rias e operações de capital; e dentro dos invisíveis ocupam posição dominante os saldos da conta dos emigrantes.

No presente momento, a saúde económica apoia-se nos receitas da emigração, e em menor grau nas do turismo. Uma e outra são aleatórias, variáveis conforme condições externas de natureza política e outra.

A verificação deste facto já foi feita por diversas vezes nos pareceres. Mas deseja-se acentuar a sua gravidade e por isso se publicaram as cifras acima transcritas.

O problema português, hoje como no passado, é essencialmente um problema de produção.

Enquanto não forem conjugados os esforços de todos os departamentos do Estado relacionados com a produção, desviados os investimentos para as empresas mais produtivas e melhorado o rendimento do trabalho, manter-se-á o desequilíbrio, penosamente neutralizado agora pela mão-de-obra que auxilia com o seu labor os economias de países que se incluem hoje na lista dos maiores exportadores para Portugal. No caso da balança de pagamentos da zona do escudo, a situação apresento-se como indicam os números que seguem:

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Designação Milhares de contos 1968 1969

O saldo positivo de 1968, num total de 4 115 000 contos, diminuiu de 2 472 000 contos para l 643 000 contos. Esta diminuição é atribuída essencialmente ao déficit nas mercadorias (comércio externo). O saldo negativo de 12 787 000 contos em 1968 agravou-se para 14 108 000 contos em 1969. Tais são os efeitos dos desequilíbrios na balança comercial da metrópole e de todas as províncias ultramarinas, com excepção de Angola e de S. Tomé e Príncipe. O exame pormenorizado das condições em que se movimentou o exercício de 1969 deixa transparecer progressos e fraquezas que conviria ter em conta.

Em primeiro lugar convém relembrar que o produto nacional, considerando os números provisórios de 1968 e 1969, publicados em Março de 1971, se processou à taxa de crescimento de 6 por cento para o produto interno bruto ao custo dos factores e a preços constantes de 1968. A taxa de crescimento em 1968, considerando os números definitivos, foi mais alta.

Não se devem usar números provisórios e números definitivos no cálculo da taxa de crescimento de um ano para outro. A taxa mão seria válida. Por exemplo: os números provisórios de 1968 para o produto interno bruto, preços constantes, custo dos factores, elevava-se a 109 980 000 contos, mas os definitivos, conhecidos há poucos dias, fixaram-se era 111 595 000 contos. Com os números definitivos de 1968 a taxa de crescimento seria de 7,6 por cento neste ano.

Não é possível dar uma cifra exacta para o crescimento em 1969, porque não se conhecem os números definitivos para este ano. Mas tudo parece indicar quebra na expansão. Oferecem-se, nos quadros publicados adiante, as cifras definitivas de 1967 e 1968 e as provisórias de 1969. E na última coluna está a diferença entre os números definitivos de 1968 e os provisórios de 1969:

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A taxa de crescimento seria, usando os números de 1968 (definitivos) e de 1969 (provisórios), de cerca de 4,4 por cento. Mas, se fossem usados os provisórios em ambos os casos já seria um pouco maior. Terá de esperar-se a publicação dos números definitivos de 1969 para obter a taxa de crescimento deste último ano. Dada a importância do produto nacional, convém fixar a sua interpretação num quadro com os números do parecer de 1968 corrigidos. Nele se indicam as percentagens que correspondem a cada rubrica, o total do produto e os aumentos em cada ano:

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Estes números referem-se ao produto interno bruto ao custo dos factores, a preços constantes (1963).

A sua comparação com os resultados a preços correntes dá ideia dos efeitos da inflação.

Neste caso, a agricultura não acusa o déficit verificado acima, mas um saldo, tais os efeitos da alta dos preços desde 1963, que serviu de padrão.

A taxa de crescimento em termos correntes é muito maior do que a calculada acima para termos constantes.

Energia Entre as realizações nas ultimes décadas têm lugar de relevo es obras destinadas à produção de energia.

Este assunto foi largamente tratado nos pareceres nos últimos trinta anos e em todos se defendeu o princípio da prioridade no aproveitamento dos rios em fins múltiplos que englobassem todas as potencialidades e não só a da produção de energia. Mas acentuou-se sempre que os investimentos disponíveis deveriam ser orientados num sentido que pusesse o País ao abrigo, tanto quanto possível, de surpresas originadas nos fornecimentos de combustíveis, líquidos ou sólidos..