relevo a sua acção na divulgação dm, Magoa, sabre aã populações autóctones e os trabalhos, nomeadamente em vias de comunicação, que no ultramar realizam.

Pena é que sejam principalmente os países estrangeiros quem. vem a beneficiar daquela preparação, em consequência da desenfreado, emigração que continua a verificar-se, e que, sem pessimismos exagerados, considero hoje uma dais mais graves enfermidades de que a Nação vem sofrendo e que necessite de um antídoto eficaz, pois o diagnóstico parece estar feito. Guerra em África, emigração maciça, movimentos subversivos ma metrópole com violências preocupantes, que exigem os mais rigorosas medidas repressivas, como a criminosa sabotagem ocorrida em Tancos, extensão desses movimentos aos meios mãos evoluídos, o que é Ainda mais do repudiar, que sei ser praga generalizada no mundo ocidental, mias os males alheios não mitigam os próprios, que tarefas ciclópicas não têm de recair sobre os governantes e como mais que nunca se justifica um apelo veemente ao bom senso e ao patriotismo de que, até agora, nunca desmerecemos nos já longos 831 anos de existência nacional!

Referindo-me agora concretamente ao primeiro ponto, também não haverá muito ao acrescentar ao que ha um ano declarei.

Evitei referir-me A "eficiente e imparcial" O. N. U. por uma espécie de alergia que sinto por esta tão sprestimosa" organização.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - As sevícias e barbaridades que se praticam sobre populações indefesas, os meios insidiosos que profusamente se empregam com o objectivo apenas de exterminar, B destruir, em que sobressai a mina contra carros e contra pessoal, que nos tem causado os maiores baixos enfare militares e também entre civis, além de armas que pela sua actualização não são inferiores às que usam os nossos homens, têm forçosamente de mós obrigar a pesadas despesas militares, que, apesar do seu vulto, não nos permitem certamente dispor com a profusão devida de todos os meios em material que necessitaríamos pana uma maior eficiência operacional.

Imponta frisar que em 1969, como adiante indicarei, não se excederam demasiadamente os gastos militares do ano anterior, e que com uma cuidadosa administração, nomeadamente na parte logística, cuja coordenação tem de ser totalmente centralizada em tudo que o permita e custe o que custar, poderemos limitar os encargos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E enquanto não vir a questão resolvida voltarei a salientar a urgência da reorganização dos indústrias militares em moldes que nos libertem de pesadelos...

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Entendo que tem de estar no espírito de bodos os chefes militantes e civis que os nossos modestos recursos e a necessidade imperiosa de crescer economicamente nos impõem as maiores economias tanto nos gastos militares como nos civis que possam considerar-se supérfluos. E se assim se não proceder só haverá que ser inexorável e não hesitar em sacrificar todos os que prevariquem.

Continuo convencido, e cada vez mais, de que esta guerra que nos movem só pode alcançar os resultados por que todos ansiamos - digo todos porque é ínfima n minoria de desvairados, que aliás não podem ser considerados portugueses - com muitos sacrifícios, muita devoção, convicção inabalável no êxito final e com uma autoridade fonte que afaste os que, em qualquer nível, actuem fora das linhas mestras da política de defesa estabelecida.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A concentração dos poderes civil e militar nas províncias onde há subversão, já o tenho dito, é, em meu juízo, a solução verdadeiramente eficaz. Descoordenação, não aproveitamento global de capacidades, energias e recursos em todos os níveis para cooperar mus tarefas que são de todos, é sem dúvida antinacional. Emulações, pruridos de pretensiosismo, faltas de humildade, carências de animo e de persistência, são males que correspondem a aprofundar um fosso em que mós podemos despenhar. Não estou a ser prepotente ou autocrata, até porque sou por formação e sentimentos republicano e liberal, nem pessimista e muito menos derrotista; estou a analisar objectivamente situações que não me agradam como se apresentam nalguns casos, porque mão sinto aquela autoridade de conjunto que em minha opinião se impõe. Também não prebendo ser desagradável paca ninguém, nem o que digo leva qualquer rótulo; tento definir princípios, nada mais. E muito do que digo aplico-se igualme nte à retaguarda.

O excesso das receitas ordinárias sobre as mesmas despesas foi de 9 528 537 contos, o máximo tiro então alcançado, o que permitiu pagar todas as despesas com as forças extraordinárias em África e ainda outras de natureza diferente.

As receitas totais - ordinárias e extraordinárias - atingiram 28 724 880 contos, o que é, contudo, um montante bem modesto para um país europeu, como ainda no ano passado tive oportunidade de comparar, até com o caso de Israel, país de 2 800 000 habitantes.

As despesas ordinárias representaram 54,5 por cento e as extraordinárias 45,5 por cento das totais, o que é realmente pouco ortodoxo.

As despesas com a defesa nacional, ordinárias e extraordinárias, foram de 11 886 298 contos, ou seja 40,9 por cento do total das despesas. E destas as extraordinárias foram de 8 399 678 contos, mais 482 465 contos do que em 1968, o que não pode deixar de reconhecer-se razoável, dado o tipo de luta que temos de enfrentar em África. Lembro que em 1968 a mesma percentagem foi de 42,6, o que significa que se as receitas continuarem a crescer como é lógico e se as despesas com forças extraordinárias se mantiverem em níveis de crescimento modestos, esta percentagem será cada vez menor.

Se ao contrário do que tem sucedido se conseguir acrescentar, como se pretende, o produto nacional, melhores dias se nos apresentarão. Infelizmente em 1969 a taxa do produto interno bruto, ao custo dos factores e preços de 1968, foi apenas de pouco móis de 4 por cento. E que, nessa hipótese, que está perfeitamente ao nosso alcance,