índices mensais da produção industrial

(corrigidos das variações sazonais)

Índices variações em percentagem

(Ver quadro na Imagem)

(a) Variação em relação ao semestre anterior.

Fonte: Associação Industrial Portuguesa.

Os Índices reflectem para o conjunto da indústria transformadora quebra de actividade no 2.° semestre de 1969, que em parte é devida a deficiente correcção das flutuações estacionais. No entanto, é de notar que essa quebra foi mais acentuada que a correspondente a período homólogo de 1968. A recuperação observada nos primeiros seis meses do ano em curso, da mesma ordem de grandeza da registada em período análogo de 1969, assume assim maior significado.

No sector da alimentação e bebidas verificou-se ligeira subida na produção das indústrias de moagem de farinhas espoadas e das massas, notando-se o predomínio de produtos de melhor qualidade. A indústria de conservas de peixe continuou a ressentir-se da escassez de sardinha que a abundância de outras espécies, nomeadamente a cavala, não pôde compensar inteiramente, dado o menor valor das respectivas conservas e a sua mais limitada aceitação nos mercados externos. Á produção de lacticínios, que se tem mantido progressiva nos últimos anos, apresenta em 1970 desenvolvimento mais moderado, o que se coaduna com a orientação para um acréscimo de capitação de consumo de leite. Entre as indústrias de bebidas, foi apreciável a subida na produção de cerveja.

Baixou ligeiramente a produção de fios e tecidos de algodão, cujas exportações se mostraram menos volumosas nos primeiros oito meses do ano em curso, mas em contrapartida a produção de lanifícios evoluiu favoravelmente. Não estão representados no índice mensal os fios e tecidos de fibras artificiais e sintéticas e o vestuário, cujas produções se mantiveram progressivas, estimuladas pela procura interna e externa.

A actividade da indústria da cortiça reflecte a evolução das exportações. Estas mostram-se decrescentes nos granulados, rolhas e discos de aglomerados, devido à concorrência de sucedâneos, sentindo-se essa quebra na respectiva produção industrial; os outros ramos mostram-se, contudo, activos. Prosseguiu o incremento na produção das indústrias de contraplacados e aglomerados de madeira, embora em ritmo ligeiramente inferior ao que se verificara anteriormente.

A evolução pouco satisfatória dos índices mensais representativos das indústrias químicas é devida, fundamentalmente, a quebras nas produções de ácido sulfúrico, adubos fosfatados e sabões. Os adubos fosfatados ressentem-se das dificuldades de exportação e de maior preferência que a lavoura tem estado a dar a adubos compostos e às diluições de nitrato e, sulfonitrato de amónio, enquanto os sabões sofrem a concorrência dos detergentes.

Não estão, porém, incluídas na amostra que serve de base ao cálculo do índice mensal deste sector, numerosas produções características da indústria química que se têm mostrado progressivas, esperando-se que mantenham esta evolução até final do ano; englobam-se neste grupo vários produtos químico-inorgânicos, como os produtos sádicos e clorados, carboneto de cálcio, amoníaco e ácidos clorídrico e nítrico, produtos químico-orgânicos, resinas sintéticas, especialidades farmacêuticas e, particularmente, os derivados do petróleo.

Segundo as previsões actuais, a produção de combustíveis líquidos virá a atingir 8080 milhares de toneladas em 1970, mais 87 por cento que no ano transacto, como reflexo da entrada em laboração da refinaria do Norte. Os óleos lubrificantes, a gasolina pesada e os outros produtos de refinação de petróleo mostram também quantidades crescentes. Quanto à indústria farmacêutica, tem-se ampliado acentuadamente, devido ao alargamento da previdência social e ao acréscimo do número de especialidades estrangeiras que são fabricadas no País; expansão significativa se observa também no fabrico de substâncias medicinais, em particular os antibióticos e hormonas sintéticas.

Encontram-se, de forma geral, aumentos satisfatórios nos volumes de produção de produtos minerais não metálicos; no cimento observa-se um acréscimo de 22 por cento entre os l. ºs semestres de 1969 e 1970, quando no ano transacto se registou, para períodos análogos, apenas uma subida de 3 por cento; nas porcelanas e faianças e artigos de vidro calculam-se também acréscimos significativos.

Relativamente as indústrias metalúrgicas, metalo-mecânicas e de material eléctrico, os índices revelam maior volume no conjunto das produções neles consideradas (fundição de ferro e aço e de metais não ferrosos, artigos de arame, parafusos, pregaria, cabos e condutores eléctricos). E significativa a subida no índice mensal relativo a Julho deste ano, que ultrapassa de 82,4 por cento a média dos índices do semestre, enquanto em períodos