(a) Ao preço de aquisição. Não inclui promissórias do fomento nacional.

(b) Inclui-se neste montante 1 milhão de contos de depósitos do Tesouro, o qual tem de ser deduzido para efeitos de comparação com os anos anteriores.

Fonte: Caixa Geral do Depósitos, Crédito e Previdência.

Interessará também registar o acréscimo do crédito distribuído no período de doze meses terminado no final de Agosto passado, que, adicionado às novas aplicações em títulos, ultrapassou os 4,7 milhões de contos, quantitativo largamente superior ao incremento global dos depósitos, deduzido este do depósito do Tesouro, com características especiais. Este comportamento denota nítida intensificação do crédito concedido pela Caixa, em confronto com os valores anteriormente verificados, reflectindo, em grande parte, a política de estímulo à formação de capital que tem vindo a ser seguida. Relativamente às caixas económicas privadas, o crédito outorgado, em especial sob a forma de empréstimos e contas correntes caucionados, progrediu de Janeiro a Agosto a taxa bastante superior à obtida em igual período do ano precedente - 7,6 e 4,5 por cento, respectivamente.

For outro lado, após a rápida expansão verificada em 1969, os depósitos totais voltaram a acusar nos oito primeiros meses do corrente ano significativo acréscimo, imputável praticamente às modalidades a prazo, cujo incremento teria excedido os 300 milhares de contos. Como a progressão dos depósitos foi bastante superior à do crédito, a situação de tesouraria, que já era desafogada no final de 1969, beneficiou de novo reforço, que se traduziu essencialmente no aumento da aplicação de recursos em depósitos nos bancos comerciais, os quais totalizavam 1442 milhares de contos no final de Agosto. Por conseguinte, nessa data, a capacidade de expansão da actividade creditícia destes estabelecimentos mostrava-se relativamente elevada. No Banco de Fomento Nacional observou-se também expansão mais acelerada dos financiamentos realizados em benefício da metrópole e do ultramar. Como revela o quadro seguinte, de Janeiro a Agosto de 1970 a variação positiva dos saldos das operações a médio e a longo prazos elevou-se a 835 000 contos, contra 378 000 contos em igual período do ano anterior.

Empréstimos realizados e depósitos a prazo do Banco de Fomento Nacional

(Milhares de contos)

De igual modo, voltaram a progredir apreciavelmente os depósitos a prazo do Banco, com uma taxa de acréscimo de 33,7 por cento no período em análise. Prosseguiu, assim, o reforço da posição daqueles depósitos no cômputo global dos recursos financeiros da instituição. Além das operações a médio e a longo prazo da Caixa Geral de Depósitos, do Banco de Fomento Nacional e das caixas económicas, que, no seu conjunto, evidenciaram evolução particularmente favorável, com um acréscimo no período de Janeiro a Agosto que se cifrou em cerca de 14 por cento, dispõe-se ainda de outros indicadores sobre o comportamento do mercado de capitais.

No 1.° semestre do corrente ano, o montante total do capital das sociedades constituídas atingiu 989 000 contos, contra 959 000 contos em idêntico período de 1969. O acréscimo observado resultou, fundamentalmente dos capitais movimentados na constituição de: sociedades nos sectores da «Agricultura, silvicultura e pesca» (+ 87 300 contos) e da «Electricidade, água e gás» (+ 60 000 contos), que excederam a redução verificada para as «Indústrias transformadoras» (- 112 000 contos) e para o agrupamento do «Comércio, bancos, seguros e operações sobre imóveis». No que respeita ao valor do capital social das sociedades dissolvidas, verificou-se aumento de cerca de 48 000 contos.

Por outro lado, o quantitativo global dos títulos transaccionados, que nos dois últimos anos havia acusado expansão acelerada, revelou ligeiro decréscimo nos sete primeiros meses de 1970, em relação a igual período do ano anterior. Esta evolução foi determinada essencialmente pela contracção observada do lado das obrigações, que não foi compensada por um acréscimo reduzido nas transacções de acções (2,3 por cento).

Do mesmo modo, nas cotações de acções, que a partir de Agosto de 1968 vinham experimentando incremento rápido, registou-se certo afrouxamento da tendência para a alta. Em Agosto passado, o índice das cotações destes títulos na Bolsa de Lisboa evidenciava um acréscimo de 8,3 por cento sobre o valor registado em Agosto de 1969, enquanto que a subida correspondente ao período homólogo anterior fora de quase 36 por cento. Neste comportamento influiu essencialmente o diminuto acréscimo das cotações de acções do sector das «Indústrias transformadoras», que em 1969 haviam registado ampla valorização, e a diminuição do valor das acções referentes ao agrupamento da «Electricidade, água e gás». Em contrapartida,