Tanto quanto se pode apreender do exame das produções, do comércio externo e das contas, Macau atravessa um surto de progresso, que faz esquecer os anos de crise ainda não há muito tempo.

Entre as novas actividades há progresso acentuado na indústria do turismo. As infra-estruturas construídas ultimamente e os trabalhos de urbanização concorrem para este progresso, mas as belezas naturais da província e a tranquilidade que ali reina, longe do bulício de Hong-Kong, atraem multidões de turistas. Macau está a transformar-se num oásis a que não faltam os atractivos do mundo moderno.

Ainda não é o entreposto comercial que poderia ser, e talvez haja razões a recomendar que o não venha a ser. Mas parece não ser difícil transformar a cidade num centro de irradiação da cultura nacional e de produções metropolitanas e ultramarinas.

Os vastos mercados do Extremo Oriento ainda estão longe de serem aproveitados. Mas a gradual transformação dos países vizinhos já assegura consumos de interesse. E as relações, em especial na exportação para países europeus, assegura possibilidades de comunicações que não existiam anteriormente. De resto, a proximidade de Hong-Kong pode auxiliar o progresso comercial de Macau no sentido acima indicado. Macau continua a produzir mercadorias para exportação, que parece encontrarem fácil mercado. Ultimamente intensificou-se a produção de têxteis, sob a forma de artigos de vestuário. Em 1969 a produção destes artigos subiu a 72 079 000 patacas, num grande aumento em relação a 1968.

Mas há a citar outros artigos do artesanato, além de produtos químicos, como fogos de artifício.

Panchões e fogos de artifício ....

Bordados ....

Fazendas estampadas e tingidas ....

Artefactos de missangas e lantejoulas ....

Malas de couro, fibra e tecidos plásticos ....

Lenços estampados ....

Malas e móveis de teca e cânfora ....

Louça de porcelana ....

Fósforos ....

Objectos de ferro esmaltado ....

Águas gasosas e bebidas não alcoólicas ....

Meias e peúgas ....

Vestuário de lã ....

Aparecem duas produções de relevo, muito maiores do que nos anos anteriores: o vestuário de lã e botões.

Mas, de um modo geral, se forem comparadas as produções de 1969 com as de 1968, nota-se melhoria em quase todas as rubricas.

Comércio externo As condições do porto de Macau e da sua vida comercial, de entreposto de certos metais preciosos, dão ao exame do seu comércio externo o carácter de simples estimativa.

Em 1969 a importação aumentou para 603 milhões de patacas (a pataca este ano valia 4$75). A diferença nas importações em relação a 1968 é da ordem dos 102 milhões de patacas, o que é uma soma alta e se explica pela necessidade de importar alimentos e matérias-primas, dado o seu carácter urbano.

Deve atender-se a que nas importações se incluem valores-ouro. Subtraindo-os, a importação reduz-se para 385 milhões de patacas. A cifra de 1968 elevou-se a 303 milhões. O aumento foi muito grande.

A importação, traduzida em escudos, atinge a soma de 1 828 750 contos.

Convém examinar a importação e exportação durante certo número de anos, em patacas, para evitar as alterações no seu valor em escudos.

1962 ....

1963 ....

1964 ....

As exportações são muito menores. O déficit de 1969 subiu para 352 milhões de patacas. Na balança de pagamentos o déficit de mercadorias é fàcilmente anulado por invisíveis correntes.