sideradas com uma visão ao mesmo tempo conjunta e separada no planeamento industrial, digo melhor, ao na atribuição de novas indústrias e na ajuda ao seu desenvolvimento pela criação, por exemplo, de parques industriais, se tem em conta ao mesmo tempo uma e outra cidade, alternando-se com honestidade e saber os benefícios de infra-estruturas e de indicação de (posições, ah, pois estão benvindo seja esse polo! Não posso, porém, deixar de chamar a atenção para o facto de que, enquanto o desenvolvimento de Braga se deu, sobretudo, na base do sector público e do terciário em geral, em Guimarães foi sempre muito mais intenso o desenvolvimento comercial e industrial.

O verdadeiro pólo natural ali é o eixo já citado Guimarães-Santo Tirso, com Guimarães (cidade), Taipas, Pevidem e Vizela, no concelho de Guimarães, com Re-bordões, Santo Tirso (vila) e Bougado, no concelho de Santo Tirso, e com o Bairro, Lousada e Ribeirão, no concelho de Vila Nova de Famalicão.

Esto eixo tem já hoje uma continuidade urbana que, dada a orografia, nunca se poderia estabelecer entre Guimarães e Braga, e apresenta um desenvolvimento industrial e uma densidade de população já preparada por antiga tradição industrial dificilmente ultrapassável em qualquer zona do País.

Pelo que respeita aos problemas da saúde pública, há em todo o Norte, que estamos a considerar, um longo caminho a percorrer.

Deixando os assuntos gerais que afligem a maior parte do País, referir-me-ei ao caso trágico da mortalidade infantil no Norte e, especialmente, em Guimarães, para o qual já se chamou a atenção do Governo, não só aqui na Câmara, como directamente, tendo sido anunciadas providências que, na ordem prática, não notei começassem a ser efectivadas.

Há ainda outro ponto que, pela sua, transcendente importância, eu queria voltar a assinalar, repetindo o que já disse nesta Assembleia.

Criada pelo Decreto-Lei n.º 44 741, de 29 de Novembro de 1962, a região hospitalar com sede em Guimarães e constituída pelos "concelhos limítrofes de Fafe, Celorico de Basto, Cabeceiras de Basto, Mondim de Basto, Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira", e informado pelos mais altos representantes dos Ministérios das Obras Públicas e da Saúde que a prioridade de construção do respectivo hospital o colocaria em quarto ou quinto lugar, logo o passaram em 1965 para décimo quinto, isto é, para o fim da lista. E, no entanto, este hospital interessa a uma população de mais de SOO 000 pessoas, e a escassez de recursos hospitalares era e é tão grande que o citado decreto o reconheceu ...

A quem anda nestas lides de chamar a atenção do Governo para as necessidades dos povos e de dizer aos povos das esperanças ou das certezas que o Governo lhes faz antever ou lhes promete, eu direi que este caso do Hospital de Guimarães é dos mais tristes que tenho conhecido. Estudado conscienciosamente o problema no Ministério da Saúde e no Ministério das Obras Públicas, discutido largamente o assunto, posto o problema nesta Câmara, o Governo entendeu por bem, e de acordo com o que se tinha passado aqui quando da lei de definição do regime hospitalar, criar a região hospitalar de Guimarães.

Não era virgem criar-se uma região numa terra que não é capital de distrito é outras estão criadas.

O Ministro das Obras Públicas e os Ministros da Saúde de então garantiram-nos - foi há anos - que o Hospital de Guimarães seria o quarto ou o quinto a ser construído.

Assim, cientificamente, o Hospital de Guimarães passou de quarto ou quinto nas promessas do Governo, que foram transmitidas aos povos, para décimo quinto, e logo surgiu baixinho aqui em Lisboa o argumento de que Guimarães e a capital do distrito eram muito próximas e que todos os hospitais deviam ser concentrados. Ora, a verdade é que a proximidade é um argumento de dois gumes, e se a capital do distrito é muito próxima de Guimarães para se poder aí construir mais hospitais e irem os doentes daquelas bandas para lá, a recíproca também é verdadeira, e o caminho para os doentes ficará mais curto e mais ameno se os de toda a região decretada para Guimarães tiverem o seu hospital normal em Guimarães e os hospitais de uma e de outra região entrecruzarem, quando necessário, os seus serviços.

Tenho esperança de que o clarividente Ministro dá Saúde, que é, além de profundo conhecedor da região, um homem justo e tempera as propostas dos técnicos, às vezes mal informados, com o sábio molho do seu valor político, já tenha tomado posição neste tão doloroso como grave caso.

Quanto ao ensino nos seus diferentes escalões - e, Sr. Presidente, ao falar de ensino não posso deixar de elogiar vivamente as ideias rasgadas do actual Ministro da Educação agora em discussão pública -, alguma coisa terei também para dizer.

Pelo que respeita a escolas primárias, posso fazer, de certa maneira, a mesma afirmação que fiz para os melhoramentos rurais e para os pequenos melhoramentos urbanos: câmaras que têm sabido trabalhar têm uma rede de escolas primárias melhor do que aquelas que se esqueceram de que é por aí que se começa e que um dos empreendimentos mais rentáveis em que o homem pode investir é o do desenvolvimento, para uso próprio e até para exportação, da sua massa cinzenta. Há, porém, casos bem feristes, e cito o do Plano dos Centenários, com que o Doutor Salazar quis marcar aquela data célebre: houve câmaras que não chegaram mesmo a apresentar os seus programas!

Se é preciso, para bem dos povos que não têm culpas, colmatar rapidamente essas brechas, não se pode esquecer que o atraso de muitas terras ou de certos sectores da vida de muitas delas se deve aos seus próprios elementos.

Quanto a liceus e a escolas industriais (emprego a terminologia legal ainda vigente), também não terá havido dificuldades de maior.

Pelo que respeita a escolas industriais e comerciais, queria apenas chamar de novo a atenção para a de Guimarães, que está superlotada, melhor, que ficou com a lotação esgotada logo na sua inauguração e já foi cons-