sição de Carvão e fosforites, com grande benefício para a produção de ferro e fertilizantes, possivelmente em termos concorrenciais europeus.

Este ou outro programa de valorização das pirites sómente será viável se existirem instalações portuárias que permitam a carga rápida de grandes navios mineraleiros capazes de levar as pirites [ou os seus produtos] a toda a parte, a preços Competitivos com os praticados pelos outros grandes produtores mundiais: (Espanha, índia, Rússia e China.

Existem bons exemplos em território português de soluções deste tipo. Assim, para aproveitarmos os minérios de Cassinga construímos o Porto Salazar. [...] Em Lourenço Marques dispomos de instalações de carga de minérios à altura de satisfazerem as exigências da exportação dos países vizinhos e outro tanto sucede no Lobito.

Em contrapartida, na metrópole até tivemos uma ponte de ramal ferroviário a embargar os acessos marítimos dos minérios aos cais da Siderurgia Nacional. Foi preciso que uma barcaça desse um pouco mais de flanco para o problema de algum modo se resolver. Faltam agora aos cais do Seixal (ou outros) maiores fundos praticáveis.

As iniciativas que já realizámos indicam-nos o caminho a seguir, com a vantagem, de a solução à vista ser mais fácil do que as de África. De facto, à generosidade do subsolo junta-se, no caso que agora nos ocupa, a da costa marítima, que a curta distância das minas limita, no Atlântico, a faixa piritosa alentejana.

riquezas.

Assim escrevera, há tempos, o articulista que venho de citar.

O sonho está em vias de tornar-se realidade.

Mas não são apenas razões dessas que militam a favor do porto mineraleiro, da indústria petrolífera e do importante centro urbano que se anuncia para os termos de Sines.

Razões demográficas as assistem, e não poderíamos calá-las.

A população alentejana no início do século XVI andaria por 317 000 almas, o que representaria cerca de 30 por cento da população do continente.

Com uma densidade de 15, superior à então anedie. geral de 13 habitantes por quilómetro quadrado, o Alentejo seria, ao tempo, espaço relativamente bem povoado de gentes.

Mas logo a população «estagnou, e depois diminuiu, como a de todo o País [...], em consequência da sangria das conquistas, das viagens marítimas e do povoamento da Índia e do Brasil.

Estas causas, a inospitalidade do clama e o regime da propriedade», afirmou-o o então Subsecretário dias Obras Públicas ao ciclo (1) - não se processou uniformemente ao longo da terra alentejana.

A bordadura litoral que acusa no clima, na vegetação, nos diferenciados usos e costumes, como nos próprios habitat e psicologia social, influência diversa, incontestavelmente marcada pela proximidade atlântica e por contacto com formas algo diversas de civilização, regista maiores índices de crescimento populacional que a faixa intermédia, e esta maiores acréscimos que a mancha transtagana mais dobrada ou vizinha da raia.

O fenómeno -que assume, aliás, foros de quase universalidade com o preferente encaminhar-se das populações do interior para o litoral e das montanhas ou colinas para as planícies - é facto que deve ter-se em conta no estabelecimento de qualquer política de planeamnto regional.

Mas o acréscimo da população alentejana encontra-se fortemente comprometido por evolução demográfica mais recente, de que se não deixa de referir aspecto bem sintomático: a população presente do Alentejo diminuiu de 40 000 habitantes na decaída de 50, talvez de 150 000 em estimativa que apressadamente traçámos para a década de 60. Mas muitos mais partiram se lhe houvéssemos juntado os saldos fisiológicos entretanto verificados.

Vão-se assim embora as gentes que, em passado recente, tão apegadas à sua terra, ou letárgicos à partida, se tinham afirmado. E atingidas por esse mal endémico que se alarga, aliás, à quase totalidade da terra portuguesa: o êxodo rural, facultam as migrações humanas quadros de autêntica «debandada» que os saldos fisiológicos não conseguem suprir - também eles se consomem na voragem das partidas.

Assim se explica o amortecer do crescimento, a posterior estabilização e o mais recente retrocesso da gente alen-