Regiões e sub-regiões Repartição da população activa com profissão

Percentagens

A agricultura e a vida rural marcam ainda fortemente a economia e a sociedade das sub-regiões inferiores, o próprio centro litoral e os Açores.

A indústria começa a estar presente nos sub-regiões litorais, desencadeando aí aceleradamente o fenómeno da urbanizacão das gentess partidas do interior à construção de uma nova civilização urbano-iudus-írial, não já agrária. De uma civilização contemporânea.

Os próprios serviços arrastados vêm, por este surto de crescimento económico e de progresso social, a multiplicar empregos nas regiões litorais e particularmente na da capital adminiâtr.aitiva da Nação: Lisboa.

Era compreensível que tal desenvolvimento económico que as novas formas de vida de trabalho e relação iriam desencadeai1, haveriam de acelerar a já tradicional migração das gentes metropolitanas no espaço português.

Surpreenderá assim que a população dos distritos litorais - e nem todos viram, aliás, aumentada a sua população - haja acrescido neste último intercenso de 342 000 pessoas, enquanto as sub-regiões interiores se viram desfalcadas em pura penda de 474 000 (e isto sem englobar os saldos fisiológicos que elas mesmas teriam experimentado)?

Ou, por outras palavras, crescimento demográfico da ordem tios 6,2 por cento nuns lados regressão populacional de 17,2 por cento em outros.

População por cento em outros.

Sub-regiões

População Presente

Se nos confinássemos apenas aos distritos de Lisboa--Setúbal e Porto os acréscimos percentuais seriam ainda bastante mais significativos: 11,7 por cento e 10,3 por cento, respectivamente.

Já aí residem 8 390 000 portugueses, ou 42 por cento da população metropolitana, em apenas trás 'distritos. Que regionalização estamos nós a construir?

Em contrapartida mais de 1 milhão de portugueses se pôs em murcha dos seus espaços natais, a construir interna ou externamente - roais nesta que naquela, infelizmente- essa outra civilização urbano-industrial e dos serviços que não encontram em sua região de origem. A integração da economias numa Europa alargada, não irá pôr em causa, desencadear um processo de mobilidade geográfica da população e actividades semelhante ao que tem vindo a desorganizar, a desmantelar muitas das nossas indústrias tradicionalmente instalados nos meios rurais, assim que entrou de, progressivamente, funcionar a concorrência em um espaço económico metropolitano alargado, por que mais integrado?

Meditemos nos resultados dos últimos recenseamentos, que parecem indicar a regressão da população activa na indústria de quase todas os nossas regiões mais agrárias ou rurais tradicionais, em crise precisamente por falta de diversificação de actividades produtivas modernas e visão larga da transformação económico-social contemporânea.

E um repto que fica lançado à capacidade de iniciativa regional, & organização e gestão dos seus empresários industriais e autoridades administrativas locais.

Confiemos que saibam vir a dar a resposta devida aos anseios das populações regionais, mas não pode dispensar-se uma intervenção do Estado no sentido de definição da futura localização de «parques industriais» e «complexos» quejandos.

Confiemos igualmente que capitais, técnica e trabalhadores estrangeiros queiram vir igualmente travar connosco a batalha de desenvolvimento económico e do progresso social em terra portuguesa. Serão bem-vindos.

Mas não podem limitar-se, evidentemente, apenas a esses aspectos a consideração dos reformas a introduzir, para que possa alcançar-se uma industrialização regionalizada.

Tão importante ou mais é a preparação cultural e profissional das populações para que possam entender e participar nessa esforçada tentativa de fomento industrial, lato me leva a considerar essa outra rubrica do parecer sobre as contas gerais do Estado de 1970: «Educação», em seu volume Metrópole.

Sr. Presidente: «Não é pelo volume de dotações que se mede a qualidade e a eficácia do ensino. Mas a existência de meios financeiros é meio caminho andado para melhorias assinaláveis no ensino de todos os grous.» (Parecer, metrópole, p. 270.)

Saudemos, pois os 3 milhões que, pela primeira vez foram ultrapassados nos gastos do Ministério da Educação Nacional.

Quanto caminho andado não representa desde os 190 000 contos consumidos em 1938 e os 3 milhões de contos actuais! Há que prosseguir sem desfalecimento a «batalha da educação» nacional.

Um milhão de contos se destinou ao nosso ensino primário. Ranchos de crianças vão cada ano que passa desabrochando para a vida, singrando caminhos que seus pais muitas vezes não tiveram possibilidades ou oportunidades de prosseguir!

Bendita sementeira de ensinamentos e de cultura básica na alma e inteligência das crianças.

Mas importa preparar para a vida e porá os novos rumos da civilização contemporânea e tal me leva a tratar, em consonância com a lei de fomento industrial que acabámos de «provar, esse outro aspecto do parecer relativo ao ensino técnico, e sobretudo profissional.