Da minha forçada ausência algarvia tive também o gosto de ouvir nesta Casa a voz do bom senso.

De facto, também aqui já foi salientado que temos de teor os pés na terra e legislar em tão deliciados domínios de harmonia com a preparação cívica dos cidadãos.

Fazendo-o, o Governo foi, não será de mais sublinhá-lo, até onde devia ter ido.

Ouvimos aqui dizer - e eu faço-me eco do muito que isso calou no sentimento das pessoas dotadas de espírito cívico - que lá fora seguem os debates, e por isso o sublinho, que o País mão aguentaria, na hora difícil que atravessa, um clima de instabilidade. E a isso poderia levar a falta de medida, a falta de equilíbrio na atribuição e regulamentação das liberdades.

O excesso de liberdade não pode fazer-nos correr o risco de oprimir e sufocar a liberdade que nos interessa e que é inerente à dignidade da pessoa humana.

O Poder, na contingência actual, tem de estar, e felizmente está, atento e forte pairai controlar as forças da subversão, que, ao contrário de desarmadas, consumam assaltos, raptos, em suma, terrorismo nas suas múltiplas formas, que, estamos seguros, encontra a resposta forte e adequada.

Apesar dos reparos feitos com a deliberada intenção de contribuir, embora modestamente, para esclarecer os governantes e a Câmara quanto a aspectos susceptíveis de correcção, não tenho dúvida em dar a minha aprovação na generalidade à proposta do Governo.

Não quero terminar sem desta tribuna agradecer e prestar homenagem .a quantos, sem distinção de hierarquias ou graus académicos de facções ou correntes políticas, com as suas palavras ou escritos me ajudaram a formar uma opinião sobre os múltiplos aspectos das alterações à Constituição e desta forma poder conscientemente formular o meu voto, à luz da perenidade da Pátria, do progresso e promoção do povo português.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem!

O orador foi cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vou encerrar a sessão.

À tarde haverá sessão à hora regimental, com a mesma ordem do dia.

Está encerrada a sessão.

Eram 13 horas e 5 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

Agostinho Gabriel de Jesus Cardoso.

António Júlio doe Santos Almeida.

Camilo António de Almeida Gama Lemos de Mendonça.

Fernando Augusto Santos e Castro.

Francisco João Caetano de Sousa Brás Gomes.

Henrique José Nogueira Rodrigues.

João António Teixeira Canedo.

Joaquim Carvalho Macedo Correia.

Joaquim Germano Pinto-Machado Correia da Silva.

Joaquim Jorge Magalhães Saraiva da Mota.

José Coelho Jordão.

José Maria de Castro Salazar.

José de Mira Nunes Mexia.

José dos Santos Bessa.

José Vicente Pizarro Xavier Montalvão Machado.

D. Luzia Neves Pernão Pereira Beija.

Manuel José Archer Homem de Mello.

Manuel Martana da Cruz.

Maximiliano Isidoro Pio Fernandes

Prabacor Rau.

Rafael Valadão dos Santos.

Bui Pontífice Sousa.

D. Sinclética Soares dos Santos Torres.

Teófilo Lopes Frazaa.

Vasco Maria de Pereira Pinto Costa Ramos.

Srs. Deputados que faltaram à chamada:

Alberto Marciano Gorjão Franco Nogueira.

Albino Soares Pinto dos Reis Júnior.

Alexandre José Linhares Furtado.

Amílcar Pereira de Magalhães.

Augusto Domingues Correia.

Duarte Pinto de Carvalho Freitas do Amaral.

Fernando Artur de Oliveira Baptista da Silva.

Francisco Correia das Neves.

Francisco José Pereira Pinto Balsemão.

Henrique dos Santos Tenreiro.

João Manuel Alves.

João Ruiz de Almeida Garrett.

José da Costa Oliveira.

José Guilherme de Melo e Castro.

José João Gonçalves de Proença.

José da Silva.

Júlio Alberto da Costa Evangelista.

Lopo de Carvalho Cancella de Abreu.

Luís Maria Teixeira Pinto.

Manuel Joaquim Montanha Pinto.

D. Maria Raquel Ribeiro.

Ricardo Horta Júnior.

Tomás Duarte da Câmara Oliveira Dias.

Ulisses Cruz de Aguiar Cortês.

Victor Manuel Pires de Aguiar e Silva.