natural que o stock monetário global se eleve; o que se torna preocupante é a tendência de diminuição sensível da produtividade desse stock, da sua transformação em bens e serviços, a indicar os efeitos não só daquelas características do crédito distribuído, mas também que parte dos meios de pagamento, que se admite elevada, corresponde a pura moeda inerte e que a moeda activa não tem sido utilizada satisfatoriamente.

Justificam-se cabalmente, assim, no entender da Câmara, os esforços que vêm sendo feitos, quer para melhorar estruturas e mecanismos- dos mercados do dinheiro, quer para ajustar mais perfeitamente a distribuição do crédito bancário às necessidades do desenvolvimento económico e, consequentemente, elevar a sua produtividade média.

Quanto à evolução no corrente ano dos meios de pagamento e seus factores, infere-se dos elementos do quadro XVI que, entre os 1.°* semestres de 1969 e 1970, se atenuou bastante o crescimento do stock monetário. E sobre as componentes fundamentais desse stock nota-se, em particular: ao passo que na primeira metade do ano passado a expansão interessou tanto os "meios imediatos" como os "meios quase imediatos" de pagamento (embora estes mais do que aqueles), no corrente ano ao acréscimo de 7,8 milhões de contos nos "meios quase imediatos" opôs-se um decréscimo de 5,8 milhões nos "meios imediatos".

Nos factores monetários o aumento do crédito bancário no 1.° semestre de 1970 em pouco ficou aquém do que se registara em igual período de 1969; mas as disponibilidades cambiais líquidas ocasionaram um efeito de contracção de 2125 milhões de escudos, quando no 1.° semestre de 1969 haviam determinado um incremento de 1026 milhões.

Dado que, como antes se viu, a quebra das mencionadas disponibilidades se projectou principalmente no Banco de Portugal, a emissão de "moeda legal" reduziu-se, no citado período de 1970, de 2478 "milhões de escudos, em contraste com a prática estabilidade observada um ano antes. Consequentemente, a expansão da "moeda escriturai pura" afrouxou muito menos do que a do stock monetário global.

Meios totais de pagamento

Muito possivelmente, a evolução dos meios de pagamento internos ter-se-á modificado na segunda metade do ano, por efeito, em particular, da melhoria da balança de pagamentos externos. Não será de supor, no entanto, que o crescimento do crédito bancário outorgado atinja nível semelhante ao notado em 1969. Postas as considerações precedentes sobre as variações dos meios totais de pagamento internos, seus factores e fontes de emissão, importará analisar, se bem que apenas nos seus aspectos mais significativos, as posições das diversas categorias de instituições de crédito que se incluem no referido sector monetário da estrutura bancária, pois assim se terá uma visão mais segura do comportamento recente do mercado monetário metropolitano.

Pelo que respeita ao Banco de Portugal, conclui-se dos elementos do quadro XVII que a sua emissão mo-