Em moeda corrente nos anos a que se refere, a despesa total deste Ministério atingiu o seu máximo em 1969. Elevou-se a 2 695 347 contos.

Se Continuarem os aumentos na proporção dos últimos anos, em breve a despesa total ultrapassará os 3 milhões de contos.

O caminho andado desde 1938, ou até desde 1050 ou 1960, é longo, se medido em moeda do ano. Mas infelizmente deram-se profundas alterações nos salários e no mercado dos materiais, incluindo equipamentos, de modo que não é possível determinar qual o seu impacte na quantidade de trabalho realizado.

Os grandes aumentos têm incidido mais sobre as despesas extraordinárias, aquelas que são directamente interessadas na realização de novas obras ou melhoramentos. E de crer por este motivo que tenha havido um aumento nos valores reais das obras realizadas, apesar das fraquezas acima apontadas.

A seguir publica-se um quadro, que mostra para certo número de anos as despesas totais do Ministério:

A subida do índice nos últimos anos, deduzida facilmente das cifras da terceira coluna, exprime os aumentos em relação ao ano anterior. O aumento de 1969 foi superior a meio milhão de contos.

A ponte sobre o Tejo em Lisboa influiu muito nas despesas em certos anos, de modo que convém calcular o total sem a sua despesa.

Nos três anos de 1964, 1965 e ,19.66 os investimentos na ponte foram grandes. Atrasou-se por esse motivo a obra do Ministério. Aumentaram muito a partir de 1967, como se nota no quadro seguinte:

Calcularam-se também este ano índices das despesas que se podem imputar directamente aos serviços do Ministério.

Estes índices, comparados com os do quadro anterior, que exprimem a despesa total, incluindo a da ponte, inscrevem-se na última coluna.

Reportando a análise a este segundo quadro, despesas sem a ponte, o índice atingiu 834. O aumento foi de 522 800 contos, e seria de 520 400 contos, no primeiro caso, que exprime as despesas tal como são apresentadas na conta, tudo em números redondos.

Os aumentos tornam-se maiores. Houve até dois anos - os de 1964 e 1966 - em que as despesas próprias do Ministério foram inferiores às do anterior.

Dadas as faltas em matéria de comunicações, melhoramentos de natureza social e progressos rurais, as despesas do Ministério ainda aumentarão, e muito, nos próximos anos se for levado a cabo a obra de renovação económica e regional de que tanto se fala. Conviria talvez fazer uma selecção que excluísse obras de grande consumo de despesas e que possam ser adiadas, e concentrar a atenção naquelas que tenham reprodução económica e social mais rápida.

Ainda há falta de coordenação entre este Ministério e outros, como, por exemplo, o da Economia. Se for levado a cabo um desenvolvimento regional produtivo e racional, o Ministério das Obras Públicas terá a seu cargo as infra- estruturas indispensáveis. Não vale a pena, e só traz prejuízos e desânimos, tentar impor a criação de pólos industriais se não forem conscientemente estudados e realizados os esquemas de apoio. E a economia continuará a manter os baixos níveis de produtividade tão perniciosos para a aceleração do produto nacional. O dinamismo e a produtividade são essenciais ao progresso económico.

Em 1968 e 1969, a despesa pode discriminar-se do modo que segue:

Inclui-se a despesa com a ponte sobre o Tejo, em Lisboa, que ainda em 1969 se elevou a 17 091 contos por força das despesas extraordinárias.