Este assunto tem de ser retomado em outra ocasião, que há-de chegar um dia. O intuito que nos levou a tocar nele foi sómente o de não deixar passar em claro um facto que se está observando entre nós, que consiste na concentração das empresas jornalísticas, desfazendo-se assim um conhecido e falso argumento a favor da censura prévia exercida pelo Estado.
O dito argumento é singelo e equívoco. Formula-se assim: a censura oficial impede a apropriação da informação pelo poder económico, visto que o interesse geral domina os interesses privados.
Até haver uberdade de fundar novas empresas informativas (jornalísticas, da rádio e televisão), na» faltará quem conteste o argumento exposto.
Os meios de comunicação intelectual são poderosos e frágeis. Por um lado, dominam a vida social contemporânea; por outro, estão à mercê de forças externas que os podem submeter, desencaminhando-os ou corrompendo-os.
Se o Estado não proteger a liberdade de expressão, estabelecendo as condições necessárias à independência dos jornalistas, late minorias ficam sufocadas e o povo privado da cultura verdadeira.
Tenho dito.
Vozes: - Muito bem!
O orador foi cumprimentado.
Vozes: - Muito bem!
excepção. Neste sentido, seja-me lícito dizer à Câmara que é indispensável redescobrir o Brasil, interpenetrando-nos mais fortemente, colaborando mais generosamente, numa palavra, doando-nos, sem tibiezas ou limitações.
A visita que o Presidente do Conselho realizou - e que anos antes fora precedida pela do Presidente Craveiro Lopes, de tão saudosa memória para mim - constituiu um marco importante, porventura decisivo, na trajectória a percorrer. Mas é necessário continuar em ritmo crescente, nos mais variados sectores, desde o alto comando político até às comezinhas trocas comerciais, com espírito de decisão, no sentido de realizar a comunidade.
O progresso que o Brasil atravessa, a firmeza do seu Governo face à subversão que campeia em toda a América Latina, o apoio firme que não tem mitigado à nossa política ultramarina, a complementaridade dais situações geográficas, o uso da mesma língua, o pulsar dos mesmos sentimentos, a influência da mesma seiva religiosa, o mui a ura cismo que de um e outro lado do Atlântico tão exuberantemente se manifesta e, por fim, a convergência de interesses, tudo encaminha as duas pátrias para- aquilo a que se poderá chamar uma vida comum.
Vozes: - Muito bem!
O Orador: - Vida comum que não pressupõe o desaparecimento da (soberania própria de cada Estado, em-