Os principais elementos relacionados com o ultramar podem reduzir-se ao seguinte:

Contos

Receitas .............. + 2 671 012

Saldo ............... + 372 833

Mais receitas, mais despesas e um somatório de saldos que ultrapassa 372 833 contos.

As cifras das receitas podem exprimir-se nos termos seguintes: Contos

Receitas ordinárias .......... 11 953 312

Receitas extraordinárias, excluindo os empréstimos ............ 2 081 041

Note-se a importância dos serviços autónomos, com receitas que se elevam a 6 285 238 contos. As receitas extraordinárias alcançaram a cifra superior a 8 700 000 contos, mas nelas os empréstimos continuam a preponderar, visto se elevarem a l 718 769 contos.

Estas receitas serviram para pagar 10 541 260 contos de despesas ordinárias. As extraordinárias atingiram 3 842 436 contos.

Os números são os que seguem: Contos

Despesas extraordinárias, excluindo os empréstimos ............ 2 123 667

A comparação dos dois quadros mostra o aumento do saldo. Atingiu 872838 contos.

Comércio externo Ainda não são boas as notícias sobre o comércio externo das províncias ultramarinas durante o ano de 1970.

O comércio externo intensificou-se. Se forem considerados todos os territórios nacionais, o movimento comercial atingiu 114 625 400 contos. Houve um grande progresso neste aspecto. Idêntica cifra, em 1969, elevara-se a 96 751 200 contos.

A subida de cerca de 18 milhões de contos num ano é um acontecimento que pode perturbar o equilíbrio, e, na verdade, perturbou-o nalgumas províncias ultramarinas, como em Moçambique.

A cifra acima mencionada para todos os territórios nacionais, incluindo a metrópole, reduz-se para 41831000 contos no ultramar, sendo 23 490 000 contos relativos as importações e 18 341 000 contos às exportações.

O simples enunciado destas cifras mostra logo o enorme saldo negativo, que se elevou para a metrópole e ultramar em 23 845 800 contos. Esta é a diferença entre os importações e exportações, tal como se arquivam na estatística de cada província e da metrópole. Para obter mais realismo haveria que corrigir os números, expurgando deles o que respeita ao comércio interterritorial. Obter-se-iam deste modo ais importações e exportações líquidas.

O resultado não iria alterar profundamente o significado das cifras.

Contos

Total ... 114 625 400

Déficit ...... . 23 345 800

Como se viu acima, nestas cifras estão incluídos 23 490 000 contos de importações no ultramar e 18 841 000 contos de exportações, que produziram um saldo negativo de 5 149 800 contos. O saldo ainda se agravou em relação ia 1969 (4 960 600 contos neste ano), apesar de a balança do comércio de Angola ter fechado com um saldo positivo, que se pode dizer confortável - l 563 400 contos -, mais 1 437 400 contos ido que em 1969, o que 4 digno de registo.

Habitualmente, S. Tomé e Príncipe apresentava saldos positivos. Não eram grandes, mas na conturbada vida do comércio externo, no ultramar, estes saldos formavam como que um oásis da conta.

Pois em 1970, pela primeira vez, desapareceu o saldo positivo desta "província e foi substituído pelo déficit da 23 100 contos, o qual, não sendo grande na relatividade dos números, não deixará de causar transtornos sérios à província se se mantiver em continuidade.

Em compensação, Angola, tão errática no passado nesta matéria, fechou este ano a sua conta com um saldo positivo que se pode considerar grande.

No resto, como habitualmente - saldos negativos que atingiram nalguns casos cifras incomportáveis e, pode dizer-se, perigosas, como em Moçambique.

Mas n fio é só no quantitativo dos deficits que se notam falhas no comércio externo nacional, no ultramar e na metrópole. A sua repartição precisa de ser corrigida.

É possível importar mais dos territórios nacionais.

No quadro a seguir dá-se a distribuição das importações e exportações, mencionando os mercados nacionais e estrangeiros:

[... ver tabela na imagem]

Milhares de contos