Os problemas que as cifras sugerem nos quadros acima publicados dão ideia das deficiências estruturais em matéria de propriedade rústica e urbana, tanto no que se refere a rendimentos colectáveis como à contribuição liquidada. Há uma concentração de rendimentos na propriedade urbana que prossegue aceleradamente, com seus efeitos no investimento e indirectamente no produto nacional.

A parcela mais pobre do Pais usufrui muito fracos rendimentos, até considerando serem aproximadas as cifras.

Divisão da contribuição predial Para terminar esta rápida análise da situação urbana e rústica publica-se, a seguir, um quadro que mostra as percentagens das contribuições urbana e rústica no total da contribuição predial:

A contribuição predial urbana em Lisboa concorre com cerca de metade juntando o Porto obter-se-ia cerca de dois terços.

Mas em certos distritos a contribuição urbana é diminuta. .

Contribuição industrial A estrutura defeituosa das actividades económicas ressalta facilmente do exame da distribuição sectorial do produto e da repartição geográfica da contribuição industrial.

Quanto a este último aspecto, pode desde já dizer-se que em 1969, dos 2 922 616 contos de contribuição industrial liquidada por verba principal e adicionais no continente, cerca de 2 123 400 contos, ou 71 por cento, pertencem a dois distritos.

Isto significa a concentração das indústrias e comércios passivos de contribuição.

Não se notam melhorias nos últimos anos, apesar dos esforços no sentido de descentralizar a vida industrial.

Em 1969, a contribuição industrial acusa um aumento de 414 000 contos. Subiu para 2 849 500 contos. O índice atingiu 1237, mais 219 pontos do que em 1968.

Parece ter-se agravado a cobrança. O total do crédito elevava-se a 2628000 contos. Cobraram-se 2849500 contos. As receitas por cobrar foram da ordem dos 278 500 contos, contra cerca de 186600 em 31 de Dezembro de 1968.

Mas a receita liquidada por verba principal elevou-se a 2 504 179 contos.

A evolução da contribuição industrial cobrada é dada no quadro seguinte:

Nota-se progresso sensível nos últimos dois anos. A percentagem das indústrias tende a aumentar, atingindo 44,9 por cento em 1969.

Neste ano o produto interno bruto a preços constantes elevou-se a 117 984 000 contos, repartido como segue:

Porcentagem

Outros 39,2

O índice do produto, na base de 1956 igual a 100, atingiu 203, o que é pouco. A evolução do produto de cada um dos sectores acima indicados consta do quadro que segue:

O quadro mostra a influência coda vez menor da agricultura na formação do produto. Em 1969, por exemplo, o índice do produto agrícola em relação ao total (1956 igual a 100) elevava-se a 115,9. Idêntico índice nas indústrias atingia 273. Foi devido à melhoria, mo índice dês indústrias que a média total naquele ano se elevou a 203.

Estas cifras mostram as dificuldades da lavoura, por um lado, e, por outro, implicam um industrialização que, embora lenta, vai influindo na vida nacional. E esta industrialização descentralizada que necessita de um grande impulso.