O ultramar ainda hoje manda vir do estrangeiro muitos produtos que encontra na metrópole em boas condições de qualidade e preço.

O desequilíbrio da balança de pagamentos da zona do escudo pode derivar da indiferença ou desconhecimento destes factos.

As trocas com a metrópole podem resumir-se num quadro:

[... ver tabela na imagem]

Milhares de contos

Normalmente, se estão certas as cifras, a metrópole tem saldo positivo, embora pequeno.

Este saldo é negativo em 1970.

Para este resultado concorrem todas as províncias, mas, no que respeita ao estrangeiro, Moçambique ocupa o primeiro lugar.

Considerando num único quadro as relações com a metrópole, obtêm-se os números que segue:

Metrópole 45 495

Ultramar 23 490,6 68 985,6

Ultramar 18 340,8 45 639,8

Diferença 23 345,8

Analisou-se o problema da metrópole mo respectivo parecer. O déficit foi muito grande, da ordem dos 18 200 000 contos. Está em nível superior aquele que as condições económicas consentem. Um desequilíbrio superior a 23 milhões de contos em todo o Portugal não pode, não deve continuar a pesar sobre a balança de comércio.

Receitas e despesas Ao falar de receitas e despesas do ultramar, deve ter-se em mente a importância dos serviços autónomos, em especial em Moçambique e, ultimamente, em Angola.

Deste modo, as receitas ordinárias têm um significado diferente do da metrópole, onde os serviços autónomos se conservam à parte da conta geral.

No conjunto, as receitas ordinárias do ultramar aumentaram 2 204 887 contos em relação a 1969. O significado desta cifra tornar-se-á mais nítido quando se examinarem as contas de cada província.

As receitas ordinárias distribuem-se como segue:

[... ver tabela na imagem]

Serviços próprios 10 308 442 11 953 312 1 644 870

Serviços autónomos 5 725 221 6 285 238 560 017

O aumento proveio em grande parte das receitas próprias (mais l 644 870 contos). Cerca de 74,6 por cento desse aumento é-lhe devido.

Este sintoma é de bom augúrio. Mostra que a massa tributária está a desenvolver-se.

Os serviços autónomos têm grande importância, como se afirmou acima. A seguir publicam-se es receitas ordinárias e as dos serviços autónomos nelas; incluídos nos dois anos de 1969 e 1970:

[... ver tabela na imagem]

No caso de Moçambique, com receitas ordinárias da ordem dos 8 332 000 contos, os serviços autónomos entram com 3 407 000 contos, números redondos. A importância dos serviços autónomos em Angola é menor. Por esse motivo, a diferença, receitas próprias, é muito superior. Tomemos agora todos os territórios nacionais, com a receita total de quase 48 milhões de contos, repartidos como segue.

[... ver tabela na imagem]

Designação Contos