a documentar o despovoamento das regiões interiores em benefício da faixa litoral, e sobretudo dos regiões centradas à volta de Lisboa e do Porto, que assim mostram tendências a aglutinar a esmagadora maioria da população metropolitana, se conjugadamente não for instaurado o competente processo de desconcentração económica, cultural e administrativa.

Esperemos que tal venha a concretizar-se no próximo plano de fomento, em gestão, se não puder ser desde já tentado através da animação das economias regionais pelo fomento industrial, cujas bases acabámos de aprovar na passada semana legislativa.

De qualquer modo, o litoral e o interior, a civilização urbana e a civilização rural, a cidade e o campo, começam estar bem marcados e diferenciados em terras do continente e ilhas adjacentes.

Face a idêntica ordenação das populações um século atrás (1864):

Segundo amostra na base de 5 par cento das famílias se teria:

Regiões e sub-regiões População presente - Percentagens

bem pode avaliar-se a já notável alteração da estrutura demográfica dos espaços regionais, sobrevindo apenas em um século, que ficará a delimitar uma primeira fase do processo de industrialização nacional.

Efectivamente, ter-se-ia nesse tempo cerca de 65 por cento da população trabalhando nas actividades agrárias e os restantes repartindo-se entre as actividades artesanais ou limitadamente fabris e os elementares serviços de uma civilização rural tradicional, profundamente agrária.

Hoje estamos chegados, segundo elementos gentilmente cedidos pela 6.ª Repartição - Censos e Inquéritos, do Instituto Nacional de Estatística, e pela primeira vez tornados públicos, a uma sociedade em que se equilibram os três grandes ramos da actividade económica: agricultura, indústria, serviços.

Segundo amostra na base de 5 por centos das famílias se teria:

Ramos da actividade económicas

Número absoluto Percentagens

Haverão de aceitar-se com as devidas reservas tais resultados, porquanto não englobam ainda os convivências (para além das famílias), se encontram largamente inflacionadas as actividades mal definidas de muitos desses profissionais a espera de melhor precisão, e respeita apenas a uma amostra de 5 por cento das famílias que pode conduzir, para pequenas unidades, administrativas e fracos quantitativos profissionais, a margens de erro muito elevadas.

Mas mesmo assim se não querem deixar de apresentar como estímulo à actividade desenvolvida pelo Instituto Nacional de Estatística na tentativa de um melhor conhecimento de «quantos somos», «como somos», onde residimos e em que actividade trabalhamos.

Mas este equilíbrio a nível metropolitano - equilíbrio instável, entenda-se, entre uma fase de agrarismo bucólico, tradicional, uma fase de industrialização incrementada e um desabrochar de serviços - esconde no fundo profundas desigualdades regionais:

Regiões e sub-regiões Repartição da população activa com profissão - Percentagens