bem-estar, e pode servir de base à colheita de cambiais que possam enfrentar as desventuras de falhas aos invisíveis.

Correspondendo assim ao seu apelo, não me escusarei de dar o meu contributo sobre tão magno problema, tanto mais que já na última legislatura aqui o tratei.

A evolução da produção de celulose no País, nos últimos cinco anos, foi a seguinte:

Milhares de toneladas

Valor bruto da produção Milhares de contos

Ao valor bruto da produção, 1 905 000 contos, em 1970, correspondeu um valor acrescentado de 895 000 contos, isto é, praticamente 50 por cento.

Desta produção destinam-se à exportação 304 0001 e 1 114 000 contos em 1969 e 311 000t e l 330 000 contos em 1970.

O sector dos painéis de partículas e de fibras teve a seguinte evolução:

Milhares do contos

Desta produção destinaram-se a exportação, em 55 600t, no valor de 135 000 contos.

O ritmo anual de expansão no período de 1965-1970 (quantidades) foi de 18,7 por cento para a celulose e 25 por cento para os painéis.

A indústria de celulose exportou em 1969 cerca de 80 por cento da sua produção, tendo o ritmo das exportações aumentado a taxa média anual de 30 por cento.

No mesmo período a taxa de aumento de exportação de painéis de partículas foi de 46 por cento.

O volume global da importação mundial foi de 13 289 milhares de toneladas em 1967 e 14 720 milhares de toneladas em 1968, e no mercado europeu, para onde se dirigem as nossas exportações, foi de 8091 e 9025 milhares de toneladas, respectivamente, em 1968 e 1969.

Os principais fornecedores do mercado europeu são o Canadá, com 11 por cento, os Estados Unidos da América, com 9 pôr cento, a Escandinávia (Suécia, Finlândia e Noruega), com 65 por cento, e Portugal, com 2,4 por cento.

A posição de Portugal na exportação para a Europa de painéis de partículas e de fibras é, em relação à importação global, de 1,7 por cento e 2,5 por cento, respectivamente (1969).

O consumo de papel e cartão na Europa cresce a uma taxa anual de cerca de 6,5 por cento, o que se traduz em acréscimos de consumo anuais da ordem de 1,5 milhões de toneladas.

O consumo de madeiros no mercado europeu tem subido a ritmo acelerado, prevendo-se que na Europa, em 1975, a produção possa atingir 270 milhões de metros cúbicos e o consumo atinja 365 milhões de metros cúbicos, o que significa que haverá um déficit, de 95 milhões de metros cúbicos, déficit que se irá acentuando com repercussões nos diversos sectores de actividade, inclusive o de celulose e aglomerados.

O mercado da celulose apresenta - se, assim, sem qualquer limitação paira o escoamento da nossa produção e para a expansão da indústria portuguesa. A acrescentar, deve considerar-se ainda o facto de as pastas de origem nacional em especial de eucalipto - figurarem entre as melhoras dos respectivos tipos.

A expansão da indústria da pasta de eucalipto verificou-se à taxa de 24 por cento no período da 1964-1970, mas atendendo às dificuldades previstas no fornecimento da matéria - prima (eucalipto), na sua taxa média anual de expansão não ultrapassará no período de 1971-1978 15 por cento, o que em 1978 permitirá uma produção de 575 000t, com um valor bruto de 2 473 milhares de contos (aos preços de 1970).

No entanto, a indústria corre o grave risco de ver ainda mais (reduzido o seu ritmo de expansão, por falta de matéria prima, se a tempo forem tomadas medidas que incentivem a florestação.

O consumo de madeira, no Pais, em 1970, foi de 6 300 milhares de esteres de pinho e 2 000 milhares de esteres de eucalipto, dos quais foram para a indústria de celulose 600 00 t e 1 520 000t de pinho e eucalipto, respectivamente.

Do inventário florestal verifica-se que a produção lenhosa média anual é de 8,5 milhões de esteres de pinho e 1,4 milhões de esteres de eucalipto.

Daqui se conclui já que se está a dar uma descapitalização na floresta de eucalipto, o que irá ter as suas consequências num futuro próximo, e que, a manter-se o ritmo de cortes verificado ultimamente, implicará uma redução nas existências, já em 1972, superior a 2 milhões de metros cúbicos.

A pressão na procura conduz a prática de cortes prematuros, com uma quebra na rentabilidade dos povoamentos.

O problema da florestação aparece, assim, com uma acuidade grande, aliás perfeitamente analisada nos trabalhos da comissão ad hoc para o programa florestal do Plano de Fomento, e convenientemente definida na política de florestação.

Da área florestada) do Pote apenas 10 por cento é administrada pelo Estado, pelo que a florestação da propriedade privada reveste neste contexto importância primordial.

Previa-se no Plano de Fomento, para o período da sua vigência, a florestação de uma área de 304 000 ha, a que corresponderia uma arborização média anual de 50 000 ha, exigindo um investimento médio amuai de 188 000 contos, financiado, em parte, pelo Estado.

Como o programa era progressivo, previa-se para 1969 uma arborização de 38 000 ha e um financiamento de 110 000 contos.

Estes programas, porém, não têm vindo a cumprir-se, não tendo havido praticamente qualquer acção incentivados da ponte do Estado, apesar de nos programas de execução do Pleno de Fomento vir expressa a necessidade de se considerar a aceleração da arborização.

Os 2 000 000 ha de terrenos- com aptidão florestal não podem, numa altura em que os saldos negativos da balança comercial aumentaram a um ritmo acelerado, perma-