determinação mais definitiva. Infelizmente, não poderá prosseguir no caminho de novos experiências desde que, aos 14 anos, por razões várias, interrompa os seus estudos escolares. È que no 2.º sido, ao lado de matérias comuns, prossegue o jogo das opções, agora visando uma melhor escolha da futura carreira, com a frequência dos liceus clássicos, técnicos e artísticos.

O alargamento da escolaridade para os oito anos e a modificação Ana estruturas escolares chocara-se com as graves carências de edifícios e de professores.

Se tivermos presente que caminhamos para a escolarização do grupo etário completo, utilizando estabelecimentos para os alunos normais, para os deficientes e também para os 'superdotados, verificamos ser enorme o esforço a realizar ao nível do 1.º ciclo secundário. Assim, como disse o Dr. José Sampaio (A Capital, de 22 de Janeiro de 1971), em 1968-1069 havia em Portugal continental 056,1 milhares de crianças dos 11 aos 14 anos, das quais se encontravam escolarizadas 384,3 milhares, pelo que a escolarização completa corresponderia a um aumento de 278,8 milhares. Corrigido este último número para 260 malhares, conclui-se, serem precisos mais 260 estabelecimentos (de 1000 alunos cada um) e mais 16 400

Eis por que somos de parecer que, a curto (prazo, teremos de continuar a utilizar os escolas primárias e seus professores (5.ª e 6.ª classes). Por outro lodo, dado que os escolas do ensino secundário mio se dispersam como as do ensino primário, creio que talvez fosse de encarar a hipótese, 4e futuro, de considerar a escola elementar com cinco classes, pelo que o ingresso no secundário se faria aos 11 anos.

Os números acima indicados revelam não ser em vão que o Ministro da Educação apela para uma mobilização geral para ganhar a "batalha da educação". Precisamente, ao nível do 1.º ciclo assistiremos a grande "explosão escolar". Deixa-o prever a "Estimativa da População de 1961 a 1986", elaborada, para o distrito de Braga, pelo G. E. P. A. E.

[...ver tabela na imagem]

A importância deste novo período concede a prioridade a construção' de escolas para o ciclo preparatório, e todas as câmaras do distrito de Braga se afadigaram em obter terrenos, em arrendar, casas, em procurar contratos com colégios existentes nas respectivas sedes. Em alguns a solução foi simples, embora provisória (Guimarães, Celorico de Basto, Vieira do Minho e Vila Verde dispõem de casa camarária ou arrendada), noutros casos há colégios que alugam parte das suas instalações (Esposando) ou que não o desejam fazer (Cabeceiras de Basto), em certas terras erguem-se solas pré-fabricadas (Barcelos e Fafe) ou utilizam-se os edifícios do Liceu e da Escola Técnica (Braga e Barcelos); Amares (prevê uma adaptação), Terras de Bouro e Vila Verde (já com terreno), o mesmo sucedendo com Cabeceiras de Basto, acabam por garantir a cobertura do distrito, embora tenhamos de confessar que sem um sistema de transportes escolares ou sem a criação de outras escolas (está já criada a escola de Vizela, aguardando-se apenas a aquisição do terreno) será sempre deficiente. Mas esse esforço, por vezes, ultrapassa a capacidade económica dos câmaras, convindo que o Estado chame a si tais despesas.

O ensino secundário acaba por tornar-se, como se costuma dizer, um "ensino de massa". Esbatem-se as "hierarquias" 'entre os ramos do mesmo grau de ensino, para surgir uma "escola comum e média", em que os alunos terno de ser "estudantes", isto é criadores de um trabalho pessoal. Ao lado de um "tronco comum" de matérias vamos aparecer um conjunto de "opções", visando permitir ao aluno, em plena actividade, dar conta das suas aptidões, encaminhando-se, mais conscientemente, para uma carreira escolar ou profissional. Deve ser também preocupação da escola dar ao jovem a compreensão do mundo presente, através do estudo de casos concretos, veiculados pelos modernos meios de comunicação (mas média). Estes meios acabam, alias, par constituir uma verdadeira escola - "escola paralela" lhes chamou Friedman - que fornece variados conhecimentos, faculto experiências e torna mais precoce, intelectual e afectivamente, o jovem.

Vai mais longe a sim influência: faz ruir um ensino baseado no professor enquanto fonte única do saber. No entanto, e por paradoxal que pareça, a peida desse "monopólio" foz ganhar ao professor uma outra dimensão, na linha da mais velha e pura tradição docente: a de "educador", chamado a auxiliar o educando a tornar-se pessoa, afinando-lhe a sensibilidade, através de uma educação artística, desenvolvendo-lhe o espírito crítico, desse modo evitando que ele se deixe submergir pelas vagas de informações, tantas vezes desencontradas, recebidas pela imprensa, radio, cinema, televisão e outras fontes. Neste sentido como que adquire a função de "filtro", tonto móis indispensável quanto a família vem perdendo tal papel. Eis por que se impõe, igualmente, a entrada e nos programas do ensino secundário das "ciências humanas". Formar o homem e o cidadão continuam a ser objectivos da escola.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: -Se como dissemos, no ensino secundário ganha relevo o propósito da "orientação escolar", há que cuidar de criar os meios a essa missão indispensáveis. Os professores, a não ser por autodidactismo que os leva à frequência de alguns cursos, não receberam preparação específica para tal serviço.

Por outro lado, são poucos os investigadores e os centros existentes no País: um de natureza (o Instituto de Orientação Profissional) e dois particulares (em Lisboa e Porto).

Creio que se torna indispensável agrupar tais elementos, para com eles constituir "brigadas", que percorreriam as capitais de distrito, onde ficariam localizados outros órgãos de apoio. De tais brigadas e centros fariam parte, obrigatoriamente, o médico escolar, o pedagogo, a assistente social. Deste modo, poder-se-ia planificar uma política de assistência médica, psicológica e social, para uso de alunos, de pais e de professores.

Para concretizar esta orientação, urge começar também por (resolver o problema da saúde escolar, reestruturando os respectivos quadros. É que, presentemente, e para uma acção em 322 estabelecimentos do ensino secundário (é excepção San tarem, com incidência no ensino primário) existem apenas 105 módicos, o que atribui, em média, a cada um uma população escolar de 2019. Esclareço que se encontram valores excessivamente elevados.