Não sofreram alterações sensíveis as condições económico-financeiras da província de Timor. Ais contas fecharam com um pequeno saldo positivo, a balança comercial acusou um déficit muito alto, o mais alto, em termos correntes, das últimas décadas, e para encerrar a balança de pagamentos com saldo positivo utilizaram-se auxílios do Estado e levantamentos da conta de reserva do Banco de Portugal.

Não se pode dizer que é brilhante a situação. As dificuldades provêm todas, como em outras, províncias de além-mar, da insuficiência da produção, que induz a alto déficit no comércio externo, reflectido em dificuldades nos pagamentos.

Estes pareceres têm incitado ao alargamento da produção agrícola, aquela que está mais de perto na índole da população. Mas não parece que tenha havido, nos últimos anos, grandes alterações na produção agrícola. Onde se nota certa actividade é no turismo. A balança de pagamentos indica entoadas de cambiais no valor de 2478 contos, par a saídas de 1429. Quer dizer, há um saldo de 1049 contos. É possível que com a construção de infra-estruturas adequadas e molhares comunicações aéreas e marítimas haja possibilidades de alargar muito esta fonte de riqueza.

Mas o problema só poderá ter resolução adequada, pelo menos nos anos mais próximos, no aumento da produção, de modo a reduzir o saldo negativo da balança comercial, que ainda aumentou em 1969.

Comércio externo O comércio externo continua a causar apreensões, porque o desequilíbrio aumenta. A balança comercial atingiu o déficit de 121 986 contos, mais 24 068 contos do que em 1968.

Já se considerou alto o déficit deste ano.

As importações e exportações nos últimos dois anos foram as seguintes:

Designação

Diferenças ....

A causa imediata dos desequilíbrios negativos reside num acréscimo sempre crescente nas importações. Mas não é com certeza assim. A causa está nas exportações e no seu pequeno aumento.

Em 1969 a diferença entre os acréscimos na importação e na exportação foi de 24 068 contos. Este desfasamento agravou o déficit. Timor foi sempre um território importador, teve sempre saldos negativos na última década.

O movimento da importação é errático no sentido das variações, às vezes grandes, entre dois anos, como aconteceu em 1961 em relação a 1960.

O agravamento continuo iniciou-se em 1965 e atingiu o máximo em 1969 com a importação total de 183 504 contos, e desequilíbrio negativo de 121 986 contos, igual ao dobro idas exportações. Isto significa que as exportações só pagam um terço das importações. Dai o considerável déficit da balança de pagamentos.

No quadro seguinte inscrevem-se as importações e exportações em certo número de anos e os desequilíbrios negativos:

1962 ....

1963 ....

1964 ....