A produção aumentou; o comércio externo desenvolveu-se, com maiores importações e exportações, produzindo volumoso saldo positivo na balança do comércio, e continuaram normalmente os trabalhos do Plano de Fomento tendentes a valorizar recursos potenciais que existem.
Ha ainda .mamonas escuras no anuviado céu da província, e algumas delas serão reveladas e discutidas ao lugar próprio. Mas convém mencionar pelo menos uma. neste lugar.
A balança do comércio fechou com o soldo positivo de 1563 400 contos. Este saldo (produziu um efeito dinâmico na economia da província, que quase estiolara nos últimos anos, com deficits em 1967 e 1968 e um pequeno saldo (126 023 contos) em 1969.
Desses saldos negativos e outros motivos provieram desequilíbrios sérios na balança de pagamentos, com transtornos e perturbações de diversa natureza nas relações comerciais e nas transferencias privadas.
O volumoso soldo de 1970 ara de molde a exercer profunda influência no mercado de cambiais e iniciar um movimento de recuperação que normalizasse a vida da província.
Mas tal não aconteceu, e em 1970 soltou a processar-se um saldo negativo na balança de pagamentos, agora de 769 418 contos.
Já se fez notar neste lugar o fenómeno do grande aumento nas saídas de cambiais logo que aparece no horizonte um vislumbre de maiores entradas. E esvai-se a esperança de equilíbrio.
Este problema das transferências já foi tratado neste lugar, sem grande sucesso, deve reconhecer-se. Ele não pode ser resolvido por decretos ou bons desejos.
Terá de ser resolvido travando as saídas de cambiais para fins que não sejam estritamente indispensáveis à economia interna nos seus diversos aspectos. E neste contexto a província deve limitar as suas importações, reduzir consumos supérfluos, que, em geral, são sumptuários, e clarificar as transacções de modo a tirar-lhes a ambiguidade de algumas.
A economia de Angola assenta fundamentalmente sobre meia dúzia de produtos. Ocupam o primeiro lugar o café
e os diamantes. Ultimamente, outros produtos minerais fizeram sentir a sua influência no comércio externo. Os petróleos brutos e os minérios de ferro mostram grandes exportações e concorreram já perceptivelmente para o equilíbrio da balança em 1970.
E verdade que os mercados externos, com as suas cotações, auxiliaram Angola. O caso mais saliente é o do café. Neste produto tão valioso para a economia local, o preço do café por tonelada (preço unitário) atingiu 21489$, o mais alto nos últimos anos, como se observa a seguir:
1966 19 550$OO
1968 18 729$00
1970 21 489$OO
Este preço unitário incidiu sobre 3 009 283 sacos de 601%, ou 180 5541, exportados, produzindo 3679997 contos, mais 645 562 contos do que no ano anterior. E exportaram-se menos 2244 t. Assim é A influência do preço unitário.
Outros produtos agrícolas melhoraram a sua posição na economia, com maiores produções e exportação mais variada. O progresso de menor relevo deu-se na produção de algodão. Exportaram-se 23 653 t, no valor de 421 700 contos, números redondos, mais cerca de 92 000 contos do que em 1969.
O progresso nas oleaginosas não foi grande. A (província tem condições excelentes para a produção deste género tropical. Ainda não foi feito qualquer esforço no sentido de melhorar e aumentar o cultivo ide amendoim, que o mercado metropolitano importa do estrangeiro.
Também houve progresso nalgumas outras produções agrícolas, como o açúcar e o sisal. Mas a sua influência não é tão acentuada.
Toneladas
1960 251 744