Litoral 0,283

Interior 0,345

0,312

Alentejo 0,224

Algarve 0,195

0,219

Continente 0,292

A modernização agrária que começa a afirmar-se em algumas zonas - litorâneos da metrópole terá de ser levada também às regiões potencialmente mais favorecidas do interior serrano, se quisermos desenvolver esses espaços rurais e agrícolas e incrementar o nível da vida e as condições sociais dos seus habitantes (1 575$ e 1 327$ de rendimento colectável rústico, respectivamente, por activo agrícola da região norte, no litoral e no interior e, respectivamente, 1 848$ e 1 381$ para idênticas capitações nas sub-regiões do Centro).

Modernização que haverá de conceder-se não apenas em temos de reformas das estruturas fundiárias, mas também arganizativas e de orientação das produções e sua tecnologia, sem esquecer o que pode esperar-se da criação de circuitos válidos de comercialização e industrialização dos produtos, nesta economia agrária de mercado que começa a difundir-se por algumas zonas mais privilegiadas do Norte do País.

Mas aí o agricultor, o lavrador verdadeiramente profissional, deverá ter sempre uma palavra a dizer na participação para o seu próprio - e não alheio - desenvolvimento e do mundo agrário, assim sejam suficientemente acarinhados e vividos os cursos de formação profissional para empresários agrícolas que a Secretaria de Estado da Agricultura em boa hora iniciou nesta terra.

Também a organização corporativa da lavoura bem precisa de uma aragem de renovação que a vitalize e permita a participação efectiva de quantos se encontram forçadamente agremiados à sua sombra, mas isso levar- - nos - ia longe do que ora nos propusemos tratar.

De outro modo continuarão a despovoar-se maciçamente de gentes os terras interiores para se acantonarem como o vêm fazendo nesta faixa litorânea do País, e particularmente a volta dos dois mais importantes centros urbanos:

Regiões e sub-regiões

Litoral 2 080 436

Interior 552 918

3 420 781

Algarve 312 509

980 447

Continente 8 255 414

Metrópole 8 851 289

que mostrem tendência a virem a aglutinar a esmagadora malária da população metropolitana, se não for instaurado o competente processo - de descentralização económica, social e administrativa.

Não admira que por via de tal tendência cresçam desmesuradamente os rendimentos colectáveis urbanos das regiões litorais:

Regiões e sub-regiões

Rendimentos colectivos urbanos contos

O litoral e o interior, a civilização urbana e a civilização rural, a cidade e o campo começam a estar bem marcados e diferenciados em terras do continente.

As cifras do distrito de Lisboa para os rendimentos colectáveis urbanos: 3 061 000 contos, em. números redondos, mais os do Porto: 1 040 000 contos, em valores arredondados, perfazem perto de 70 por cento do rendimento colectável urbano do conjunto.

Em contrapartida, distritos há no continente que não alcançam 35 000 (Bragança: 33 158 contos em 1969) ou restam aquém dos 50 000 (Vila Real: 48 166; Viana do Castelo: 48 794; Guarda: 49 233 contos).

Os rendimentos colectáveis urbanos aumentam, os rústicas estagnam: enquanto estes se mantém à volta de 2,5 milhões de contos desde meados da década passada, os urbanos passaram, no mesmo período, de 4,5 a 6 milhões de contos, crescendo em espiral aos arredores dos grandes centros, como consequência do afluxo das populações à cidade e sua urbanização.

«Os problemas que as cifras sugerem dão ideia das deficiências estruturais em matéria de propriedade rústica e urbana [...]. Há uma concentração de rendimentos na propriedade urbana que prossegue aceleradamente» em Lisboa e Porto, enquanto ca parcela mais pobre do País usufrui muito fracos rendimentos».

E tempo de se começar olhando para este extremado desequilíbrio urbanístico que tende a instalar-se em terra portuguesa, impondo-se o ordenamento do território e a promoção de um efectivo desenvolvimento económico e social regional que vai tardando.

Não importa, evidentemente, fazer de cada aldeia, vila ou cidade - como alguns, os anais directamente interessados, por certo desejariam - um pólo de desenvolvimento, mas seguir uma política de promoção dos que fo-