Mas reparai, passados que foram vinte e oito anos, é e Direção-Geral do Ensino Superior e dos Belas-Artes a confirmá-lo, até à data falta recuperar, e não há conhecimento do local onde se encontram, duas tábuas do altar-mor, presenteado Santo André e S. Tadeu, e toes tetas da capela-mor.

Uma das tábuas já recuperadas dá a dimensão diva desaparecidas, 3 mx2,50 m, e pelo tamanho não se pode admitir que só encontram esquecidos em qualquer cantinho da oficina onde se procedeu ao restauro.

Julgo que o caso, e essa a razão da minha intervenção, deveu-a passar à alçada da Polícia Judiciária e messe sentido reclamo ao Governo.

E, porque mas propusemos hoje defender o património artístico de Elvas, tão precisado de auxílio do Poder Central, não esqueçamos que é uma dos mais belas cidades fronteiriças e das de maior valor histórico, não queremos deixar de chamar o atenção da entidade a quem compete vaiar peba conservação e limpeza das suas muralhas, pedindo providências, para que deixe de verificar-se o estado de abandono a que ás mesmas têm eido votadas nos últimos anos.

O que ali se passa em mataria ide desmazelo é verdadeiramente vergonhoso, não tenhamos medo das palavras.

Será preciso esperar que S. Ex.ª o Ministro das Obras Públicas, no seu peregrinar pelo País, as visite, para mandar proceder aos arranjos que qualquer fiscal dos serviços, mesmo pouco qualificado, facilmente consideraria como de absolutamente necessários?

É triste concluir que na visita de S. Ex.ª está a nossa última esperança, pois bem sabemos, porque pessoalmente o tomos podado testemunhar, que o engenheiro Rui Sanches, por onde passa, faz dos mais extraordinários milagres da mossa época - elimina a burocracia que alguns sectores da nossa administração teimam em continuar a deixar medrar, eliminando com ela o desleixo que dal quase sempre resulta, e transforma a tradicional e desconfortante informação dos serviços "impossível proceder aos arranjos por falto de verba" neste despacho promissor de quem quer que tudo se modifique "dentro da pasta que em boa hora lhe foi confiada - "execute-se com urgência".

Assim, neste caso, esperamos.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi cumprimentado.

O Sr. Bento Levy: - Sr. Presidente: Esta intervenção, pela sua finalidade, estava preparada e pronta para o primeiro período desta sessão. Razoas extremamente fortes não me permitiram apresentá-la na devida oportunidade - como já acentuado pelo meu ilustre colega de círculo, Prof. Salazar Leite -, a quem, aproveitando o momento, volto a agradecer a camaradagem da sua intervenção de 2 de Dezembro, feita ma altura própria, com aquela elegância que lhe é peculiar.

As minhas palavras, criando os mesmos objectivos, não item o mérito dos proferidas pelo meu distinto amigo, mas terão um, depoimento de testemunha ocular que viveu directamente os acontecimentos em que se inserem as considerações a fazer.

Com efeito, Sr. Presidente, estive em Caibo Verde na época da sua maior ansiedade. Ali vivi os alegrias de um Agosto relativamente chuvoso e prometedor. Acompanhei a expectativa angustiante de um Setembro sem gota de água e finalmente o desalento de um Outubro também seco, com tudo a estiolar e a quebrar toda a esperança da possível atenuação de uma seca que já vai no quarto ano de persistente devastação.

De lá regressei, sem ilusões. O 'drama eterno das ilhas repete-se. Todo o trabalho agrícola ficou irremediavelmente perdido. Uma ou outra mancha verde, que surgia aqui ou além, estava mirrando. Nenhuma esperança de produção.

"estradas da fome ...", se executaram obras definitivas, devidamente planeadas, a servir de esteio ao progresso da província, mantendo-se a população opta e saudável - apesar dos limites impostos pela Natureza contra a qual a luta é árdua e trabalhosa.

Foi assim que eu pude ver a- gente simples e humilde do campo saudou: com alegria e uma ternura que não engana o governador da província, brigadeiro Lopes dos Santos. Sem vivas, sem exibições, sem alarido ou ajuntamentos. Sem que nos esperassem, de sorriso aberto, a manifestar o seu "contentamento" - como por lá se diz -, essa gente via passar o carro e seguia-o num silêncio comunicativo a dizer: obrigado!

Faço este registo com directo conhecimento dos factos. Percorri largamente, além de outras, a ilha menos frugal de todos - a de Santiago. Já vivi, aliás, duos secas catastróficas. Sei, por isso, quais poderiam ser os resultados destas. Não fugiria à responsabilidade da crítica e do comentário pertinente se tivesse razões para os fazer. Seria uma traição ao mandato que me foi confiado e ao carinho que o povo anónimo me dispensa. Em problemas de muito menor melindre e com ariscos de incompreensão não tenho (hesitado em apontar o que me parece errado ou deficiente.

De resto, o Sr. Presidente do Conselho, naquele seu estilo de governar com o povo e para o povo, não se limitou a ouvir informações e, sem poupar-se a esforços, visitou as ilhas atingidas, para um contacto directo, que lhe deu um panorama das necessidades a vencer e da forma como se vem actuando.

O próprio País não ignora o desenrolar doe acontecimentos que conheceu naquela "espécie de relatório e contas" que o Prof. Marcelo Caetano lhe apresentou em mesa-redonda ora TV, com intervenção dos principais responsáveis pelo decorrer da seca e que me parece um processo inédito, pelo menos em Portugal, de trazer a Noção a par dos netos do Governo e, neste ouso, dos destinos dados aos vultosos subsídios que têm sido concedidos a Cabo Verde.

Em quarto ano consecutivo de seca, a situação é mais grave, pois, como é óbvio, a sua sucessão em ondeia terá repercussões cada vez mais agudas.