Macau é um velho território no Extremo Oriente a sentir muito as vicissitudes das zonas vizinhas, na China continental, que se estendem por uma vasta área e formam o país mais populoso do Globo. É também influenciado pela grande cidade e porto de Hong-Kong, com a qual mantém estreitas relações.

As suas actividades assentam sobre o artesanato, produzindo e exportando grande quantidade de artigos de fabrico caseiro, ou pelo menos oficinal. As actividades relacionadas com os mercados do ouro concorrem também em grande escala para a sua vida económica.

Recentes progressos na urbanização e a ligação por ponte com uma das suas ilhas dão-lhe perspectivas para novos desenvolvimentos de natureza económica, relacionados com a indústria e o turismo. Fáceis ligações com Hong-Kong concorrem muito para a expansão da província. É natural que as novas perspectivas decorrentes do reingresso da China no mundo político internacional influenciem muito o progresso da civilização macaense e em especial como lugar privilegiado para repouso no imundo conturbado que rodeia a província.

2. A produção continua a expandir-se, não com a rapidez desejada por muitos, mas parece que em condições seguras.

Como se disse acima, a base é o artesanato. Esta característica deduz-se da seguinte lista de produções durante o ano de 1970: Milhares de patecas

Roupas de cama, mesa, etc. 9 161

Fazendas estampadas e tingidas 5 744

Artefactos de missangas e lantejoulas 982

inalas de couro, fibra e tecidos plásticos 5 418

Guarda-chuvas 4 162

Objectos de ferro esmaltado l 665

Aguas gasosas e bebidas não alcoólicas l 080

Meias e peúgas 22

Binóculos e óculos de ver ao longe 5 419

Os valores são expressos em patacas, na razão de uma pataca igual a 4$75.

Como se nota, os têxteis ocupam o primeiro lugar, com mais 72,5 milhões de patacas. Mas houve aumento nos panchões e fogos de artifício (especialização da província), em calçado, diversos e muitos outros artigos.

Dentro das possibilidades de mão-de-obra, Macau aumenta todos os anos os seus produtos de exportação.

Comércio externo

3. O desequilíbrio negativo do comércio externo de Macau é grande e traduz-se em centenas de milhões de patacas. Este grande desequilíbrio é anulado pêlos invisíveis correntes das suas relações comerciais e outras com países vizinhos.

Em 1970 as importações elevaram-se a 665 milhões de patacas. Ë uma verba um pouco inferior à de 1969.

Esta é a importação total. Nela desempenham funções de relevo os metais preciosos, para matéria-prima e outros fins. A importação, líquida do valor do ouro, reduz-se para 893 milhões de patacas, o total que se pode comparar com os 360 milhões de 1969.

O volume e o valor das importações de Macau são altos. O valor traduzido em moeda metropolitana (escudos) elevou-se a l 866 750 contos. Dada a exiguidade do território, esta cifra poderá surpreender.

A seguir indica-se a importação e a exportação durante certo número de anos:

[... ver tabela na imagem]

Mantiveram-se as exportações em 1970. Como houve uma redução nas importações (sem o ouro), o déficit melhorou para 809 milhões de patacas.