comercial externa (3 281,9 de importação, 1 678,7 de exportação): 19 vezes mais acresceu, nestes 32 anos que vão passados, o valor do comércio externo do somatório dos territórios nacionais.

Aumentou em mais de 5,5 por cento em taxa simples anual o seu valor. A inflação, a desvalorização da moeda, de algum modo se encarregou de avolumar a conta.

Mas facto é que, para viver e conviver, cada parcela da Nação não pode dispensar a troca de bens (como, aliás, de serviços) com os demais territórios e países estrangeiros, para os quais se dirigem, em última análise, as exportações do mundo lusíada e donde provêm os produtos necessários à vida e investimento nacionais.

Crescem as exportações de bens mais do que as importações, as taxas respectivas de 6,6 e de 5,1 por cento ao ano - a denotar um surto de desenvolvimento da actividade produtiva nacional.

Mas tal não tem obstado a que se agrave, e fortemente, de 1,4 milhões de contos em 1988 para 17,7 milhões de contos em 1969 o saldo negativo da balança comercial da zona do escudo e se eleve ainda pana 18,1 milhões de coutos no ano findo (1970), segundo adenda ao parecer sobre os contos gerais do Estado de 1969 (p. XXI, metrópole).

Bem pode dizer-se, pois, que a «corrida às importações» instalou-se ultimamente mós hábitos Nacionais. Há muitos consumos que poderiam ter origem em recursos internos. Mas é mais fácil importei do que produzir, desde que haja fatalidades nos pagamentos, desde que haja cambiais para os liquidar.

Afirma-se assim tendência paira aumento nas importações, em especial de mercadorias com origem nos mercados externos, e exportação que se balouça entre cifras longe das necessárias para atenuar a tensão nos mercados monetários. Daí o problema dos pagamentos em constante desequilíbrio. Nem podia ser de outro modo.

A zona do escudo apresenta um saldo positivo, que diminuiu em 1969. Este saldo provém [...] do quantitativo dos invisíveis, transportes, (transferências de emigração e turismo. Mas estas origens são aleatórias, pelo menos a das transferências privadas, que é a mais volumosa.

As províncias ultramarinas e a metrópole têm de dedicar miais esforços e investimentos à produção interna para consumo e exportação.

Tomemos, como Deputado da Nação, o caso de Moçambique para exemplificação - mas outros se poderiam colher em quase todos os territórios nacionais.

O problema agravou-se sobremodo na província africana do Indico.

Como se refere em certo passo do parecer:

Surpreende o osso de Moçambique, que continua a importar muito dos mercados estrangeiros: 4 917 000 contos em 1969, contra 2 187 000 contos na exportação. Uma diferença de 2 730 000 contos entre a importação e a exportação (territórios estrangeiros).

Problema que é, aliás, comum a Cabo Verde ou Gome, Macau e Timor, mas aí reveste mais acentuada expressão pela dimensão da província e volume do seu comércio externo.

Problema que mais sobressai quando se comparam as proveniências e destinos das importações e exportações de cada um dos territórios ultramarinos (ou também da metrópole).

Designação

Milhares de contos

Da movimentação externa de mercadorias importadas por territórios nacionais, cerca de 12,9 milhões de contos provêm de trocas intertoriais e 44,3 milhões de contos do estrangeiro - número que é quase três vezes superior ao das aquisições efectuadas noutros territórios da Nação.

E penas temos para lhe vender, em viador, cerca de 60 por cento do que do estrangeiro importemos.

O comércio intertorial participa apenas em um quarto da movimentação externa de mercadorias (25 111 000 contos no total de 96 752 000 contos).

Não parece que funcione com toda a sua potencialidade o espaço económico português, para além da evidente impossibilidade de se confinar ao território nacional a cobertura de grande número de importações e exportações de bens (e também de serviços). Virá assim em boa hora - quando chegar - o anunciado aviso prévio sobre «Recursos e potencialidades económicas do espaço, português».

Mas nesta província da África Oriental que tomámos para exemplo -e outras, ou o próprio território metropolitano, o poderíamos ter feito - «o desequilíbrio do comércio externo em 1969 atingiu proporções inesperadas» pata prosseguir no ano findo.

«A partir de 1966 os déficits foram sempre superioras a 2 milhões de contos. O agravamento veio sem ser espe-