Vozes: - Muito bem!
Vozes: - Muito bem!
mais e a apreciar muito mais o Dr. Soares da Fonseca quando, por substituição do Chefe do Governo, deixou de exercer funções de leader. Pude então conhecê-lo melhor e admirá-lo mais. Verifiquei que muitas vezes o homem estava camuflado pelo político, e a minha amizade pelo Dr. José Soares da Fonseca aumentou.
É em nome dessa amizade, breve, mas sentida, do respeito que me mereciam as intenções do político, nem sempre compreendido, e, sobretudo, do homem desaparecido na força da vida - e de quem o País ainda tanto podia esperar - que eu pronuncio estas descoloridas palavras numa Assembleia onde a sua fulgurância e o seu oportuníssimo comentário nunca o deixarão esquecer.
Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi cumprimentado.
O Sr. Sá Carneiro: - Sr. Presidente e Srs. Deputados: Pela primeira vez no uso da palavra, é com o maior gosto que cumpro o dever de saudar a presidência e todos os Srs. Deputados.
O papel essencial que à Assembleia cabe no actual momento político é sentido não só por todos os que aqui se encontram, como igualmente pela generalidade das pessoas responsáveis, atentas aos interesses nacionais, em atitude do grande expectativa e não menor esperança.
A presidência do Sr. Deputado Amaral Netto é garantia de independência e dignificação: S. Ex.ª demonstrou sobejamente ao longo destes vinte anos quanto preza a primeira. E terá ocasião de provar que, no alto cargo que agora ocupa, se não poupará a esforços para que a Assembleia ocupe o lugar que lhe compete no quadro das instituições políticas em renovação.
Teremos do País a consideração que soubermos merecer pelo que aqui for dito, pelo que aqui realizarmos.
Estou seguro de que o trabalho que agora encetámos será tanto mais produtivo quanto é certo que dele nos desempenharemos sob uma direcção que, porque plenamente responsável, será profundamente respeitadora das iniciativas e liberdade de acção de cada um.
E as divergências de opiniões e de posições entre os Deputados, que felizmente existem e frequentemente por certo se manifestarão, jamais, impedirão que se trabalhe em franca camaradagem, certos de que, terminadas as pugnas com os resultados das votações, estas serão a expressão de uma maioria convicta.
Assim situados quanto à Nação e relativamente a nós próprios, resta dizer que o Governo poderá, como tive já ocasião de frisar, contar com uma atitude de colaboração sincera na renovação em que está empenhado, atitude essa que tem como pressuposto essencial a independência e liberdade de crítica, que há-de necessariamente ser construtiva e processar-se com irrepreensível e recíproca lealdade.
Vozes: - Muito bem!
O Orador: - A resumida intervenção que me possibilitou estas breves palavras de saudação destina-se a