chamento completo do aeroporto, com vista a que se iniciem rapidamente as auspiciosas ligações directas com o continente. Será essa a única forma de pôr cobro a uma situação que continua a ser, e será ainda por algum tempo, motivo de censuras e descontentamento, aliás, perfeitamente justificados.

Sr. Presidente: Muito embora não tivesse sido completo nem profundo na exposição que acabo de fazer, creio que disse o suficiente para dar a V. Ex.ª uma ideia clara dos motivos - e outros há além destes - que estão na raiz do desequilíbrio económico-social da população do meu distrito. Repito que não disse tudo; nem sequer aflorei outros problemas extremamente importantes, como o do baixo nível de vida da população rural, o da habitação, instrução e formarão profissional, etc. Aias, infelizmente, quase todos este problemas são comuns ao- resto do País. Por isso, preferi focar aqueles que têm um carácter predominantemente local ou regional.

Não posso terminar, porém, sem uma , palavra que exprima, a compreensão minha e daqueles que me elegeram para um governo que, dado o curto período da sua existência, ainda não pode encarar na totalidade e muito menos resolver problemática tão vasta.

Todos compreendemos isso - e é por isso que ainda não desesperamos totalmente.

Sr. Presidente: V. Ex.ª há-de ter a paciência de me ouvir aqui mais algumas vezes ao longo destes próximos quatro anos. Deus queira que seja mais para louvar e agradecer do que para pedir e criticar. Provavelmente terei de fazer uma e outra coisa.

Porém, de um ponto de vista meramente pessoal, é-me muito mais grato bendizer. E é talvez por isso que deixei, para o fim desta minha breve intervenção uma palavra de louvor que daqui dirijo, com muito aprazimento, em nome da população que represento e em meu próprio nome, a SS. Exas. os Srs. Ministro da Saúde e Assistência e Secretário de Estado da Indústria.

Ao Sr. Ministro da Saúde e, de um modo particular, ao e seu dinâmico

director-geral da Assistência fica devendo o arquipélago dos Açores a instalação na cidade de Ponta Delgada, que é o seu centro mais populoso, de um serviço público da mais alta projecção social: o Centro de Educação Especial dos Açores, que virá a ser, e já está sendo até, a pedra angular de uma humaníssima obra de promoção social para um sector da população do arquipélago até aqui abandonado: o dos diminuídos físicos e deficientes mentais.

Ao Sr. Secretário de Estado da Indústria é devida uma palavra de louvor pela boa vontade e espírito de decisão com que S. Ex.ª tem estado a encarar a solução do problema da electrificação do distrito, ainda em fase de estudo e de ajustamento de critérios; e pelas medidas que tem tomado relativamente à reestruturação da economia local, nomeadamente canalizando para a sobrepovoada ilha de S. Miguel a instalação de novas unidades industriais que absorvam e valorizem os seus excedentes de mão-de-obra - medidas que são, afin al, fruto de um conhecimento muito pessoal, e de uma larga visão da problemática económica, social e política do distrito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi cumprimentada.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E faço-o com a antecipada certeza de que V. Ex.ª não deixará de apreciar e de ser sensível ao que resulta de um imperativo de sentimentos que me é caro exteriorizar, muito especialmente num momento em que nesta sala ainda paira, a irradiar prestígio e a impor recolhida oração, rediviva, a figura inesquecível do Prof. Doutor Mário de Figueiredo, na inapagável lembrança do fulgor da sua lúcida inteligência que a mais viva e temível das dialécticas servia, jurista e parlamentar do mais alto quilate que muito nobilitou e enriqueceu o património espiritual desta Casa, da própria Nação que relevantemente serviu e aqui se mostra tão fidedignamente representada.

Assim, consinta V. Ex.ª em receber e guardar, conjuntamente com os cumprimentos de muito apreço que lhe dirijo, o singelo «momento» a que com tão pouca qualificação me atrevi, mas que decisivamente qualificou o voto que lhe dei para subir, de entre nós, até onde se encontra, conscientemente convicto de que lhe não faltam méritos para prosseguir uma tradição e manter no nível a que nos habituámos a presidência de tão importante órgão da soberania nacional.

E agora, Sr. Presidente, para justificar o pedido do uso da palavra que me concedeu e de que não poderia servir-me sem cumprir o prestado tributo in memoriam de quem Deus chamou a Si permita V. Ex.ª que, com muita breveza, eu satisfaça o intento que me levou a solicitá-la no prolongamento das obrigações resultantes do momento eleitoral recentemente vivido, impostoras de um indeclinável e inadiável dever, este consistente numa simples saudação de amiga simpatia ao belo eleitorado do meu círculo, cujos votos, na luta aberta e livremente travada, permitiram o meu regresso a esta Casa e à honrosa companhia de todos VV. Ex.ªs Um breve aceno de agradecimento pelo modo como, confiante e resoluto, soube corresponder às necessidades da hora presente, afirmando-se numerosa e inequivocamente a favor da evolução na continuidade de que

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador fui muito cumprimentado.