sejam fornecidos pela Secretaria de Estado da Agricultura os elementos seguintes:

1.º Qual o número de circunscrições florestais existentes no continente e ilhas adjacentes;

2.º Quais as áreas sujeitas ao regime florestal em cada uma delas, bem como as já florestadas e ainda as que estão sob administração do Estado, através da Direcção-Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas. Pretende-se que nesta rubrica sejam discriminadas as áreas referentes a cada administração florestal concelhia e a natureza - baldios ou propriedades particulares - dos terrenos submetidos ao regime florestal;

3.º Quais as verbas distribuídas nos últimos cinco anos, incluindo o corrente, a cada uma daquelas circunscrições para a prossecução dos fins da política florestal, especificando-as consoante os fins para que foram atribuídas;

4.º Qual o número de quilómetros de estradas florestais construídas em cada circunscrição e a sua localização:

5.º Qual o número de técnicos, indicando-se a sua qualificação, de que dispõe cada circunscrição, bem como o respecti vo domicílio funcional;

6.º Montante total pago por ajudas de custo, nos mesmos cinco anos e em cada circunscrição, aos respectivos técnicos;

7.º Qual o número de técnicos - engenheiros silvicultores e regentes agrícolas - que, na cidade de Lisboa, prestam serviço na Direcção-Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas e no Fundo de Fomento Florestal;

8.º Quais os objectivos da política florestal que predominantemente se tem procurado atingir nos últimos dez anos e quais os resultados concretos obtidos.

Assembleia Nacional, 10 de Dezembro de 1969. - O Deputado, João António Teixeira Canedo.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra para um requerimento o Sr. Deputado Vicente Abreu.

Requerimento

No decorrer da passada Legislatura, mais precisamente a 24 de Janeiro do ano corrente, mandei para a Mesa um requerimento pedindo que, através da 6.ª secção do Ministério da Educação Nacional, me fossem fornecidas informações sobre o destino dado a determinados quadros que foram retirados da Igreja de S. Domingos, em Eivas, para restauro.

Nos termos regimentais, volto a requerer as informações que pormenorizadamente pedi no citado requerimento.

Assembleia Nacional, 10 de Dezembro de 1969.- O Deputado, José Vicente Abreu.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Roboredo e Silva.

Em virtude da natureza do assunto que suponho irá ser tratado por este Sr. Deputado, convido-o a subir à tribuna.

O Sr. Roboredo e Silva: - Muito obrigado, Sr. Presidente, pela distinção que representa para a sugestão que vou fazer à Assembleia Nacional, ter-se dignado convidar-me a subir à tribuna. De resto, VV. Ex.ªs, Srs. Deputados, podem ficar tranquilos porque se a minha fala de ontem foi um pouco comprida, à de hoje pode aplicar-se por inteiro a velha locução latina esto brevis et placebis.

O extraordinário e fabuloso sucesso da Apoio 11 em Julho e da Apoio 12 em Novembro do ano corrente, desembarcando astronautas na Lua, constitui feito maravilhoso que me parece não dever deixar de ser assinalado com o devido relevo e elogio pela Assembleia Nacional.

Após séculos de sonhos e profecias, o homem quebrou as suas amarras terrestres, pela primeira vez, e poisou noutro planeta.

Armstrong e Aldrin na Apoio 11 e Conrad e Bean na Apoio 12 viram a Terra, a nossa esfera azul e branca, de outro corpo celestial, e nós, nas nossas casas, em todo o mundo ansioso, participámos, através das maravilhas da televisão e das comunicações espaciais, no espantoso feito, que nos deixou assombrados.

Creio firmemente que todos os homens de boa vontade têm de reconhecer que esta façanha é muito mais que um êxito nacional dos Estados Unidos da América. Representa antes um empreendimento científico, tecnológico e intelectual que interessa a toda uma civilização.

Ele constitui uma afirmação do optimismo daqueles que acreditam que tudo quanto o homem imagina pode ser realidade.

Julgo que nos devemos sentir felizes por terem sido americanos, súbditos do grande país ocidental, cuja liderança em muitos domínios temos de reconhecer, quem primeiro alcançou a Lua.

Este fantástico evento é, sem dúvida, um dos mais extraordinários e assombrosos da história da humanidade, apesar de estarmos ainda longe de conhecer a maior parte dos vastíssimos benefícios que dele poderão advir.

E nós, Portugueses, em particular, temos obrigação de apreciar, melhor que ninguém, o seu impacte sobre a humanidade, visto que há mais de cinco séculos fomos pioneiros, iniciando uma era comparável na história universal, com o descobrimento, achamento, imediato povoamento em muitos casos e introdução da civilização cristã em novas terras deste planeta em que vivemos.

Nervos de aço, inteligência viva, mérito, coragem e conhecimentos científicos foram necessários em ambos os casos.

E o objectivo principal de Portugueses e Americanos foi o mesmo: «Dar novos mundos ao Mundo».

Não vou alongar-me em considerações de carácter mais ou menos técnico ou especulativo, que seriam aqui descabidas, e, até, porque me falta preparação especializada para as fazer, sobre o que a humanidade pode esperar deste prodigioso e custoso empreendimento.

Penso, e nesse sentido é feita esta proposta, que a Assembleia Nacional, ao iniciar os seus trabalhos da X Legislatura, poderia manifestar ao Congresso da República dos Estados Unidos da América do Norte o seu alto apreço pelo inédito e fantástico cometimento dos astronautas americanos e pela extraordinária organização, método e eficiência do programa espacial em que aquele país se lançou, rendendo calorosa homenagem aos astronautas das Apoios 11 e 12 e & todos os que contribuíram de alguma maneira, para tão vasta e retumbante empresa, que diz respeito à humanidade no seu conjunto.

Vozes: - Muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.