Penal e é o quando altera aquele ambiente pacifico que deve justamente imperar nas sociedades bem organizadas, mormente num momento, como este, que, como V. Ex.ª muito bem frisou, é um momento de guerra, em que nós estamos empenhados e que todos não somos de mais para continuar e para a vencer.

O Orador: - Muito obrigado pela achega de V. Ex.ª e pela generosidade das suas palavras no que a mim se referem.

É preciso, é indispensável, passar-se & acção contra os dirigentes, aliás reconhecidos, da provocação falsa e hipocritamente rotulada de "movimento estudantil para uma Universidade melhor"!

Os três ramos das nossas forças armadas, fiéis ao juramento que prestaram, têm sabido cumprir o seu dever com o maior sacrifício e a mais denodada valentia. Combatendo num clima hostil contra um inimigo que actua no seu ambiente, amparado, drogado e armado pelas potências neocolonialistas a quem a nossa determinação de ficar incomoda, porque nega a bolchevização de todo o continente africano, os Portugueses têm escrito páginas que só o tempo glorificará devidamente.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Ninguém vai para África combater por gosto; ninguém passa longos meses ao calor tórrido e à inclemência do tempo, longe dos seus e com prejuízo da sua vida, constantemente em perigo, sem ser por perfeita noção da honra e do dever! É preciso, portanto, que na retaguarda se lhes dê o amparo devido, a certeza de que o seu esforço não é vão e de que quando regressarem encontram a Nação inteira grata pelo sacrifício feito em seu favor!

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - É preciso que desta Assembleia saia de vez em quando um brado de confiança, de reconhecimento, de solidariedade para com esses bravos que, longe da política, zelam por aquilo que apenas interessa à continuidade da Pátria!

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - Sei bem os riscos que corro, quero dizer os incómodos a que me arrisco, ao levantar a minha voz paira afirmar solenemente que nós, os políticos, também estamos atentos ao desenrolar dos acontecimentos; Atentos e preocupados com o caminho que levam centos atitudes, que se prendem directa ou indirectamente com a luta travada no ultramar, leitmotiv dos slogans subversivos ditos s escritos em quase sadias os Universidade do País, por elementos a elas estranhos, visando aquilo que, hipocritamente, denominam de "guerra colonialista"!

E, infelizmente, esses slogans já chegam a Igreja, onde certos padres progressistas actuam, declaradamente, no sentido de criar ao povo, ao bom povo da nossa terra, a errada noção de que os seus filhos vão para África para defesa de interesses imperialistas! E é a aparente passividade de quem pode mudar o rumo das coisas e das atitudes que preocupa, pois parece reforçar, não a moral da Nação, mas a vontade e os intentos da antinação, ou seja do comunismo internacional.

Como português e como político, com espírito verdadeiramente legionário, eu lanço desta bancada da Assembleia Nacional um apelo ao País para que se mantenha unido em volta do seu Supremo Magistrado, do Governo e do seu Chefe, das forças armadas e de todos aqueles que têm dentro de si o sentimento da honra e do dever; apelo igualmente para alguns Srs. Deputados para que esqueçam por momentos as suas próprias tendências políticas e pensem apenas que são portugueses mandatários do povo, e por ele se batam efectivamente, preservando-o da tragédia em que cairia se a autoridade se pendesse, a subversão campeasse e a revolução destruísse mais de oito séculos de história, que inclui, necessariamente, e por mais que a alguns custe ouvir, os quarenta anos de regime que uns tantos renegam, outros ignoram e ao qual tantos devem a própria vida, como cidadãos e como portugueses! A Pátria voltou a estar em perigo. Em torno dela nos devemos unir sem discussões estéreis nem condições inadequadas ao momento.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Pinto Machado: - V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Faça favor.

O Sr. Pinto Machado:- Eu desejava, já que o Sr. Deputado Casal-Ribeiro faz realmente um apelo que, creio, muito toca a todos nós, em primeiro lugar prestar sinceríssima homenagem aos sentimentos do mais são patriotismo que S. Ex.ª, uma vez mais, evidencia e que, de resto, já particularmente lhe declarei.

Também eu, e já o fiz por mais de uma vez, denuncio, como opostos aos interesses do País, extremismos que visam uma destruição da sociedade e que em muito ultrapassam os parâmetros do regime vigente, para se referirem a toda uma estrutura social que habitualmente se designa como "o Mundo Ocidental".

Pretendem violentamente impor uma nova ordem, passe o termo ...

O Orador: - Uma nova desordem!

O Sr. Pinto Machado: - ... que, no fundo, se desconhece qual é, mas que, pelos exemplos que pelo mundo fora se nos deparam, não parece, pelo menos para mim não é, aliciante.

Claro que a sociedade, como organismo vivo que é, não é aniquilada só por actos directamente destrutivos. Um organismo vivo também é destruído por todas as medidas que impeçam o seu desenvolvimento. A atrofia também conduz à morte. E com os mesmos sentimentos que anima o Sr. Deputado Casal-Ribeiro, eu apelo também para o Governo, a fim de que, com igual vigor, denuncie e combata os extremismos opostos que -como o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, na sua primeira conferência de imprensa e na resposta a um jornalista, denunciou-, não desejando, no mínimo que seja, perder qualquer dos seus interesses, se impõem às medidas de renovação indispensáveis ao urgente desenvolvimento do País, sem as quais a própria defesa do ultramar se torna impossível.

São aquelas atitudes que já aqui têm sido denunciadas, explícita ou implicitamente, por Deputados do ultramar - ultimamente, me recordo, pelo Sr. Deputado David Laima - e que impediram ou impedem um desenvolvimento que está perfeitamente ao alcance dessas províncias atingir; que impediram, por exemplo, que, mais tarde do que seria realmente conveniente, se estabelecesse no ultramar um ensino superior; que combatem toda uma política industrial que, através da libertação