balho e de conforto, fazendo com que a sua vida se torne menos penosa e o seu labor mais produtivo e compensador.

Avisadamente procedem os governantes quando deixam esta Lisboa,, ainda que por escassos dias, e se deslocam às zonas periféricas do País, seja da metrópole ou do ultramar, e estudam com as autoridades locais, representantes directas dessas populações, os problemas que mais de perto lhos tocam por os sentirem em cada dia que passa e acerca dos quais pousam que não mais chegará o dia em que os verão resolvidos. Com acerto procedem os governantes quando vão até junto das populações e ouvem da boca dos seus representantes o desfiar de solicitações, que traduzem carências existentes, estudando e ponderando soluções imediatas, tantos delas examinados no próprio local, imprimindo deste modo maior celeridade a complicada máquina burocrática, que tantas vezes, por inércia ou rotina dos serviços, protela as soluções que urge alcançar.

Seguindo esta linha de orientação, trabalhando sem descanso durante três intensos dias ouvindo ias autoridades locais sobre os problemas que lhe quiseram apresentar, analisando planos e projectos, tomando conhecimento das dificuldades surgidas e que obstavam à realização dos respectivos empreendimentos, dialogando ou solicitando as informações necessários ou julgadas convenientes dos altos funcionários, do seja departamento que para o efeito o acompanharam, fazendo tudo quanto considerou ser necessário ou útil para que o trabalho realizado resultasse proveitoso, assim procedeu o Sr. Ministro das Obras Públicas e das Comunicações, Engenheiro Rui Sanches, na recente visita que efectuou ao distrito de Bragança, onde realizou sessões de trabalhos em sete dos seus doze concelhos, ou seja, naqueles em que a premência dos problemas pendentes impunha um maior atenção com vista a encontrar-se para eles solução imediata ou a ser definida uma orientação que pudesse abrir caminho no sentido de uma solução a curto prazo.

Bragança, cidade e encabeçando um concelho que é o maior do distrito em superfície e população, possuindo fraco enquadramento económico e sofrendo dos inconvenientes resultantes de possuir um centro urbano em nítida expansão sem que a respectiva edilidade disponha de meios financeiros e técnicos para encarar e solucionar os problemas que dia a dia surgem e se vão - avolumando como sejam, os inerentes as setecentos construções clandestinas que desde há poucos anos surgiram nas zonas periféricas da cidade sem que, em geral, disponham de abastecimentos de água e de energia eléctrica e de drenagem de esgotos, merecem a atenção, a compreensão benévola e a ajuda decidida do ilustre Ministro visitante, o qual não regateou o seu apoio nem hesitou dar despacho pronto às pretensões que lhe foram apresentadas en face do aspecto justo e ate humano de que só revestiam.

E tudo quanto aconteceu em relação a Bragança repetiu-se nos seis restantes concelhos visitados, nos quais os problemas foram também atentamente estudados e dada solução imediata sempre que, do ponto de vista burocrático, se encontravam em condições de ser resolvidos e só não haviam sido já por faltar a respectiva comparticipação financeira o Estado.

Em todas as sessões de trabalhos realizadas nos diversos concelhos foram apresentados não só problemas específicos das respectivas autarquias locais cuja solução incumbe directamente a estas, mas também outros problemas ou cuja decisão não cabe nas suas atribuições por competir à administração pública, embora interessem às mesmas autarquias pelos benefícios que deles resultam para as populações. De entoe esses problemas aquele que aflorou em primeiro plano e foi intensamente defendido como sendo, no aspecto de infra-estruturas de fomento directo, cuja realização depende do Ministério das Obras Públicas, aquele que apresenta elevado coeficiente de incidência no desenvolvimento sócio-económico do de Bragança, reporto-se à execução do plano de estradas nacionais.

O Sr. Camilo de Mendonça: - Muito bem!

O Orador: - O atraso que neste campo se verifica não é apenas de ontem, pois vem-se acentuando desde há alguns- decénios, tendo acontecido, anos atrás, que verbas especialmente destinadas à construção de novos lanços de vias nacionais foram aplicadas na execução de outras obras de diferente natureza que em princípio, e segundo a melhor orientação, deveriam, ser realizadas com verbas especiais, uma vez revestirem-se as mesmas de carácter excepcional.

O Sr. Camilo de Mendonça: - Muito bem!

O Orador: - Não discutimos se no seu conjunto o plano de estradas nacionais aprovado e que falta executar está ou não actualizado em conformidade com a realidade presente, se necessita ou não de reajustamentos ou até de revisão gentil, envolvendo uma reclassificação, e talvez se justifique até que haja uma ou outra rodovia a executar como nacional que, mercê das circunstâncias presentes não mereça essa classificação, como possivelmente haverá outros vias de tipo municipal em relação às quais se imponha que passem o a nacionais, dado o tráfego a que estão submetidas. Mas seja como for, dentro da economia do plano aprovado ou segundo outro plano que possa vir a ser devidamente estudado e organizado, o certo é que se impõe como uma das necessidades mais prementes vencer o acentuado atraso que se verifica no sector da construção de novos lanços de vias nacionais. Embora dadas os suas características de ordem técnica, uma via municipal, seja de custo mais reduzido do que uma via de tipo nacional, ainda que esta seja de menor categoria, não será difícil concluir que em mediu e de modo geral durante o último decénio cada um da maior parte dos municípios do País construiu em coda ano maior número de quilómetros de vias na área da sua jurisdição do que em igual período de tempo foram construídos pela Junta Autónoma, de Estradas em cada um dos distritos.

O Sr. Camilo de Mendonça: - Muito bem!

Foi aberto no ano findo concurso público para a construção e exploração de alguns troços de auto-estradas, concurso esse que foi anulado e repetido recentemente, como é