da maior importância e o que se tem feito nesses aspectos é muito pouco e, pelo menos num sector, absolutamente desordenado.

Trata-se da formação profissional agrícola e do associativismo.

Quanto à primeira, quase tudo haverá a- refundir e ampliar em bom sentido.

Aguarda-se com enorme ansiedade e expectativa, e alguns com certo cepticismo, a reforma administrativa, e lembro, neste particular, que há instrução profissional agrícola ao nível dos agricultores e suas famílias no Ministério da Educação Nacional, no Ministério das Corporações e no Ministério da Economia, através das Secretarias de Estado da Agricultura e do Comércio, para não referir a competição entre direcções-gerais.

Só não há no único onde devia existir e não existe - no Ministério da Agricultura -, que reuniria esses esforços dispersos e dinheiros que são gastos em cursos e cursozinhos que se diluem, com poucos benefícios, por esse país além.

Os agricultores, e sobretudo os jovens - ra Reconverter a agricultura, só com agricultores profissionalmente válidos, instruídos, mentalizados, num quadro de associações agrícolas capazes, e, no aspecto económico, estas são algumas federações de grémios da lavoura e as cooperativas, pois não podemos englobar as empresas mistas, de que, contudo, muito há a esperar, se as mentalidades evoluírem em sentido positivo.

Mas as cooperativas só podem progredir com largas ajudas iniciais e forte apoio financeiro, pois o agricultor isolado não se sabe defender a si mesmo, vacila e entrega-se com facilidade ao desânimo quando surgem contratempos, ou tem que travar luta económica.

O agricultor precisa de sentir a sua cooperativa, tem que fazer por ela sacrifícios, depois largamente compensados, mas necessita de que o Estado esteja presente com ajudas necessárias para o arranque e embate iniciais.

O agricultor sabe que os outros sectores da actividade económica, para onde se deslocam muitos dos seus filhos à procura de uma vida mais desafogada, jogam, em grande parte, com a dispersão em que ele vive, com a sua falta de conhecimento dos mercados e com a fragilidade da sua pouca resistência financeira.

Sabe que paga intermediários inúteis, fábricas sem dimensão que lhe vendem produtos caros, que está sujeito aos cambões de maus profissionais ou a monopólios disfarçados de abnegados protectores, etc.

E sabe também que tem de alterar profundamente a estrutura da sua vida de agricultor, mas para isso necessita de aprender as novas técnicas e os novos conceitos, associar-se e gastar muito dinheiro. Dinheiro que, sobretudo o pequeno e médio agricultor, não possui, mas que, em programa de concessão de crédito bem organizado, lhe deverá ser facultado, para não perecer na luta, onde, contudo, muitos ficarão, encontrando novos destinos. Mas destinos que a sociedade lhes tem de preparar, não os abandonando, pois durante gerações deles se serviu e alicerçada neles estabeleceu o seu progresso.

Mentalização da administração no sentido de unir esforços dos diferentes sectores para um impulso decidido na educação e instrução profissional dos agricultores, e associações agrícolas largamente apoiadas pelo Governo em muito mais do que simpáticas palavras de intenção, embora tornadas lei, são também os meus votos, pois de outra forma dias muito negros ainda poderão ensombrar a nossa agricultura.

Comecei por manifestar esperança. Não queria perdê-la, e comigo muitos que também confiam.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vou encerrar a sessão. Mas, antes de o fazer, convoco para amanhã às 11 horas a Comissão de Trabalho, Previdência e Assistência Social, a fim de eleger os seus presidente e secretário e iniciar o estudo da proposta de lei sobre a colheita de produtos biológicos humanos para liofilização.

A próxima sessão será amanhã, à hora regimental, com a mesma ordem do dia da sessão de hoje.

Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas e 30 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

Albino Soares Pinto dos Reis Júnior.

Francisco António da Silva.

Henrique dos Santos Tenreiro.

Joaquim Jorge Magalhães Saraiva da Mota.

José de Mira Nunes Mexia.

José dos Santos Bessa.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Alberto Eduardo Nogueira Lobo de Alarcão e Silva.

Alexandre José Linhares Furtado.

Custódia Lopes.

Gustavo Neto Miranda.

João Pedro Miller Pinto Lemos Guerra.

Joaquim José Nunes de Oliveira.

Jorge Augusto Correia.

José da Silva.

Manuel Homem Albuquerque Ferreira.

Requerimentos entregues na Mesa no decorrer da sessão:

Ao abrigo das disposições regimentais, requeiro autorização para consultar o dossier relativo ao estudo da Comissão ad hoc, sobre as dificuldades e problemas do turismo na Madeira.