a Europa permite-nos beneficiar do privilégio de constituirmos a plataforma de chegada ou partida para um certo tipo de ligações marítimas ou aéreas transcontinentais.

Possuímos, na realidade, todas as condições para voltarmos a ser uma das charneiras fundamentais desta engrenagem complexa de transportes que serve a economia dos nossos dias.

Em relação ao terminal aéreo, preparado para receber aviões gigantes em vagas sucessivas ou os supersónicos que se encontram em fase de ensaio, apenas direi que me parece termos perdido tempo demasiado na sua apresentação ao mundo. Continuamos & ter condições excelentes, mas prescindimos ingloriamente das vantagens da antecipação. Neste ponto, resta-me desejar que se trabalhe bem e depressa.

Quanto às instalações portuárias, atentemos no afã com que por toda a fachada atlântica do velho continente se estudam localizações e se aliciam eventuais utilizadores. Os nossos amigos espanhóis depositam as maiores esperanças na ria de Villagarcia de Arosa, pouco a norte de Pontevedra. Nenhum dos grandes portos da Europa atlântica, para além da Mancha, está em condições de dar acesso fácil aos petroleiros gigantes e aos grandes mineraleiros. Eles requerem fundos e uma superfície de manobra que transcendem o que é normal encontrar-se em portos de estuário. E a Mancha, a estrada marítima mais congestionada do mundo, impede o acesso aos grandes portos do Mar do Norte.

A conjuntura parece ser, pois, extremamente favorável ao aparecimento desse terminal na nossa costa. Possuímos condições magníficas para o efeito. Mas temos de nos deitar ao trabalho, e depressa, fazendo por esquecer os nossos pequenos problemas para pensar apenas no interesse nacional.

O Governo não se tem poupado a esforços para induzir esse estado de espírito entre todos, lançando-se em iniciativas cuja dimensão e fundamento garantem melhores perspectivas para o futuro.

Temos Cabora Bassa, temos uma rede de auto-estradas, temos um grande aeroporto, temos um grande complexo industrial ...

Está-se a gerar, neste momento, o Portugal do ano 2000.

Não podemos deixar de corresponder, com todo o entusiasmo, a essa responsabilidade. Por isso o sentimento que expresso ao aprovar um parecer, que subscrevo, sobre as Contas Públicas de 1969, é o de uma grande esperança na nossa capacidade global de vencer obstáculos e fazer obra para o futuro. Assim saibamos trabalhar e agir de acordo com a transcendência do momento que se atravessa.

Vozes: - Muito bem!

O orador foi cumprimentado.

O Sr. Presidente: -Srs. Deputados: Este debate continuará, mas há-de concluir-se na sessão de terça-feira próxima.

Estão presentemente imperitos para essa sessão, e sobre a matéria da ordem do dia, sete Srs. Deputados, e não tenho a certeza se não se inscreverá mais algum. Queria pedir a atenção de VV. Ex.ªs para o facto de que nem em todos os tem as que se aproximam poderá ser significante para a Assembleia e útil para a condução dos trabalhos que comecem os debates com um ou dois oradores e nos últimos dias se juntem todos. VV. Ex.ª não precisam que eu lhes diga mais nada, mas desculpar-me-ão que me sinta na obrigação de lhes dizer isto.

Na terça-feira haverá sessão à hora regimental. A primeira parte da ordem do dia dedicá-la-emos à eleição do 2.º secretário da Mesa, para substituir a vaga aberta pela escusa do Sr. Deputado Mota Amaral. A segunda parte da ordem do dia será dedicada à conclusão da discussão das contas gerais do Estado do ano de 1969.

Para q uarta-feira, dia 21, será marcada como ordem do dia a discussão do projecto de lei do Sr. Deputado Cancela de Abreu sobre a reabilitação de deficientes.

Está encerrada a sessão.

Eram 16 horas e 50 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

Albino Soares Pinto dos Reis Júnior.

António Júlio dos Santos Almeida.

Deodato Chaves de Magalhães Sousa.

Duarte Pinto de Carvalho Freitas do Amaral.

Francisco José Pereira.

Pinto Balsemão.

José Dias de Araújo Correia.

José Vicente Pizarro Xavier Montalvão Machado.

Júlio Dias das Neves.

Manuel José Archer Homem de Mello.

D. Maria Raquel Ribeiro.

Vasco Moda de Pereira Pinto Costa Ramos.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Albano Vaz Pinto Alves.

Alberto Marciano Gorjão Franco Nogueira.

Alexandre José Linhares Furtado.

Álvaro Filipe Barreto de Lara.

Amílcar Peneira de Magalhães.

António Pereira de Meireles da Rocha Lacerda.

Augusto Domingues Correia.

Augusto Salazar Leite.

Fernando Artur de Oliveira Baptista da Silva.

Fernando Augusto Santos e Castro.

Francisco Esteves Gaspar de Carvalho.

Francisco Manuel de Meneses Falcão.

Francisco de Nápoles Ferraz de Almeida e Sousa.

Henrique José Nogueira Rodrigues.

João Manuel Alves.

João Pedro Miller Pinto de Lemos Guerra.

Joaquim Germano Pinto Machado Correia da Silva.

Jorge Augusto Correia.

José Coelho Jordão.

José da Costa Oliveira.

José Guilherme de Melo e Castro

José dos Santos Bessa.

José da Silva.

Júlio Alberto da Costa Evangelista.

Luís Maria Teixeira Pinto.

Manuel Marques da Silva Soares.

Miaximiliano Isidoro Pio Fernandes.

Rui de Moura Ramos.

Tomás Duarte da Câmara Oliveira Dias.

Victor Manuel Pires de Aguiar e Silva.