armadas capitão Andrade, o primeiro meu conterrâneo e antecessor nesta Casa e o último meu amigo pessoal e companheiro do viagem na visita que, pouco tempo antes, havia feito h metrópole chefiando uma delegação dos naturais da Guiné, por ocasião da Feira Agrícola de Santarém.

A todos desejo manifestar publicamente o meu reconhecimento por tudo quanto a Guiné lhes é devedora, assim como os protestos da minha maior gratidão, elevada consideração e máxima estima.

O Sr. Cancella de Abreu: V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Faça favor.

O Sr. Cancella de Abreu: - A Guiné não nos é devedora de nada. Nós é que devemos à Guiné essa lição de portagunismo o de patriotismo que tem dado a todos nós.

Muito obrigado.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Muito obrigado eu, e seria assim, volto a agradecer, a V. Ex.ª

A todos os Srs. .Deputados, enfim, quero expressar os meus sentimentos de reconhecimento pela lhana recepção que me dispensaram e pelos gentilezas com que me cumularam.

Coube-me a missão de vir substituir nesta Casa, no grave momento que a Nação atravessa, um homem que, durante longos unos, foi para VV. Ex.ª um bom camarada, um . excelente amigo e um prestigioso colaborador - o Dr. James Finto Buli.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não espero poder preencher eficazmente o vácuo deixado nos vossos corações pelas suas extraordinárias qualidades de simpatia. Mas conto fazer tudo para conservar a dignidade e o prestígio que ele soube emprestai- a representação da Guiné nesta Assembleia e, sobretudo, fazer com que chegue até aqui, não apenas n voz, mas também o coruçao do meu povo.

O Sr. Ávila de Azevedo: - Muito bem!

O Orador: - Devo dizer-lhe ainda, Sr. Deputado Cancella de Abreu, que a decisão tomada por V. Ex.ª, juntamente com os seus colegas, Srs. Deputados Salazar Leite e Teófilo Frazão, de continuarem a interessar-se pelos problemas da nossa Guiné veio ao encontro do meu desejo e muito me conforta, na medida em que toda a colaboração que eu pousa receber, dentro ou fora desta Casa, não será ele mais para o completo cumprimento da minha missão. Muito obrigado, pois, também por essa vossa atitude, na qual se reflecte toda n generosidade do vosso coração u grandeza da vossa alma.

Meus senhores: Afirmou, no seu discurso em que me apresentou, o ilustre colega Cancella de Abreu que a Guiné passaria a ser agora representada por quem melhor conhece os seus problemas. Está certo e compreende-se. Com efeito, como um guinéu que sou e que nunca, mesmo nos momentos mais difíceis, arredou pé da sua terra natal, onde cresceu, foi educado e se instruiu auto-didàcticamente, tendo acompanhado toda a evolução da província nas últimas trás décadas (conto 42 anos de idade), não conheço apenas os problemas da Guiné: vivo--os, ou melhor, encarno-os.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Mas, por outro lado, Srs. Deputados Cancella de Abreu, Teófilo Frazão e Salazar Leite, VV. Ex.ª têm algo mais que o simples conhecimento teórico dos problemas da Guiné. VV. Ex.ª amam-na, como muitos portugueses não guinéus, lá, cá e noutras parcelas da nossa comunidade a amam, o que é ainda mais importante.

Haja em vista o que vem fazendo por aquele pedacinho do grande Portugal - para mim o conceito de Portugal ultrapassa a ideia de uma simples nação, paca abarcar a de uma comunidade de acto -, haja em vista, dizia, o que pela Guiné vem fazendo um homem que lá não nasceu, que nunca antes lá tinha estado, mas que lá chegou, viu r. venceu. Refiro-me ao general António Sebastião Ribeiro de Spinola, hoje um autêntico ídolo dos bons portugueses africanos ...

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - ... da Guiné, de que sou um porta-voz e um representante.

O esforço que o Governo, chefiado por esse grande português que o Prof. Marcelo Caetano, vem desenvolvendo Tia Guiné é de tal ordem que faz bater em falso o percutor da luta armada que os inimigos da Nação nos impuseram.

Vozes; - Muito bem!

O Orador: - Com efeito, graças a uma política sabia, claramente definida para a Nação por S. Exa. o Sr. Presidente do Conselho, Prof. Marcelo Caetano, magistralmente aplicada ao ultramar pelo respectivo Ministro, Sr. Prof. Silva Cunha, e que está a ser executada corri rara inteligência, abnegação e espírito de sacrifício pelo Governador e comandante-chefe dos forças armadas, general António de Spinola, como já referi, o povo guinéu disse não ao P. A. I. G. C. (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verdo).

Ainda mais: os bons portugueses da Guiné - autênticos guinéus de todos- os origens, apoiando incondicionalmente essa política, que já classifiquei como de salvação nacional, recusam-se terminantemente eu aceito, seja de quem for, novas aventuras ou experiências políticas que só podem levar a um esgotamento total dos recursos da província, quer materiais, quer humanos, e condená-la a um eterno marcar passo na grande marcha para o desenvolvimento a que se assiste hoje no Mundo.

O Sr. Ávila de Azevedo: - Muito bem!

O Orador: - Na minha próxima intervenção falarei mais detidamente sobre esse assunto.

Prosseguindo, desejo, neste momento, render preito de gratidão, respeito e estima e prestar a mais justa homenagem a todos os bravos militares que prestam serviço no ultramar, em especial aos que se batem-na Guiné, quer pela sua actividade na defesa da integridade territorial e protecção das populações, quer pela sua acção no campo do fomento sócio-económico-cultural, onde esses militares vêm prestando grande e eficaz colaboração.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E aproveito esta oportunidade para dor o meu total apoio às palavras aqui proferida pelo Sr. Deputado Almirante Boboredo e Silva em defesa da- honra e prestígio militares e reforçar a afirmação desse ilustre parlamentar, dizendo que as forças armadas, mais do que espelho onde se reflectem as virtudes nacionais, são,