram 16 horas e 5 minutos.

Antes, da ordem do dia

O Sr. Presidente: - Celebra-se hoje, aniversário do adiamento oficial do Brasil há exactamente 470 anos, o dia da Comunidade Luso-Brasileira. Comunidade forjada por mais de três séculos de vida comum, em quê um vastíssimo território ;foi aberto à civilização ocidental, temperada por século e meio de verdadeira e íntima amizade, fundada em laços espirituais e sentimentais e em muitos pontos de comunidade de interesse, soldada pelo oceano, que se estende de margem a margem e que ainda hoje, como sempre, é caminho de mais rápida e íntima união do que tem sido a terra, a Comunidade Luso-Brasileira justifica as maiores esperanças para o futuro, as maiores confianças no presente e a mais grata revivescência de grandezas e trabalhos passados.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Se o tempo o permitisse, eu consagraria toda a sessão de hoje desta Assembleia a celebração do conceito, à exaltação do facto real desta Comunidade, à prospecção das esperanças que ela justifica para as duas nações. Mas V. Ex.ª sabem como é carregada a nossa agenda. Em homenagem, limitar-me-ei a dizer que não haverá hoje no período de antes da ordem do dia outro tema que não seja a evocação, a celebração e, repetirei, a exaltação da Comunidade Luso-Brasileira por dois Srs. Deputados, que se dirigirão a V. Ex.ª com uma vantagem muito maior do que o vosso presidente, pois, por contacto mais íntimo com as terras e os povos de além-Atlântico, puderam aperceber-se da profundidade das raízes sentimentais, das realidades dos laços materiais que forjam, mantêm e darão cada vez mais força, esperamos, a esta Comunidade.

Tem, pois, a palavra em primeiro lugar, para me substituir com mais autoridade de experiência e com mais profusão de termos, o Sr. Deputado Martins da Cruz, a

quem convido para subir à tribuna, dada a dignidade do tema de que se vai ocupar.

O Sr. Martins da Cruz: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Comemora-se hoje, no Brasil e em Portugal, o Dia da Comunidade Luso-Brasileira.

Pelas distinções particulares e oficiais com que tenho sido distinguido e pêlos laços que me ligam a esse grande país irmão, onde tantas vezes tenho sentido o calor fraterno da amizade que une Brasileiros e Portugueses, numa convivência sincera, apenas dispensada a irmãos do mesmo sangue, não podia deixai- em claro esta data de transcendente importância na vida e nas relações dos dois povos de raiz comum.

Pedi a palavra, Sr. Presidente, para mais uma vez exaltar esta grande comunidade, exemplo vivo da nossa concepção histórica de tolerância política e religiosa, da nossa presença no Mundo em comunhão permanente nos anseios cios representantes das mais variadas etnias, virtudes que à sombra da cruz de Cristo soubemos sempre imprimir aos nossos feitos e desejamos manter nas relações com todos os povos que queiram viver em boa paz connosco.

O Brasil é a prova concludente desta nossa maneira de estar no Mundo, respeitando o nosso semelhante e com ele conviver pacificamente, se não até com alianças fecundas e duradouras.

Desde a sua independência até ao presente mantivemos sempre com o Brasil uma estreita comunhão sentimental que jamais foi abalada, embora algumas vezes as orientações políticas dos Governos a tenham confinado a estados de apatia injustificáveis.

Diz-nos a História que nos 148 anos que distam da declaração da independência do Brasil, só em 1894 tivemos um corte nas relações. Foi por ocasião da guerra civil da noção irmã, quando os revoltosos que. combatiam o governo do marechal Floriano Peixoto se viram derrotados no Rio de Janeiro, pediram e obtiveram asilo político nos