Não quereria faze-lo sem abordar também o aspecto, aqui várias vezes trazido & solução, doa problemas morais que levanta o espectáculo cinematográfico.
Quero afirmar que o experiência de outros países, e até alguma experiência em Portugal, me levam à rejeitar quaisquer pseudo-soluções mo género dos "códigos de produção" ou das "ligas de decência".
Pelo contrário, procurando pessoas que tenham, para adem dos outros requisitos, cultura, cinematográfica -porquanto, sem isso, molda feito-, aceito o princípio da classificação de filmes por idades.
Haverá, e como disse, que rever os critérios, os limites de idade e qualificação das pessoas que classificam.
Quanto à censura, julgo necessário começar imediatamente a substituí-la por uma ampla educação cinematográfica.
Como escreve, no seu livro Cinema, Fé e Moral, René Ludmen:
Os deãos do cinema diminuem à medida que o espectador está consciente deles e pode "afrontar" uma película: a nocividade é proporcional à passividade. Por outro lado, os elementos positivos de uma película têm mais probabilidades de serem descobertos e assimilados quando o espectador tem tendência paro os procurar.
Sr. Presidente: Ser-me-á naturalmente perdoado que quase só episodicamente me tenha referido ao teatro.
Quereria terminar, dando a minha aprovação na generalidade a ambas as propostas e lembrando, ainda sobre o cinema, o pensamento de um sociólogo contemporâneo da craveira de Edgar Morin 9:
É certo que, desde que surgiu à superfície da Terra, sempre o homem alienou as suas imagens, fixando-se em osso, em marfim ou na parede dos cavernas. E certo que o cinema pertence & mesma família dos desenhos rupestres dos Eyzies, de Altamira e Lascaux, das representações sagradas e profanas, dos mitos, das lendas e da literatura ...
Nunca, porém, a tal ponto incarnados no próprio mundo, nunca tal ponto a contas com a realidade natural.
[...]. Pela primeira vez, enfim, por intermédio da máquina e a sua semelhança, se projectaram e objectivaram os nossos sonhos.
Fabricados industrialmente, suo colectivamente partilhados.
Retomam contacto com a nossa vida desperta, a fim de modelá-la, de nos ensinarem a viver ou a não viver. Ou os reassumíamos, socializados e úteis, ou eles se perdem no nosso Intimo e nós nos perdemos neles.
[...]. Há que tentar interrogá-los - isto é, reintegrar o imaginário na realidade do homem.
O Sr. Presidente: - Srs. Deputados: Vou encerrar a sessão.
Amanha haverá sessão a hora regimental. A primeira parte da ordem do dia será preenchida pela apreciação e apresentação de reclamações sobre a última redacção do texto aprovado pela Comissão de Legislação e Redacção para o decreto da Assembleia Nacional sobre a designação pelas respectivas corporações dos vogais que fazem porte dos organismos de coordenação económica, em representação das actividades por eles coordenadas. Este texto encontra-se no Diário das Sessões, n.º 64, hoje distribuído.
A segunda parte da ordem do dia será dedicada à continuação da discussão na generalidade das propostas de lei sobre a actividade teatral e sobre a protecção ao cinema nacional.
Está encerrada a sessão.
Eram 18 horas e 10 minutos.
Srs. Deputados que entraram durante a sessão:
Agostinho Gabriel de Jesus Cardoso.
Albino Soares Pinto dos Beis Júnior.
António Júlio dos Santos Almeida.
António de Sousa Vadre Castelino e Alvim.
Duarte Pinto de Carvalho Freitas do Amaral.
Fernando David Laima.
Francisco Joio Caetano de Sousa Brás Gomes.
Francisco José Pereira Pinto Balsemão.
Gustavo Neto Miranda.
Henrique dos Santos Tenreiro.
João Manuel Alves.
João Pedro Miller Pinto de Lemos Guerra.
Joaquim Germano Pinto Machado Correia da Silva.
José Dias de Araújo Correia.
José Gabriel Mendonça Correia da Cunha.
José de Mira Nunes Mexia.
José Vicente Fizarro Xavier Montalvão Machado.
D. Luzia Neves Pernão Pereira Beija.
Manuel Elias Trigo Pereira.
Manuel Joaquim Montanha Pinto.
Manuel José Archer Homem de Mello.
D. Maria Raquel Ribeiro.
Olímpio da Conceição Pereira.
Rafael Valadão dos Santos.
Rogério Noel Peres Claro.
Teófilo Lopes Frazão.
Ulisses Cruz de Aguiar Cortês.
Srs. Deputados que faltaram á sessão:
Alexandre José Linhares Furtado.
Antão Santos da Cunha.
Augusto Domingues Correia.
Deodato Chaves de Magalhães Sousa.
Fernando do Nascimento de Malafaia Novais.
Francisco de Nápoles Ferraz de Almeida e Sousa
Henrique José Nogueira Rodrigues.
Joaquim Carvalho Macedo Comia.
Jorge Augusto Correia.
José Guilherme de Melo e Castro.
Júlio Alberto da Costa Evangelista.
Manuel Monteiro Ribeiro Veloso.
Pedro Baessa.
Rui Pontífice Sousa.
Victor Manuel Pires de Aguiar e Silva.
O Redactor - Luís de Avlleez.