Quer dizer que a riqueza dos três distritos do Noroeste português se reparte muito desigualmente, mas talvez de acordo com a estrutura da população activa e que era na altura do último censo.

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Embora hoje seja com certeza muito diferente a distribuição da população pelos diferentes estratos e tenha diminuído substancialmente a percentagem de activos na agricultura e não banhamos elementos exactos, sabemos que essa tendência já vem de longe nos dois distritos, do Minho e que o decréscimo foi, em relação aos últimos censos de população, de:

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Ora, é do conhecimento geral que foi sobretudo ma década de 60 que se acelerou a emigração mo continente e assustadoramente no Norte, com incidência marcada no Minho, de agricultura empobrecida e indústria sem projecção.

Quando nos embevecemos com os encantos de Viana, das suas rabeiras e dos suas montanhas, do seu folclore, dos seus cantares, du sua garridice, talvez a maior parte não atente em algumas realidades que os números, com a sua frieza, indicam. Socorrendo-me sobretudo de elementos recolhidos pelo Prof. Engenheiro Agrónomo Castro Caldas, estabelecerei comparação, e novamente com os outras distritos da sub-região litoral, em relação às suas possibilidades potenciais.

A percentagem da superfície produtiva na superfície total é:

Braga 89

O que coloca este último distrito em situação de nítido desfavor. Mas vejamos ainda mais elementos, agora respeitantes a percentagem da superfície improdutiva e inculturável na superfície total:

Braga 7,2

Porto 4,2

Não quero continuar a maçar muito mais VV. Ex.ªs com a citação de números, e se o faço é não só para lembrar coisas que parecem esquecidas, mas que relatórios sobre relatórios contêm, como também como forma segura de apresentar um quadro que, mesmo no meu distrito, nem todos atentam e que, com o interesse que é posto no acompanhar atroavas da imprensa, a quem, presto a minha homenagem pela preocupação de dar uma visão geral dos problemas focados nesta Assembleia, desperte vontade de acção que tanta falta faz.

Apontando somente que no distrito de Viana as áreas e florestal são sensivelmente inferiores às dos restantes distritos do Noroeste, pretendo ainda referir que a percentagem, de superfície produtiva inculta na superfície total é como segue:

o que quer dizer que, enquanto o distrito do Porto está quase totalmente aproveitado, no de Viana ainda há mais de uma quinta parte susceptível de ser posta em produção. Enquanto o Porto, agrícola e florestal, necessita de aperfeiçoar-se nos seus métodos, em Viana, além disto - e é imenso! -, há ainda muita terra opta ao fomento de culturas e na qual haverá uma larga predominância de cultura florestal a implantar numa parte apreciável das áreas, e que a ela terão de ser dedicadas.

Vejamos agora a posição da indústria e analisemos, através de elementos referentes aos mesmos distritos da sub-região norte, a contribuição que ela traz para o seu desenvolvimento na criação de riqueza.

Comecemos por analisar os valores referentes ao capital fixo existente.

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O distrito de Viana do Castelo não valia industrialmente em 1957-1959 e em 1964 senão 1,9 por cento e 3 por cento do conjunto dos três distritos do norte litoral.

E isto com a gravidade enorme de se saber que em condições normais o progresso industrial alastra a volta das unidades existentes e que a aceleração desse mesmo progresso está particularmente ligada às empresas dinâmicas, que são factores de aceleração do progresso industrial e regional.

E não podemos pensar ter uma região globalmente forte sem um incremento substancial e rápido do equipamento industrial, que bem expresso nos elementos apresentados é dramaticamente baixo, too baixo que não julgamos possível a sua elevação sem uma intervenção decidida de forças externas que, apoiando as iniciativas singulares que vão despertando, e, ainda mais promovendo-as, se localmente não aparecem.

Ligado intimamente a este capital fixo está o valor liquido do produto obtido.

No seu conjunto, os valores líquidos da produção foram em 1957-1959 e em 1964:

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