vis de Lisboa. Hospitais Civis que se procura, ou tem procurado, um pouco denegrir; que têm sido, tonto quanto possível, diminuídos ma sua actividade e que poderiam ter constituído um núcleo principal de toda a actividade médica em Portugal.

Creio que a sugestão que acaba de apresentar mão só é partida de uma pessoa que tom demonstrado capacidade de raciocínio e inteligência, como também, mais do que isso, é algo que tem de ser aproveitado, para que se possa, de qualquer maneira, matar uma das deficiências que se encontram no nosso ensino medico.

Creio que é preferível recorrermos a Homens experientes para formar médicos, do que fazer médicos e professares por decreto, o que será muito pior, sob todos os aspectos.

O Sr. Salazar Leite: - Muito bem!

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Salazar Leite: - Muito bem!

O Orador: - Volto, por isso, à minha intervenção de 1969:

Todo o hospital deve ser, simultaneamente, centro de assistência e dentro de ensino.

Hoje acrescentarei que o deve ser também de recuperação, de saúde pública e de investigação.

Vozes: - Muito bem!

Recordei, então, o movimento que se operou em Espanha desde 1967, no sentido de que os hospitais espanhóis pudessem corresponder ao mínimo exigido pela Organização Mundial de Saúde, pela Associação Hospitalar Americana e por outras instituições especializadas, internacionalmente reconhecidas como idóneas para impor tais exigências.

Disse naquela altura que, a despeito dos notáveis progressos realizados no país vizinho em matéria de aperfeiçoamento hospitalar, só dois hospitais foram considerados como dispondo do mínimo de requisitos exigidos.

A partir de então, muitos dos hospitais espanhóis têm sido objecto de aperfeiçoamentos sucessivos para que possam ser admitidos no Seminário dos hospitais com programas de pós-graduados.

Muitos deles o têm vindo a ser, incluindo mesmo alguns hospitais escolares.

Porquê este movimento? Tal como o disseram os seus organizadores e mantenedores s"para que todo o profissional que recorra a qualquer dos nossos hospitais para melhorar e actualizar a sua formação não seja defraudado e para que a sua permanência tom qualquer dos centros hospitalares incluídos no Seminário garanta, no prazo estabelecido, ia aquisição de um volume de conhecimentos e a aprendizagem de processos técnicos que lhes permitam actuação eficaz no serviço da comunidade".

Perguntei então e volto a perguntar hoje:

Quando poderemos nós saber iguais idos nossos hospitais e dos vários serviços de cada um deles estão em condições de garantir um ensino eficiente e de não ludibriar o médico, o Interno ou estagiário que ali se acolhe para fazer uma preparação séria?

Quando poderemos realizar trabalho idêntico àquele que os espanhóis estão fazendo?

Sr. Presidente: Falei há pouco da necessidade que têm, tanto os médicos gerais como os especialistas, de manter o seu aperfeiçoamento ao longo da sua actuação profissional dentro do princípio ou sistema de educação médica permanente.

A este propósito, devo informar que um grupo de três médicos pertencentes aos tais centros hospitalares universitários que a França criou, e muito dedicados aos problemas do ensino médico, visitou recentemente hospitais e Faculdades da Nova Iorque, Filadélfia, S. Francisco, Washington e outras cidades, concluindo entre outros casos: O problema do ensino médico permanente ou contínuo é considerado nos estados visitados como da maior importância;1

b) Os métodos de ensino não são os mesmos nas várias cidades, mas a preferência, na maioria delas, vai pana os trabalhos de enfermaria, para o diálogo, para os conferências e seminários, e não para os modernos sistemas audiovisuais;

c) Há cursos oficiais com direito a diplome, e programais e horários definidos e há também cursos facultativos;

) Reconhece-se que, ao fim de cinco anos, 50 por cento idos conhecimentos médicos estão ultrapassados e carecem de ser renovados;

e) Há tendência para combater o excessivo tecnicismo desses cursos, incluindo neles conferências e temas de cultura geral;

f) Esses cursos são tão necessárias aos clínicos gerais como aos especialistas.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - No mesmo sentido já o Prof. Valery Redot, há muito anos (em 1958), dirigindo-se a especialistas franceses, tinha dito:

Os médicos não se podem contentar com o que aprendem nas Faculdades e a medicina não pode conformar-se com o encerramentos dos especialistas mas suas torres de marfim.