São francamente animadores os índices de evolução das actividades económicas e outras de Angola no ano de 1969.

A balança comercial, que se encerrara com saldos negativos nos dois últimos anos de 1967 e 1968, depois de uma série de saldos positivos, voltou a equilibrar-se. E as receitas subiram pana 9 387 076 contos, a maior soma verificada até hoje.

5 048 600 contos são receitas gerais, 2 339 800 contos dos serviços autónomos e 1 998 600 contos das receitas extraordinárias.

O aumento nas receitas gerais foi expressivo, pois se elevou a 655 100 contos.

Angola dispôs de grande soma de disponibilidades em 1969, e não parece ter havido dificuldades na cobrança das receitas. Há indicadores de facilidade nas cobranças, apesar de certas dificuldades com origem em acontecimentos de natureza política, e incertezas nas liquidações externas, o que conduz a transferências difíceis e morosas.

Por outro lado, os meios de pagamento estão a aumentar num ritmo que não é certamente de molde a exercer influência benéfica na inflação que aflige a província, e antes concorrerá para a agravar.

Apesar da melhoria de situação sugerida acima, o problema de Angola continua a ser o do aumento da produção para consumo interno e exportação, com o objectivo de reduzir liquidações no mercado exterior e obter divisas para o pagamento de grandes investimentos necessários ao equipamento requerido por indústrias em progresso e à modernização de métodos de exploração agrícola. Dois factores estão a concorrer pana o progresso da província, não pelo que já consta da conta em matéria de exportação, mas pelo desenvolvimento de zonas pouco evoluídas.

O potencial mineiro de países novos, quando permite explorações remuneradoras, é a base em que assenta a vida económica.

Rodeando Angola há três países que ainda hoje vivem das suas explorações mineiras, de ouro, diamantes, cobre e outros metais. E a vastidão de Angola, até a sua fácies geológica permite augurar a safra de outros, além dos que já estão a ser explorados: os diamantes, o ferro e os petróleos. O café domina a produção agrícola e o ano de 1969 não foi propício o esta cultura, embora a produção tivesse aumentado para 215 000 t, mais 17 000 t do que em 1968.

Mas dois factores concorreram para o recuo de 297 623 contos, que foi compensado por maior valia noutros produtos.

A agravar a menor exportação de café, o preço unitário diminuiu 1035$, que é sensível, e também concorreu para a menor valia apontada (297 623 contos).

s preços unitários do café foram os que seguem nos últimos anos:

A oscilação dos preços e o grande quantitativo, que se elevou a 3 046 636 sacos de 60 kg em 1969 ou 182 8001 tornam vulnerável a produção agrícola. Durante anos pode dizer-se que o equilíbrio na província dependia quase exclusivamente da produção de café.

Felizmente que a força das circunstâncias obrigou à produção mais intensa de outros géneros agrícolas e de matérias-primas.

A lista de produtos agrícolas em 1969 já dá conta desta gradual modificação.

O algodão melhorou muito a sua influência na produção agrícola e na saída para a metrópole onde tem mercado. Exportaram-se 18 807 t de algodão em rama no valor de 329 751 contos, o que significa aumento de 138 354 contos um relação ao ano -transacto.

E há ainda outros produtos agrícolas que melhoraram, como bananas frescas, com 75 127 contos, além do consumo interno.

A produção de açúcar pode ser aumentada, assim como a do tabaco. Mas uma oleaginosa, com grande mercado na metrópole, susceptível de ser produzido em Angola, o amendoim, não parece despertar a atenção. A indústria da pesca está em vias de recuperação das desventuras do passado. Nos últimos anos as capturas fixaram-se nos 290 000 contos, mas em 1969 a subida foi muito grande, alcançando 417 4501, o quantitativo mais elevado pescado até hoje. A evolução da pesca consta dos números seguintes:

Toneladas