Melhoraram bastante, por conseguinte, os resultados das liquidações referentes às transacções entre as províncias ultramarinas e a metrópole, parecendo de admitir que no corrente ano o saldo positivo da metrópole não atingirá valor semelhante ao que se obteve em 1069. Todavia, isto não significa que se hajam atenuado as pressões que sobre o funcionamento do "sistema de compensação e pagamentos interterritoriais" têm vindo a exercer os continuados desequilíbrios de pagamentos externos das províncias de Angola e Moçambique.

De facto, depreende-se do quadro X que os deficits líquidos cumulativos constituídos pelas citadas províncias no quadro desse sistema se elevaram, entre 1968 e 1969, de 2619 para 3 448 milhões de escudos e, entre os 1.°s semestres de 1969 e 1970, de 1652 para 1 704 milhões. E a importância dos débitos das mesmas províncias que aguardavam possibilidade de regularização somavam, segundo informações constantes do último relatório do Banco de Portugal, quase 5090 milhões de escudos no final de 1969, em comparação com 2930 no fim de 1968, devendo ter-se elevado ainda durante o ano corrente.

Posições liquidas cumulativas dos territórios nacionais

Origem: Quadro elaborado pelo Banco de Portugal como agente do sistema de compensação e pagamentos interterritoriais. Certo é que a maior parte dos aludidos "atrasados" de Angola e Moçambique tem vindo a ser financiada pelo sistema bancário metropolitano, enquanto os créditos, automáticos e especiais, outorgados pelo Fundo Monetário da Zona do Escudo aos Fundos Cambiais dessas províncias totalizavam já a importância de 1150 milhões de escudos.

A amplitude e a persistência dos desequilíbrios de pagamentos externos dessas províncias, particularmente na medida em que afectam as posições dos respectivos Fundos Cambiais, constituem, sem dúvida, problema de superior relevância e especial delicadeza, quer pelas repercussões que daí já têm resultado, quer pelas que poderão advir em próximo futuro, se adequadas providências para