operacional contra a poluição do mar, a ser executado através da G. K. G. F. M., dando-lhe os meios necessários, materiais e humanos, já que, chamando a mim as palavras que o meu ilustre e saudoso colega Mário Galo aqui proferiu em 1962 «o assunto poluição do mar não pode deixai de nos interessar profundamente, e, como modesto contributo para a salvaguarda das belezas do nosso extenso litoral, manancial quase inesgotável de inumeráveis atractivos turísticos, aqui o deixo a consideração superior», não esquecendo, acrescento eu, os incalculáveis prejuízos que podem advir para a pesca, por efeitos da poluição.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi cumprimentado.

O Sr. Martins Nanes: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Foi com o maior público que tomei hoje conhecimento, pêlos órgãos de informação, da recondução no posto de governador e comandante-chefe da Guiné do Sr. General António de Spinola. E se algumas dúvidas poderia haver da determinação e identidade dos povos da Guiné e do Governo da Nação, este facto vem liquidá-las definitivamente.

Os povos da Guiné, fiéis ao tema «Por uma Guiné melhor», desejavam ardentemente que a evolução ali implantada pelo general António de Spinola, em obediência às directivas do Governo, não viesse a ser prejudicada pela falta de continuidade.

Singelamente, os povos da Guiné começaram a recolher assinaturas pedindo ao Governo a continuação do mandato do seu governador.

Eu próprio, entusiasticamente, aderi a esse movimento, pois ele representava o pulsar de um povo, fazendo chegar aos seus governantes a expressão sincera dos seus desejos.

O Governo, completamente identificado com os povos da Guiné, reconduziu o general António de Spinola, e se ele representa a evolução na continuidade, para nós ele representa também a garantia de continuidade que assegure a evolução precisa.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Por isso, Sr. Presidente e Srs. Deputados, eu não poderia hoje, aqui nesta Assembleia, deixar de erguer a minha voz como representante eleito da Guiné para, publicamente, manifestar o meu e nosso muito regozijo e para agradecer ao Governo, muito especialmente aos Srs. Presidente do Conselho e Ministro do Ultramar, a prova que acabam de dar ao grande mundo português da perfeita, total e consciente identidade de sentimento, com as necessidades, aspirações e ideais dos portugueses da Guiné.

O Sr. Cancella de Abreu: - V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Faça favor.

O Sr. Cancella de Abreu: - Eu desejava associar-me às palavras de satisfação que V. Ex.ª está proferindo sobre a recondução do Sr. General António do Spinola no Governo da Guiné.

Tive oportunidade, naquela trágica viagem, de acompanhar o Sr. General diariamente nas suas voltas e ver o que ele está fazendo, não apenas no ponto de vista militar, mas também no ponto de vista sócio - económico, em terras da Guiné.

Associo-me, portanto, a V. Ex.ª, congratulando-me com a continuidade do Sr. General António de Spinola no Governo da Guiné.

Muito obrigado.

O Sr. Roboredo e Silva: - V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Faca favor.

O Sr. Roboredo e Silva: - Eu, como antigo chefe militar e conhecendo as altas capacidades de chefe militar e de administrador do Sr. General Spinola, penso que, se nós, nesta Câmara, devemos estar agradecidos ao Governo por ter reconduzido o Sr. General António de Spinola naquele lugar, devemos estar muito mais agradecidos ao Sr. General por ter aceitado continuar, visto o fardo que suporta ser tremendo.

Depois de quatro anos de exercício de governo e de comandante-chefe na província da Guiné, nós podemos imaginar o cansaço e o esforço despendido por um homem, por um chefe, que encarnou e que vestiu o hábito a que força aquele lugar, além de que teremos de considerar o sacrifício que terá feito com nítido prejuízo da sua saúde.

Por consequência, repito, toda a Câmara deve estar igualmente agradecida ao Sr. General António de Spinola por ter aceitado continuar no seu lugar.

Muito obrigado.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Srs. Deputados Cancella de Abreu e Roboredo e Silva, muito obrigado pelas vossas palavras e pelo testemunho que acabaram de dar, mais uma vez, das qualidades e do espírito de sacrifício do nosso grande governador general António de Spinola. Eu próprio sou testemunha da energia inquebrantável, do esforço e da força de vontade do Sr. General Spinola. Sei o que representa para ele o ter aceitado de novo o cargo de governador por mais um período de dois anos. Na realidade, ele faz dessa missão um sacerdócio, ele faz da missão de governar uma missão verdadeiramente patriótica, porque não se poupa, nem a sacrifícios, nem às dificuldades dos problemas que lhe surgem dia a dia e que ele tem procurado resolver sempre com o espírito de humanidade que o caracteriza.

Muito obrigado pelas vossas palavras.

E por que assim é, meus senhores, eu me orgulho de poder afirmar aqui, como natural da Guiné, frente a desordem que por lá nos cerca, se já era muito ser português, sê-lo com tais homens a conduzir-nos é uma honra.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Correia da Cunha: - Sr. Presidente: A poucos dias do termo deste, período legislativo, quando se comemoram efemérides tão notáveis como a primeira travessia aérea do Atlântico Sul e se discutem as bases de um documento tão transcendente como a Lei Orgânica do Ultramar Português, sinto-ma moralmente obrigado a solicitar a atenção desta Câmara para o mérito do trabalho quase anónimo que uma escola de técnicos e administradores está a desenvolver com o objectivo de preparar o IV Plano de Fomento.

Trata-se de uma tarefa árdua, em que se procura envolver o maior número possível de responsáveis ao longo das várias etapas do processo. O documento final.