esta de se inclinar, contrariada mas vencido, diante da Universidade que Deus grande, como também na época se chamou à instituição restaurada.»(1).

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Montalvão Machado: - Sr. Presidente: No seguimento de uma bem orquestrada campainha, os jornais noticiavam há dias:

Invocando falta de rentabilidade, a C. P. pediu ao Governo a extinção dos Linhas do Corgo e do Tua, que servem a extensa região de Trás-os-Montes.

E, comentando a notícia, escrevia-se num desses jornais:

As populações encaram com apreensão o desaparecimento daquelas linhas férreas, considerando-as vitais para- o desenvolvimento da província.

Não diziam os jornais que, no Verão passado, m mesmas populações tinham ficado surpreendidas e desconfiadas quando a C. F., subitamente, na linha do Vale do Corgo, mandou pura e simplesmente duplicar, num sentido e no outro, os comboios que até então diariamente organizava.

Em vez de três comboios diários em cada sentido, passou a haver seis, também em cada sentido.

Fui uma festa pegada, a que imo faltaram sequer os apitos permanentes .daqueles comboiozinhos ufanos, postos a circular e a apitar desde a madrugada até à noite, para gáudio desconfiado das populações.

Claro que o, desconfiança, tinha muito boa razão de ser: a resposta, esclarecida, está na notícia que os jornais publicaram.

Pois não era desde logo evidente que a falta de rentabilidade da exploração da linha teria de aumentar, mantendo-se, como se mantinham, as demais condições de exploração, todas mais que deficientes, deficieitíssimas?!...

Todos sabem que as populações de Trás-os-Montes, longos anos abandonadas pelo Estado, não dispõem, nem de escolas, nem, de professores, não dispõem, nem de hospitais, nem de assistência médica, nem de electricidade e de água potável, nem de estradas e caminhos.

A semelhante situação de abandono juntou-se uma pavorosa crise económica, da região - tão pavorosa que não vale a pena caracterizá-la, em pormenor.

De tudo isso se entreteceu e resultou a praga do êxodo permanente, inexorável.

Está posto, com amarga clareza, um autentico problema de sobrevivência das populações de Trás-os-Montes!

O Governo vem tentando, ultimamente, com determinação e coragem, ajudar a travar e ganhar casa batalha das populações - que lutam pela sobrevivência.

Não são apenas os planos de fomento, mas também iniciativas concretas que a estrema urgência, impõe.

Por isso mesmo, mereceu e continua a merecer a confiança maciça das populações de Trás-os-Montes - como logo se viu nas eleições para esta Câmara.

O caminho não pode ser outro que não seja o de todas, populações e Governo, imanados nessa confiança recíproca, lutaram corajosamente pelo desenvolvimento económico e social da região.

Mas estamos apenas no princípio desse caminho - um caminho que terá de fazer-se por estradas capazes, e nós não as temos.

Como exemplo, bastará dizer que, na menos má, a estrada nacional n.° 2, para percorrer com relativa segurança o troço de Chaves a Vidago, na extensão de 17 km ou 18 km, se demora cerca de meia hora!

Pois é em semelhante situação que a O. P. vem anunciar publicamente que decidiu pedir ao Governo o encerramento das linhas do Corgo e do Tua, «invocando falta de rentabilidade»!

Isso significaria, se tal pedido porventura fosse aceite, um golpe de morte na Iniba {anda mau iniciada pelo desenvolvimento de Trás-os-Montes.

Socorro-me dos «Trabalhos preparatórios do IV Pleno de Fomento - Relatório de propostas do Grupo de Trabalho parca as infra-estruturas». no qual se escreve, em relação a uma das linhas férreas em causa, de maneira clara, o seguinte:

O encerramento da linha poderá, no entanto, comprometer a valorização sistemática, da região em, análise, nomeadamente em face da sua fraca densidade de estradas.

A Razão é a mesma para ambas os linhas da mesmíssima região: a falta de estradas.

E, em linguagem terminante, deve dizer-se que «comprometerá efectivamente», em vez de dizer apenas que poderá comprometer»!

O Estado tem o dever inalienável de manter em funcionamento todos o» serviços públicos.

Este é um deles, e dos mais essenciais enquanto a região não dispuser de estradas que respondam em condições mínimas à necessidade aflitiva de comunicações.

Seria demasiadamente amargo, numa altura em que as populações aguardam ainda, esperançosa e confiadamente, a indispensável colaboração do Estado na luta pela sobrevivência económica, que fosse afinal o Estado a vibrar o golpe de misericórdia, nessa esperança!

Protesto contra a campanha insidiosa que traumatismo e desmoraliza ainda mais populações que sofrem um clima de autêntico desespero económico.

E tenho a, certeza inteira de representar essas populações, exprimindo a minha absoluta de que o Governo em nenhum, circunstância e seja sob que pretexto for consentira no encerramento das linhas do Corgo e do Tua enquanto a região de Trás-os-Montes não das, ao menos, de uma estrada capaz de assegurar a ligação com os grandes centros do País.

Yozes: - Muito bem!

O Orador: - Até esse dia, o funcionamento do caminho de ferro é vital para o desenvolvimento da região ou, no menos, para evitar que ela, caia em mais acentuado depauperamento e ainda, em maior desespero.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Costa Oliveira: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Não era meu desejo voltar a levantar nesta Câmara o já saturante problemas do a asbatecimento dais matérias-primas, nomeadamente da fibra polyester.

Tal decisão justificava-se pelo compromisso que o Governo tomou ao prometer à indústria a pronta e escla-