(deu-o que importa ser lúcido e estar atento, para que se não confunda reformismo com reinendismo: aquele é transformação, este é permanência disfarçada de evolução).

Pois a minha mentalidade, essencialmente reformista, foi sumamente sensível ao espirito reformador de estruturas e, sobretudo, de mentalidades que impregna a comunicação do Sr. Presidente do Conselho.

Desejo manifestar também a minha profunda satisfação pelo modo expresso e expressivo com que 8. Ex.ª se referiu à pessoa e à nação do Sr. Ministro da Educação Nacional. À inteligência mais limitada recusaria admitir que uma reforma da envergadura da que foi proposta para o ensino não tivesse a aprovação decidida do Chefe do Governo, até pelas implicações económico-sócio-políticas inerentes à disponibilidade dos meios indispensáveis à sua efectivação e pelas consequências, nesses mesmos domínios, da sua prática. Mas foi, de facto, oportuníssimo o inequívoco apoio firme que o Sr. Presidente do Conselho exprimiu, perante o País, ao homem simples e bom, ao cidadão consciente e digno, ao universitário dedicado e apaixonado, ao governante lúcido e diligente, esforçado até ao sacrifício, generoso s paciente até à aceitação serena da, calúnia vil e da provocação desrespeitosa, apoio a quem afinal tomou n sério a incumbência que lhe foi cometida de desencadear, orientar e vencer a "grande, urgente e decisiva batalha da educação: José Veiga Simão. Personalidades destas, Sr. Presidente, não valem só pelo que realizam, mas mais ainda pelo aumento das reservas de esperança que o seu exemplo provoca no coração desiludido dos homens.

O Sr. Júlio Evangelista: -V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Faça favor.

O Sr. Júlio Evangelista: - Desculpe V. Ex.ª interrompê-lo, mas faço-o para sublinhar em parte as palavras que acaba de proferir. Vindo aã palavras de V. Ex.ª a propósito da notabilíssima comunicação do Chefe do Governo proferida ontem perante as câmaras da televisão e na radio, para todo o Pais, eu, .sem deixar de prestar a minha homenagem ao Sr. Ministro da Educação Nacional, cujo labor todo o Pais respeita e compreende, preferiria, como político e como Deputado eleito para esta Câmara, que a tónica do dia de hoje fosse posta nu eminente personalidade do Chefe do Governo, porque toda a reforma da educação nacional, como todas as grandes reformas da economia, como toda a obra que se está a fazer .nos domínios do social, da saúde, das obras públicas ..., neste momento de viragem da vida portuguesa, cheio de dificuldades e de incertezas, mas de confiança na chefia, tudo isso só é possível devido à liderança espantosa, dignificante, dó Chefe do Governo, que nos imprime a todos a segurança e a f é dos estadistas de excepção.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Júlio Evangelista: - Os Ministros do Prof. Marcelo Caetano são os colaboradores do Chefe do Governo, excelentes e dignos colaboradores, mas actuam sob a sua inspiração e sob a sua égide. (Apoiados.) Vi nós próprios que aqui estamos nesta Câmara e eu estou lia quadro legislaturas, Sr. Deputado Pinto Machado- não temos a mais pequena dúvida de que estamos .aqui por Marcelo Caetano, sob a confiança do Chefe do Governo, disciplinadamente, paru seguir a sua orientação nos pontos essenciais, desde miin, que sou o mais humilde ....

(Não apoiados) até outros, que soo os mais notáveis, porque o eleitorado não foi substantivamente por nós que se decidiu; o eleitorado, quando nos pôs-aqui, foi por Marcelo Caetano que se decidiu!

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Júlio Evangelista: - E Marcelo Caetano, quando escolheu os seus Ministros, foi para serem executores sob a sua orientação. O dia do hoje é um dia de homenagem ao Presidente do Conselho (Apoiado), homenagem que lhe devemos por tudo, até por certo sentido magoado, a que não podemos ser insensíveis, que ontem notamos nas suas palavras, face ao espantoso, ao ingente esforço de governação que ele tem desenvolvido, que o País não desconhece e no qual o acompanha ardentemente.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

A oportunidade de apoio que o Chefe do Governo publicamente manifestou ao Ministro da Educação Nacional está em que há vozes e ecos de vozes de murmuradores mesquinhos - que nunca reconheceram que a realização da pessoa está na oblação, e não na posse, e cujos olhos, habituados à obscuridade de seus sombrios ideais, se cegam e doem quando neles embate a luz que rasga as trevas e descobre horizontes insuspeitados de humanização - procurando "isolar" o Prof. Veiga Simão como autor e responsável de uma reforma demagógica, porque irrealizável. Agora, com o Presidente do Conselho declaradamente ao lado do Ministro, creio que tais vozes mudarão de estilo.

Sr. Presidente: Eu agora permito-me entrar muito brevemente no que era propriamente a matéria da minha intervenção que estava prevista para a semana passada.

Na sessão de 5 de Fevereiro do ano findo pedi a palavra pura enviar paru a Mesa o seguinte requerimento:

Nos termos do Regimento, requeira que, pelo Ministério das Corporações e Previdência Social, me sejam fornecidos, com brevidade, os seguintes elementos:

1.º Número de médicos existentes em cada um dos concelhos do continente e ilhas adjacentes, especificando o sexo e a especialidade;

2.º Idade desses médicos, indicada por grupos etários de dez anos e a partir de idades inferiores 4i 30 anos, discriminando os sexos em cada grupo.