sável no atraso do nosso interior, no desequilíbrio da nossa economia. Muralhas da China já não são dos nossos dias, mormente quando o direito à emigração é um direito incontestado.

O Sr. Joaquim Macedo: - Muito bem!

O Orador: - Bem hajam, pois, os que, sem receio das dificuldades que sabem ir encontrar, procuram vencer o que nos divide e criar novas fórmulas de união e de entendimento que o futuro nos há-de agradecer.

Não nos podemos olvidar de que, se há dificuldades na política que queremos prosseguir, há muito, muito mais que nos une e a que tantas vezes não damos sentido.

A Espanha tem demonstrado nos últimos anos uma incontestável ideia de realismo, graças à qual, diante de nós, quase dia a dia, realizou o que tantos, na Europa, e apesar de todas as vicissitudes, querem já chamar o milagre espanhol.

Seria néscio negar o que todos vimos vendo. Vimos vendo com orgulho, quase que diria com inveja.

Uma política válida de aproximação peninsular, todos estamos convencidos, há-de trazer para a Nação Portuguesa reais vantagens. Não admira, pois, que a Nação siga as diligências que vão sendo feitas com interesse, ansiedade e, sobretudo, esperança.

Interesse, ansiedade e esperança que estas simples palavras de apoio, ditas por quem, para isso, se não arroga senão da sua qualidade de português, não fazem mais do que traduzir.

O Sr. Joaquim de Macedo: - Apoiado!

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi cumprimentado.

O Sr. Valadão dos Santos: - Sr. Presidente: Há dias, aquando da discussão de um dos artigos da Constituição, o meu ilustre amigo e colega nesta Câmara, o Deputado Barreto de Lara, num aparte um tanto jocoso, dizia que ilhas e ultramar eram uma e a mesma coisa. Verdade é, Sr. Presidente, que, geogràficamente falando, poder-se-ia considerar as ilhas como ultramar, e era bom que o fossem, pois, ao menos, assim gozaríamos das muitas regalias e vantagens que as nossas províncias ultramarinas hoje, felizmente, susufruem. O pior é que, politicamente, somos considerados metrópole, com a agravante de termos o mar a separar-nos, que o mesmo é dizer a lançar-nos, tantas vezes, no esquecimento. Esquecimento que nos deixa profundamente magoados e em situação de quase desfavor, quando comparamos o desenvolvimento e progresso eloquente de todas as regiões do continente e as relacionamos com as dos Açores.

O Sr. Duarte do Amaral: - V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Faça favor.

O Sr. Duarte do Amaral: - V. Ex.ª disse que gostaria que as ilhas fossem, consideradas ultramar. Eu era para dizer que algumas temais da metrópole queriam ser consideradas como as ilhas.

O Orador: - Eu não disse que gostaria que as ilhas fossem consideradas ultramar. Disse que as ilhas não têm, infelizmente, as regalias que tem o ultramar.

O Sr. Duarte do Amaral: - É o mesmo.

é, sem receio de contestação, o único onde ainda não há uma única escola a funcionar com a 5.ª e 6.ª classes! E, perante uma situação de tamanho desfavor, e que tão pernicioso é, pois coloca parte dos nossos jovens em futuros concursos em situação de plena desigualdade com os dos outros distritos. Isto apenas para só falarmos num aspecto da questão...

Todavia, não descortino, Sr. Presidente, melhores perspectivas para o próximo ano lectivo. Tudo como dantes, ou melhor, como há vários anos atrás, em virtude de andarmos a marcar passo... Também é certo que não vejo os directos responsáveis por estas e outras anomalias distritais, isto é, algumas das entidades locais, demasiado preocupados...

E, entretanto, nem um subsídio de emergência perante uma situação tão deplorável se conseguiu para a Junta Geral poder fazer face a encargos tão importantes como este atrás apontado.

E já que em assuntos de ensino falei, quero fazer daqui um apelo ao Sr. Ministro da Educação - esse Ministro que vem realizando uma obra que ficará a marcar, de maneira excepcional, a passagem do Prof. Veiga Simão por uma pasta tão delicada e difícil como é a que ele dirige. Eu apelo para S. Ex.ª para que no próximo ano lectivo, que agora se avizinha, não permita que suceda como aconteceu em vários liceus, mas, especialmente, no de Angra, e que foi o de se chegar ao fim de fevereiro e ainda não haver professores para disciplinas da maior importância, como a Matemática, Físico-Química, Inglês, Geografia, etc. Ao cabo de cinco meses, ou melhor, apenas a três do fim dos trabalhos escolares, anos de exame, como o 5.º e o 7.º, sem terem tido uma única aula destas matérias! Não será necessário acentuar o que isso representa de atraso e de transtornos futuros na vida desses alunos, e não podemos, com razão, calar as bocas àqueles pais que dizem que pagaram as propinas para os filhos terem todas as aulas.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Agostinho Cardoso: - V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Agostinho Cardoso: - Estou a ouvir V. Ex.ª a falar do seu arquipélago dos Açores e a pensar que no arquipélago da Madeira o problema é semelhante. Não