Entre os 1.º semestres de 1969 e 1970 prosseguiu o movimento ascensional de actividade nas bolsas, se bem que a cadência menos rápida do que entre 1968 e 1969.

De notar também que o montante global das transacções de títulos realizadas fora das bolsas quase duplicou entre 1968 e 1969, reduzindo-se, porém, entre os 1.º semestres do ano passado e do corrente ano. Para a referida expansão das operações sobre títulos dentro e fora das bolsas terão concorrido, quer as fusões de empresas que se efectuaram, quer os aumentos de capital de diversas sociedades anónimas, quer ainda a taxa de juro mais alta das novas emissões de títulos de rendimento fixo. Mas, como é óbvio, uma grande parte das operações (talvez a maior fracção, atendendo a que não terá subido grandemente a oferta de novos títulos de acções e de obrigações) correspondeu a simples rotação de fundos em mercado. Aliás, num mercado de pequenas dimensões como o nosso, as repercussões de factores da natureza dos indicados tendem a ser muito extensas. Entre 1968 e 1969 o índice geral das cotações dos títulos de rendimento variável na Bolsa de Lisboa apresentou uma alta extraordinariamente sensível, em contraste flagrante com a quebra, embora de pequena amplitude, registada um ano antes, e essa elevação interessou principalmente os grupos de acções de "Bancos", de "Seguros" e de "Transportes e comunicações".

A avaliar pelas variações dos índices médios dos períodos de Janeiro-Agosto de 1969 e 1970, a subida das cotações dos títulos de rendimento variável prosseguiu, e até se intensificou, no ano corrente, mas agora abrangendo todas as classes de títulos.

(Base: 30 de Junho de 1950-100)

Ao contrário, os índices de cotações dos títulos de rendimento fixo decaíram de 1968 para 1969 e, mais sensivelmente ainda entre os ditos períodos de Janeiro-Agosto de 1969 e 1970, comportamento que fundamentalmente decorre do efeito de mais elevadas taxas de juro das novas obrigações emitidas sobre as cotações dos títulos antes colocados no mercado e em circulação. Nos empréstimos hipotecários, em que predominam as hipotecas sobre prédios urbanos, o montante dos novos contratos celebrados atingiu 7 334,4 milhões de escudos em 1969, contra 5 787,9 milhões em 1968 e 5 837 milhões em 1967. For outro lado, o valor dos cancelamentos variou de 3 245 milhões de escudos em 1967 para 2 939,8 milhões em 1968 e 3 623 milhões no ano passado.

Consequentemente, o excesso do valor dos contratos sobre o dos cancelamentos de hipotecas aumentou de 2092,1 milhões de escudos em 1967 para 2848,6 milhões em 1968 e 3 711,4 milhões no ano passado. E entre os 1.° semestres de 1969 e 1970 o dito excesso voltou a aumentar de 1 634,4 para 1 848,5 milhões de escudos.

Estes valores suo perfeitamente elucidativos das dimensões adquiridas por este sector do mercado de capitais e, bem assim, da tendência para o seu crescimento