e competência, para facultarem os conhecimentos indispensáveis aos diversos ramos da actividade cinematográfica.

Sr. Presidente: Apreciados de uma forma breve alguns aspectos que nos parecem mais relevantes do projecto de lei e do parecer da Câmara Corporativa, não queremos deixar de referir a corajosa atitude do Governo em, numa época de crise geral da indústria do cinema ou por isso mesmo, procurar lançar os fundamentos que permitam o ressurgir da actividade daquilo a que se poderá chamar «o novo cinema português».

Importa, contudo, que todos se compenetrem das realidades em que se movimentam - da pequena dimensão do mercado interno, da ausência quase total de infra-estruturas, da débil capacidade financeira face às grandes co-produções -, de forma que possamos criar uma actividade que, embora reduzida, assente em bases sólidas e realistas. E, assim, complexa e grave a opção que se tome, convindo que, frente às dificuldades do momento, os empresários não orientem a sua capacidade de realização, como muitas vezes acontece, na edificação de grandes estúdios ou na aquisição de dispendiosos maquinismos.

Estamos convictos de que uma das razões do fracasso da indústria em Portugal foi antes de tudo um problema de deficiente programação, o que determinou um coeficiente de investimento exagerado em relação às possibilidades financeiras das empresas.

Esgotado o capital, o recurso ao crédito torna-se inevitável, com o agravamento dos respectivos juros. Como, em contrapartida, a rendibilidade do investimento só em pequena escala (e nem sempre ...) e a longo prazo se verifica, fácil é encontrar a razão das dificuldades e crises de sobrevivência que assoberbam, de uma maneira geral, as entidades ligadas ao cinema.

A agravar os condicionalismos existentes que marcam um sentido regressivo na indústria de cinema, acresce ainda o aparecimento recente das cinc-cassettes e video-cassettes, cuja industrialização se prevê seja um facto a curto prazo.

Queremos crer, contudo, que, a despeito das limitações impostas por um mercado reduzido, o País tem em si próprio potencialidades bastantes para justificar o interesse económico e cultural de uma indústria de cinema. Basta, para tonto, que, correspondendo à boa intenção do Governo, os homens procurem agir com bom senso e justo sentido das realidades.

Tenho dito.

O orador foi cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados: vou encerrar, a sessão.

Amanhã haverá sessão à hora regimental, tendo como ordem do dia a continuação do debate na generalidade sobre as propostas de lei relativas à actividade teatral e à protecção ao cinema nacional.

Está encerrada a sessão.

Eram 18 horas e 25 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

António de Sousa Vadre Castelino e Alvim.

Camilo António de Almeida Gama Lemos de Mendonça.

D. Custódia Lopes.

Eleutério Gomes de Aguiar.

Francisco José Pereira Pinto Balsemão.

Francisco de Meneada do Casal-Ribeiro de Carvalho.

João António Teixeira Canedo.

João Pedro Miller Pinto Lemos Guerra.

Joaquim Jorge Magalhães Saraiva da Mota.

José Coelho Jordão. José da Costa Oliveira. José Dias de Araújo Correia. José Maria de Castro Salazar.

José Vicente Pizarro Xavier Montalvão Machado.

Júlio Dias das Neves.

Luis Maria Teixeira Pinto.

Manuel José Archer Homem de Mello.

Maximiliano Isidoro Pio Fernandes.

Rogério Noel Peres Claro.

Ulisses Cruz de Aguiar Cortês.

Vasco Maria de Pereira Pinto Costa Ramos.

Srs.. Deputados que faltaram à sessão:

Alexandre José Linhares Furtado.

Amílcar Pereira de Magalhães.

Antão Santos da Cunha.

António Bebiano Correia Henriques Carreira.

Deodato Chaves de Magalhães Sousa.

Duarte Pinto de Carvalho Freitas do Amaral.

Fernando Artur de Oliveira Baptista da Silva.

Fernando Augusto Santos e Castro.

Francisco Manuel de Meneses Falcão.

Francisco de Nápoles Ferraz de Almeida e Sousa.

Henrique José Nogueira Rodrigues.

Henrique dos Santos Tenreiro.

João Ruiz de Almeida Garrett.

Joaquim Carvalho Macedo Correia.

José Guilherme de Melo e Castro.

José da Silva.

Júlio Alberto da Costa Evangelista.

D. Luzia Neves Pernão Pereira Beija.

Manuel Marques da Silva Soares.

Manuel Monteiro Ribeiro Veloso.

Pedro Baessa.

Rui Pontífice Sousa.

Victor Manuel Pires de Aguiar e Silva.

Requerimentos enviados para a Mesa durante a sessão:

Vasco da Gama e Suas Viagens e Descobrimentos (editada pela Câmara Municipal de Lisboa).

Sala das Sessões, 14 de Janeiro de 1971. - O Deputado, .Inflo Nuno Pimento Serras e Silva Pereira.