ração, aos oficiais e às praças, as minhas felicitações pelo permanente cumprimento da missão que lhe está confiada.

Sr. Presidente, estou certo de que as possíveis adaptações dos guardas da G. N. R. não perturbarão a eficácia mais que comprovada dia sua acção, mas não quero deixar de solicitar a 8. Ex.ª o Sr. Ministro do Interior para que efectivamente assim continue a suceder.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi cumprimentado.

O Sr. Alberto de Meireles: - Sr. Presidente: Soo breves e agradáveis para mim os palavras que vou dizer. São breves, porque os assuntos não carecem de longa dissertação; agradáveis, porque nada mais é agradável do que congratularmo-nos, agradecermos e felicitarmos.

Agradecer e felicitar porque neste clima de ordem e de estabilidade, não esqueçamos, o Governo continua teimosamente, serenamente, a desempenhar a sua função de governar. E governar também é atender clamores, é sobretudo atender anseios razoáveis.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Ora, já não sei há quantas sessões, mas vai há muitas, interrompendo o nosso operoso colega Alberto Alarcão, eu lembrei o problema das pensões de sangue a viúvas e órfãos, que considerava clamorosamente injusto. Pois leio no jornal de hoje que o Conselho de Ministros, com simplicidade, com justiça, com. verdade, resolveu o problema atribuindo em plenitude, isto é, pela totalidade, os pensões as viúvas e órfãos, sem atender à existência de remuneração de trabalho ou de rendimentos próprios por parte dessas mesmas viúvas e órfãos. Pareceu-me que isso seria justo. Invoquei nessa altura o símile dos acidentes de trabalho, em que ninguém pergunta às viúvas de acidentados se trabalhavam ou não, porque a pensão é inalterável em função dessa circunstância.

Esta a primeira palavra de agradecimento e de congratulação. Não foi certamente pela rainha voz, que nada vale ...

Vozes: - Não apoiado!

O Orador: - ... não foi por ela. Foi porque o Governo entendeu que era justo o que se reclamava. E para a Assembleia é certamente motivo de satisfação que os clamores que levantamos sejam ouvidos.

Não é verdadeiro dizer que clamamos no deserto. As vezes, poderemos clamar sem razão, mas asso é outra coisa.

Vamos à segunda palavra. Há meses, o Sr. Ministro Veiga Simão foi ao Porto e recebeu-nos a nós, Deputados, com toda a deferência, na Reitoria da Universidade, que me parece ser o lugar próprio para o Ministro da Educação Nacional o fazer na nossa cidade.

E nós dissemos que o Porto tinha reivindicações -, e uma delas, a mais instante, a que se apresentava com mais pressão neste domínio, era o da criação da licenciatura em Filologia Germânica.

Havia documentação convincente. Lembro-me de que um abaixo-assinado de 800 futuros alunos candidatos a essa licenciatura, oriundo? dos liceus do Porto e arredores. E quando digo arredores, digo Braga, sem injúria, porque é uma cidade com toda a autonomia ...

(O que me vale é não estar cá o António Santos da Cunha, e com pena o digo, de resto), mas afluente em matéria universitária, do Porto, naturalmente.

Eram cerca de 800 alunos, e lembro-me que, por coincidência - e perdoem-me á nota pessoal -, a primeira signatária era uma filha minha, que não me tinha, aliás, pedido autorização para o fazer ... Resultado: está na Faculdade de Lisboa, em Filologia Germânica.

E isso aconteceu, pelo menos, a 800 alunos, se é que todos puderam fazer o que ela fez, porque muitos terão ficado pelo caminho, por não haver Filologia Germânica no Porto.

Eu invoquei no Sr Ministro, se bem me lembro (e alguns dos meus colegas se lembrarão, certamente), as tradições do Porto em matéria de língua inglesa, e, agora, também digo de língua alemã. As tradições do Porto, quanto ao linguajar inglês, são bem conhecidas: a colónia inglesa no Porto, com a sua feitoria, os seus negócios, pelo seu convívio social, impunha às famílias do Porto que os seus filhos fossem educados, falando correctamente inglês. A língua não deixou de ser útil, pelo contrário, embora o vinho do Porto tenha decaído, felizmente, apenas neste aspecto: o domínio inglês do seu comércio.

Mas as famílias do Porto continuam a procurar que os seus filhos falem inglês. Mas onde melhor se poderá aprender do que numa secção de Filologia Germânica da Faculdade de Letras?

Ouvimos ontem, pela televisão, a notabilíssima exposição, cheia de audácia, de rasgo e até de emoção, do Sr. Ministro da Educação Nacional, ao programar - e programa audacioso é esse - para 1972 a licenciatura de Filologia Germânica, no Porto, e, ainda por acréscimo, Geografia.

Pois bem haja, Sr. Ministro. O Porto até sem pedir obtém às vezes. Mas aquilo que vai obter é um grande serviço prestado à cidade e àqueles alunos que, sem isso, não poderiam seguir essa carreira universitária.

E com estas palavras de agradecimento e lembrando a citação belíssima que fez de Antero quanto à esperança, que neste caso é certeza - o Sr. Prof. Miller Guerra citou outra também bela -, no fim da sua exposição, que teve, certamente, o interesse apaixonado do País, é muito mais grato terminar dizendo bem, e não a recriminar o Governo.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi cumprimentado.

O Sr. Augusto Correia: - A notável comunicação do Sr. Ministro da Educação Nacional, ontem transmitida ao País através da rádio e da televisão, impõe-me, já hoje, uma palavra. Não irei, necessariamente, apreciar o vasto e profundo programa apresentado, o qual nos dará, certamente, uma posição bem melhor nas estatísticas da educação.

Quero somente concentrar as minhas palavras na criação da licenciatura em Engenharia em Coimbra, agora oficialmente anunciada para 1972, quando no programa do ensino superior se afirma: "Ampliar os centros universitários existentes, criando, nomeadamente, um instituto de ciências e tecnologia em Coimbra, para conceder a licenciatura em Engenharia e possivelmente outras."

Temos para nós que este Instituto entrará em funcionamento, pelo menos para a licenciatura em Engenharia, em Outubro próximo, pois não faltarão os "homens de antes quebrar que torce" a oferecer toda a indispensável ajuda para a planificação e realização do muito que se